[sempre de acordo com a antiga ortografia]

terça-feira, 12 de fevereiro de 2008

Teleférico?
(Continuação)

Confusão?

O teleférico, enquanto meio de transporte capaz de vencer distâncias e desníveis consideráveis, não pode implantar-se num ponto inicial, enquadrado por tecido urbano, em direcção a um palácio umas centenas de metros mais acima. O impacte das sapatas de alicerce das torres de suporte dos cabos, tanto ao nível do solo como de toda a paisagem em geral, os problemas de segurança e outros parâmetros que seria fastidioso enumerar, remetem o teleférico para operação de transporte de pessoas e de mercadorias em zona de montanha flagrante, relativamente afastado de aglomerados populacionais.

Mas é perfeitamente possível, em meio urbano, transportar pessoas, com grande conforto e segurança, vencendo desníveis muito significativos, sem qualquer impacte ambiental, entre um ponto de partida a uns escassos metros de uma grande catedral barroca e o de chegada, em pleno coração da mais bela fortaleza da Europa. Ou entre um edifício, praticamente contíguo a um dos maiores e mais prestigiados auditórios do mundo e um belíssimo e moderno Museu implantado no cimo do monte.

Afinal, o funicular…

Isto é possível através de funicular, que opera total e discretamente, em carril adossado ao monte cujo desnível vence nos dois sentidos, ascendente e descendente. E os exemplos que acabei de citar, no parágrafo anterior, conheço-os há dezenas de anos, a funcionar em Salzburg, cidade cujo património edificado é impressionante, classificada como Património da Humanidade. Em circunstâncias idênticas, poderia mencionar não sei mais quantos exemplos. Mas sempre de funiculares, nunca de teleféricos.

Já não sei quantas vezes escrevi acerca das soluções que teriam de ser consideradas por um sistema integrado de transportes em Sintra, sempre com recurso ao funicular como meio mais barato, seguro e expedito para, a partir da zona da Ribeira, com estação intermédia na Vila Velha, aceder ao Palácio da Pena. Ou, por outro lado, a partir da zona do Ramalhão, vencer a encosta do monte que conduz a Santa Eufémia. Ou de Seteais, de Monserrate, também em direcção ao Palácio da Pena. É uma solução testada, civilizada e, repito, de investimento mínimo.

Quero acreditar que, em tempo oportuno, quem de direito, portanto, o Senhor Presidente da Câmara Municipal de Sintra - radicado numa perspectiva sistémica que a solução para os problemas de transporte e estacionamento em Sintra não poderá deixar de privilegiar - acabará por anunciar a instalação de um ou mais funiculares que os estudos aconselharão.

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