[sempre de acordo com a antiga ortografia]

sábado, 31 de agosto de 2013



Um Violoncelo no Muro


Em 31 de Agosto de 1990, em Berlin, é assinado o tratado de unificação das duas repúblicas alemãs. Em Novembro do ano anterior, mal soube da queda do Muro, Mstislav Rostropovich quis comemorar o evento com uma atitude
cívica em que a Arte seria presença inequívoca.

É assim que, no Checkpoint Charlie, interpreta a Sarabande da Suite para Violoncelo No. 2 em Dó menor de Bach. Desse momento inesquecível, eis um excerto que também regista a passagem pelo local do saudoso Willy Brandt que havia sido Presidente da Câmara Municipal da cidade e, mais tarde, Chanceler da RFA.

Boa audição!



http://youtu.be/KB4oJxjKZow
 
 
 




Tão fracturante!...


Que palermice, que disparate mais acabado! A estas «piquenas», certamente adeptas de outras causas muito fracturantes, não faltará mesmo qualquer coisa? Naturalmente, apenas deixo implícita a falta de discernimento. Enfim, honi soit qui mal y pense...
 
Até que ponto é que, por estas e outras análogas, não acaba o BE por perder mais do que ganha é reflexão que fica à consideração de quem o caso mais possa respeitar.

 




Para o João De Oliveira Cachado que também gosta de Les Arts Florissants...

Dido meure, sublime, par la voix de Emilie Renard (Jardin des Voix 2013).
L'émotion est à son comble sur la scène flottante du Miroir d'eau. Même les arbres ne peuvent retenir leurs murmures affligés...

    • M Manuela Bravo Serra Tem toda a razão... Uma das poucas paixões que perduram. Senti isso e sinto imensas saudades mas... tenho querido fazer um interregno desde que a Berliner Philharmoniker deixou de lá ir na Páscoa. Acompanhei todos os anos de Rattle e alguns de Abbado, ainda. A 'crise' também não me permite ir ao que gosto mas tenho esperanças de que talvez 2015 seja uma possibilidade. Deus o permita pq tenho imensa vontade de lá voltar com a cidade completamente 'doce' pelo frio... Salzburg sem frio não é (para mim) Salzburg, Entende? Toda a 'carga' espiritual que dela emana só é possível senti-la ou em Janeiro/Fevereiro ou na Páscoa, com as magnólias a florirem .... Um abraço e é bom 'sentir' que alguém nos compreende quando sentimos que magia existe lá, em Salzburg. Eu lá sinto-me bem, sinto-me quase em casa... e sou latina
       
    • João De Oliveira Cachado A Berliner na Páscoa, é verdade... Karajan, Abbado, Rattle, os "Kontrapunkte", muito mais informais que os três grandes concertos e a ópera, o dia de acesso ao ensaio e a Semana Santa (como sabe há duas levas, mas eu sempre privilegiei a da Semana Santa), tudo com uma sofisticação inexcedível, é verdade, mas é um Festival de Primavera, de celebração da Primavera. Para quem anseia pela cidade 'doce' pelo frio... Minha cara amiga, obrigue-se à Cultura de Inverno da Europa Central que, em Salzburg, precisamente, por altura da Mozartwoche, não pode ser mais expressiva. E, meu Deus, o programa musical é de qualidade máxima! Há muito Mozart, sim senhor, mas muita, muita música clássica, romântica, contemporânea cujo enquadramento na programação encontra uma relação subtil. Digo-lhe, se é que já não lhe disse, se só puder ir uma vez por ano a Salzburg e tiver que optar entre o Festival da Páscoa ou Mozartwoche, não hesito. Há muitos anos, vou sempre à Mozartwoche. Não consigo imaginar o meu ano sem aquela estada que, por vezes, é de três semanas seguidas. Em St. Sebastian, tudo me é acessível, sou um amigo da casa, tratado como alguém cuja vinda se espera e se facilita em todos os passos. O Mozarteum é a minha sala de visitas, onde, além dos concertos, convivo, estudo. No Grosses Festspielhaus, na Haus für Mozart (antigo Kleines) tenho amigos, desde os arrumadores aos directores, sou apaparicado, escrevemo-nos. Uma das mais conhecidas responsáveis do Mozarteum, Directora da Mozartena, Prof. Geneviève Geffray, faz botinhas para o meu neto mais novo... A Astrid Rothauer, gerente da Katholnigg, arranja-me encontros com todos os galácticos seus amigos (e já tem ajudado anigos meus portugueses como o André Cunha Leal, quando lá esteve em serviço da RDP2) e, mal sabe que eu cheguei à cidade, espera ser a primeira a ser visitada. O que quer que mais lhe diga? Se me sinto em casa? Minha amiga, eu «transferia-me» já! Lá sinto-me como em nenhuma outra parte. Pois, então, quando decidir ir no Inverno, lá me encontrará. De uma coisa estou certo: jamais me acompanhará diariamente, quando saio de St Sebastian, por volta das 6,30 da manhã, para fazer a minha caminhada de seis quilómetros numa hora, altura em que, na maior parte dos casos, o termómetro está abaixo dos dez negativos. O meu dia é tão cheio que este é o único horário que me sobra. Isto não significa, está claro, que ande numa fúria desatada. Nada disso. Tudo com um ritmo propício. Abraço
    •  
    • M Manuela Bravo Serra Coincidimos sempre porque eu nunca faltei, na semana de Páscoa, durante o 'reinado' de Rattle....Só que eu fico perto de Mülln, do outro lado do rio pq adoro ir a pé pela margem até à cidade velha. Milhões de recordações, sempre boas, tive desses longos anos, e por me ter já contado o prazer que sentiu em viver esses primeiros dias de cada ano lá, e as suas caminhadas, gostaria tb de 'provar' Janeiro.. Creio q o vi por lá, sim, como em outros sítios de música da Europa Central embora seja mais fácil deparar consigo na F. C. Gulbenkian. Um grande abraço!
    •  
    • João De Oliveira Cachado Grato pela partilha destas impressões. Um grande abraço



    PDM de Sintra


    [30 de Agosto no facebook]
     
     
    O contributo deste texto de Fernando Morais Gomes para a discussão do assunto é de excelente qualidade, uma das melhores propostas a que tenho acedido neste domínio. Infelizmente, pelo «andar da carruagem» da pré-campanha eleitoral, receio bem que os intervenientes, nomeadamente os que subscrevem uns palpites aqui no fb, mais interessados estão em aproveitar o momento para promover um género de despique entre adeptos do Benfica, do Sporting e do Porto do que aproveitar o momento para um debate sério de questões pertinentes.

    O que mais era de temer, parece estar a tomar corpo através de acusações de nível muito rasteiro. Espero bem que os «acusados» mantenham o bom senso de ignorar essas mensagens, que ninguém dignificam e caracterizam quem as subscreve bem como o «quadrante» em que se acoitam.

    Assim sendo, permiti-me aconselhar o autor à reserva desta bela peça para quem a saiba merecer no momento mais oportuno. Entretanto, os interessados podem ir-se preparando através da leitura neste mural.
     


    Mozart e Jenamy

     
    [30 de Agosto no facebook]


     Datada de 1989 e colhida na Grosse Saal do Mozarteum de Salzburg, esta gravação é anterior a algumas investigações que, entre outros esclarecimentos pertinentes, também conduziram à conclusão de que estava errada a designação 'Jeunehomme' deste Concerto

    Na verdade, concluído em Janeiro de 1777, altura em que Amadé completa vinte e um anos, esta peça foi composta para Louise-Victoire Jenamy,. Portanto, insisto, Jenamy e não Jeunehomme como, erradamente, continua a circular.

    O facto de ser membro efectivo da Fundação Internacional do Mozarteum permite-me aceder a qualquer esclarecimento, a todas as correcções que, não raro, ocorrem sobre a biografia de Mozart. Neste caso, já não recordo com precisão, mas já há uns bons dez anos que a tal designação se esclareceu.

    Eu próprio já tive oportunidade de informar os vários locutores da RDP2 acerca deste detalhe mas, infelizmente, na maior parte dos casos, naquela estação, o KV 271 continua a ser apresentado incorrectamente.

    Boa audição!

    http://youtu.be/hIkk3IPuoOU
     


    Praia Grande

    numa crónica vivida do Prof. Doutor José Luís Carneiro de Moura publicada na 'Neblina Matinal'. A não perder!
     
     
    [29 de Agosto no facebook]
     
     
    Agradeço ao Arquitecto Nuno Pedro a oportunidade que me deu de colaborar na NEBLINA MATINAL ,Escrever um texto com 2500 caracteres não é fácil…

    A memória cintilante é um tipo especial de memória autobiográfica.É uma expressão proposta por Brown e Kulik (1977) para caracterizar um tipo de recordações muito vívidas, pormenorizadas e por vezes emocionais que as pessoas relatam ao descreverem o modo como tomaram conhecimento de um acontecimento único, e altamente emocional..Brown e Kulik afirmaram que uma memória cintilante (flashbulb memory) é semelhante a uma fotografia de uma cena,quando o flash da máquinaé accionado, permitindo registar e preservar tudo o que é iluminado naquele instante.
     
     
     


    Mozart,
    Sinfonia No. 34
     
    [29 de Agosto no facebook]



    [Como estarão lembrados, durante todo o ano passado de 2012, publiquei textos de apresentação relativos a todas as sinfonias de Mozart. Hoje decidi voltar a propor-vos o texto publicado em 8 de Dezembro porque se dá a circunstância de se referir a uma peça entrada no catálogo pessoal de Amadé em 29 de Agosto de 1780. Naturalmente, também volto a sugerir a audição da peça]


    Nesta sua KV 338, datada de 29 de Agosto de 1780, Mozart adequa-se ao modelo característico das festivas sinfonias austríacas em Dó Maior, recorrendo a uma orquestra a uma orquestra de maiores dimensões do que a das obras imediatamente anteriores já abordadas – ao fim e ao cabo, por analogia com a designada ‘Sinfonia Paris’ de 1778 – com 2 oboes, 2 fagotes, 2 trompas, 2 trompetes, timbales e cordas.

    O ‘Allegro vivace’ inicial coincide com a forma da sinfonia precedente, KV. 319, em Si bemol Maior, ainda que se tenha desvanecido a tentativa de colagem ao estilo francês. De facto, em vez disso, deparamos com um ambiente enérgico com mudanças constantes de Dó Maior para Mi menor ou Lá bemol Maior.

    O andamento seguinte ‘Andante di molto più tosto allegretto’ apenas se sustenta nos fagotes como solução para os sopros solistas, terminando, já em ‘Presto’, numa expressão de grande espírito.

    No derradeiro ‘Allegro vivace’ evidenciam-se as secções que adivinhamos terem sido particularmente destinadas aos virtuosísticos sopros vienenses.

    Jaap Ter Linden dirige a Mozart Akademie Amsterdam.

    Boa audição!


    http://youtu.be/GjTk74rMcmA




    Ingrid Bergan,
    a diva

     
     [29 de Agosto no facebook]


    Uma das mais fascinantes actrizes de todos os tempos, mulher belíssima, nascida em 29 de Agosto de 1915, personalidade riquíssima, confessou ter «contornado» uma timidez perfeitamente patológica, nada mais nada menos do que através do Teatro, Arte que pressupõe uma tremenda exposição pessoal. Afinal, segundo tenho conseguido saber, a partir de outros casos paradigmáticos, parece não constituir algo de particularmente excepcional.

    O seu último trabalho no mundo do audiovisual foi para uma série televisiva em que encarnoua figura de Golda Meir, a célebre Primeira Ministra israelita. Morreu, curiosamente, no dia em que fazia 67 anos, portanto, 29 de Agosto de 1982, no termo de uma longa luta contra o cancro.

    "Sonata de Outono", filme de Ingmar Bergman datado de 1978, marca a sua derradeira representação pra o cinema. Nele, ficaram antológicos os momentos em que contracena com outra estupenda actriz sueca, Liv Ullman, fulgurantes passagens da arte de representar. Eis um exemplo
     
     
    http://youtu.be/L6i7yulwfO8
     

     
     
     
     



    WE SHALL OVERCOME!
    Hoje e há 50 anos.
     
     
    [28 de Agosto no facebook] 
     


    Em 1965 nós cantávamos. Durante anos, com tantos companheiros, continuámos a cantar. We shall overcome!, em especial, como membro do Orfeão Académico de Lisboa que, de algum modo, se especializara em espirituais negros.

    A direcção, empenhadíssima, estava a cargo do saudoso maestro Vasco Brederode. Ensaiávamos no Instituto Superior Técnico. Era mais uma trincheira de luta antifascista dos estudantes de Lisboa.

    Celebrando o dia do grande discurso, primeiramente, passo a partilhar a letra desta que foi uma canção de protesto tornada tema do hino do African-American Civil Rights Movement (1955–1968). A sua origem remonta ao 'espiritual' "I'll Overcome Someday", do compositor Charles Albert Tindley, tendo sido publicada pela primeira vez em 1947.

     
    We Shall Overcome
    We shall overcome, we shall overcome,
    We shall overcome someday;
    Oh, deep in my heart, I do believe,
    We shall overcome someday.
    The Lord will see us through, The Lord will see us through,
    The Lord will see us through someday;
    Oh, deep in my heart, I do believe,
    We shall overcome someday.
    We're on to victory, We're on to victory,
    We're on to victory someday;
    Oh, deep in my heart, I do believe,
    We're on to victory someday.
    We'll walk hand in hand, we'll walk hand in hand,
    We'll walk hand in hand someday;
    Oh, deep in my heart, I do believe,
    We'll walk hand in hand someday.
    We are not afraid, we are not afraid,
    We are not afraid today;
    Oh, deep in my heart, I do believe,
    We are not afraid today.
    The truth shall make us free, the truth shall make us free,
    The truth shall make us free someday;
    Oh, deep in my heart, I do believe,
    The truth shall make us free someday.
    We shall live in peace, we shall live in peace,
    We shall live in peace someday;
    Oh, deep in my heart, I do believe,
    We shall live in peace someday.


     2.Seguidamente, as palavras de Martin Luther King citando a canção.
    http://www.youtube.com/watch?v=130J-FdZDtY&feature=share&list=PL2AE28E7D58DDD69A
    [Martin Luther King]

    3. Finalmente, uma interpretação de Louis Armstrong. Com a certeza de que hoje, e sempre, esta será uma canção de fé e esperança, no caminho para um Mundo que todos pretendemos cada vez mais perfeito e justo. O sonho. A utopia nas nossas mãos.
    http://www.youtube.com/watch?v=Ti5aP_nyNig&feature=share&list=PL2AE28E7D58DDD69A
    [Louis Armstrong]
     


    Europa, nossa pátria política
     
     
    [28 de Agosto no facebook]


    A Europa poderá ser a nossa prática política. A História confirma tal ideia na medida em que ultrapassa o tempo geracional que nos é concedido para se entender inscrito numa estratégia que, cheia de vicissitud
    es e erros crassos, tem séculos de empenho e vai continuar a ser protagonizada pelos nossos filhos e netos dos nossos netos.

    Os pais fundadores da UE, com a CECA (Comunidade Europeia do Carvão e do Aço), bem como todos os passos subsequentes, constituem um crédito que é imperioso saber honrar, a caminho da Federação ou Confederação de Estados Europeus.

    Vai levar o seu tempo até que, no nosso caso, e a um tempo, nos sintamos cidadãos portugueses, ibéricos e europeus, orgulhosos da nossa cultura judaico-cristã caldeada nestas três dimensões de uma cidadania que se pretende activa e actuante. Mas lá chegaremos!
     


     
    PARQUES DE SINTRA MONTE DA LUA
    - Iniciativa do maior interesse
     
     
    [27 de Agosto no facebook]

     Jornadas Europeias do Património

    Castelo dos Mouros, Parque e Palácio da Pena com visitas técnicas guiadas

    - Visitas integradas nas Jornadas Europeias do Património

    - Foco nos recentes restauros e reabilitações 


    - Visitas conduzidas pelos coordenadores dos projetos

    - Inscrições limitadas

    Imagens:
    http://62.28.132.233/1377512929.zip

    Sintra, 26 de agosto de 2013 – Para celebrar as Jornadas Europeias do Património, de 20 a 22 de setembro, a Parques de Sintra irá realizar visitas técnicas guiadas gratuitas a diversos pontos de interesse que estão a ser alvo de trabalhos de requalificação, ou cujas obras terminaram recentemente. Para tal, contará com a presença dos técnicos responsáveis pela coordenação dos projetos, os melhores intervenientes para explicarem as intervenções que conduziram. As visitas são gratuitas mas é obrigatória inscrição prévia.

    O programa tem início na sexta-feira, dia 20 setembro, às 10h, com uma visita ao Castelo dos Mouros, local onde vai ser explicado o projeto ‘À Conquista do Castelo’. Aqui, os visitantes vão ficar a conhecer os locais onde foram levadas a cabo as escavações arqueológicas, quais os processos utilizados para a requalificação dos caminhos de ronda e ainda quais os cuidados tidos aquando da construção do novo centro de apoio ao visitante, entre outras curiosidades.

    Em simultâneo, (10h de dia 20), no Palácio da Pena, os participantes terão a rara oportunidade de entrar no Palácio através do antigo acesso principal de convidados da Família Real. Será apresentado o projeto de restauro de interiores em curso no Salão Nobre, bem como no Palácio Novo. Entre as várias explicações, vão ser tocados pontos como a arquitetura, as artes decorativas e o acervo. Igualmente no Palácio da Pena, às 12h, vai ter lugar uma visita ao Gabinete da Rainha (atualmente em fase de projeto de conservação e restauro), onde os participantes descobrirão tudo sobre as transformações que sofreu ao longo dos tempos, e compreender que as futuras opções museológicas resultarão de um compromisso entre as diversas épocas de vivências do Palácio.

    A recente recuperação da Abegoaria da Quinta da Pena vai também ser palco de uma visita guiada (15h, 20 setembro) na qual os intervenientes poderão observar como foi levado a cabo o processo de restauro daquele edifício do séc. XIX, visitar as cavalariças onde se alojam os cavalos de tiro (Ardennais) e os cavalos protagonistas dos passeios equestres no Parque da Pena. Ainda no Parque da Pena, (16h30, 20 setembro) outra das propostas para estas Jornadas Europeias do Património é a descoberta do restauro efetuado na Feteira da Rainha e no Jardim das Camélias, onde os visitantes serão guiados por uma das áreas mais emblemáticas do Parque da Pena. O projeto incluiu um conjunto alargado de intervenções que visaram a recuperação de estruturas construídas e vegetação em avançado estado de degradação. Com esta visita, será ainda possível conhecer algumas das mais importantes coleções botânicas do Parque da Pena, nomeadamente de camélias e fetos arbóreos.

    No domingo, dia 22 de setembro, às 11h, o convite é para participar numa visita técnica guiada ao restauro integral do Salão Nobre do Palácio da Pena bem como das suas salas adjacentes, sob a orientação do Diretor do Palácio. Esta visita foca, sobretudo, as questões de significado patrimonial do Salão Nobre enquanto testemunho de uma residência romântica, a relação da arquitetura com o acervo e o seu significado histórico. Será ainda destacada a importância do restauro tanto das artes decorativas como do acervo do Palácio. A visita passará ainda pelo interior da Escada das Cabaças.

    As Jornadas Europeias do Património são uma iniciativa anual do Conselho da Europa e da União Europeia, que têm como objetivo a sensibilização dos cidadãos para a importância da proteção do Património. Em Portugal, a Direção-Geral do Património Cultural escolheu este ano o tema ‘Lugares’, por forma a suscitar a aproximação física e emocional dos participantes aos polos patrimoniais, de modo a sensibilizar os cidadãos para a sua proteção.

    PROGRAMA

    Todas as visitas guiadas são gratuitas, têm um limite máximo de participantes e carecem de reserva prévia.

    Castelo dos Mouros – Projeto ‘À Conquista do Castelo’

    Data: 20 setembro (sexta-feira)

    Horário: 10h - 13h

    N.º máximo de participantes: 25

    Ponto de Encontro: Bilheteira do Castelo (Calçada da Pena)

    Descrição: Exploração de todo o processo levado a cabo durante o projeto ‘À Conquista do Castelo’ que, recentemente, permitiu a requalificação do monumento, com a construção de novas áreas de acolhimento, recuperação da envolvente paisagística, bem como dos caminhos de acesso e de ronda (totalmente requalificados e iluminados). Vai ainda ser possível visitar o local onde foram realizadas escavações arqueológicas que apoiaram as intervenções de recuperação e aprofundaram a informação histórica sobre o local.

    Visita guiada por: Maria João de Sousa (Arqueóloga) e Vanessa Ferreira (Engenheira Civil)

    Palcio da Pena – Restauro integral do Salão Nobre e reabilitação do Palácio Novo

    Dia: 20 de Setembro (sexta-feira)

    Horário: 10h - 11h30

    N.º máximo de participantes: 20

    Ponto de Encontro: Porta das Cabaças (Túnel do Tritão)

    Descrição: Oportunidade rara de entrar no Palácio da Pena pelo antigo acesso principal de convidados da Família Real e testemunhar o restauro da pintura mural das Escadas das Cabaças. Segue-se depois para a Sala de Entrada e Salão Nobre, onde se toma conhecimento da complexidade do restauro integral que ali decorre, desde a arquitetura e artes decorativas às peças do acervo, passando pela complexa instalação de infraestruturas de energia elétrica, telecomunicações, iluminação de emergência e ventilação.

    Visita guiada por: João Pimentel (Engenheiro Civil), Carlos Marques (Conservador-Restaurador)

    Palácio da Pena – Restauro integral do Gabinete da Rainha

    Dia: 20 de Setembro (sexta-feira)

    Horário: 12h – 13h30

    N.º máximo de participantes: 20

    Ponto de Encontro: Porta principal do Palácio da Pena

    Descrição: Explicação das transformações do Gabinete da Rainha ao longo dos tempos e das futuras opções museológicas que resultarão de um compromisso entre as diversas épocas de vivências do Palácio. O restauro da pintura mural desta dependência é a tarefa mais complexa, devido à sua degradação e aos diversos repintes anteriores. Se o estado do tempo o permitir, poder-se-á subir à cobertura do claustro e observar o telhado do Gabinete da Rainha, também incluído nesta intervenção.

    Visita guiada por: Ana Bravo (Conservadora-Restauradora) e Carlos Marques (Conservador-Restaurador)

    Quinta da Pena – Recuperação da Abegoaria da Quinta da Pena

    Dia: 20 de Setembro (sexta-feira)

    Horário: 15h – 17h

    N.º máximo de participantes: 25

    Ponto de Encontro: Bilheteira da Quinta da Pena (Calçada da Pena)

    Descrição: Observação de como foi levado a cabo o processo de restauro da Abegoaria da Quinta da Pena, edifício do séc. XIX, incendiado em 1999 (pouco depois do incêndio do Chalet da Condessa). Atualmente, o edifício inclui sala de exposições e conferências e alberga não só os serviços de gestão da zona, turismo equestre, e projetos aí desenvolvidos, como um espaço para as charretes que realizam passeios no Parque da Pena.

    Visita guiada por: Gonçalo Simões (Engenheiro Civil)

    Parque da Pena – Restauro Feteira da Rainha e Jardim das Camélias

    Dia: 20 de Setembro (sexta-feira)

    Horário: 16h30 – 18h

    N.º máximo de participantes: 25

    Ponto de Encontro: Fonte dos Passarinhos (Parque da Pena)

    Descrição: Visita a uma das áreas mais emblemáticas do Parque da Pena, recentemente alvo de restauro. O projeto incluiu um conjunto alargado de intervenções que visavam a recuperação de estruturas construídas e vegetação em avançado estado de degradação. A execução do projeto incluiu trabalhos de recuperação da rede de caminhos, com execução e reparação de pavimentos e recuperação do sistema de drenagem superficial. Foi também recuperada a rede de infraestruturas, nomeadamente da rede de condução de águas do sistema tradicional de águas do parque, para abastecimento e animação dos vários elementos de água decorativos existentes na área. Com esta visita, será ainda possível conhecer algumas das mais importantes coleções botânicas do Parque da Pena, nomeadamente de camélias e fetos arbóreos.

    Visita guiada por: Nuno Oliveira (Engenheiro Florestal) e Elsa Isidro (Arquiteta Paisagista).

    Palácio da Pena – Restauro integral do Salão Nobre e salas adjacentes

    Dia: 22 de Setembro (domingo)

    Horário: 11h – 12h30

    N.º máximo de participantes: 20

    Ponto de Encontro: Porta das Cabaças no Túnel do Tritão

    Descrição da Vista: Esta visita tem como foco, sobretudo, as questões de significado patrimonial do Salão Nobre enquanto testemunho de uma residência romântica, a relação da arquitetura com o acervo e o seu significado histórico. A par das infraestruturas, serão apresentados os trabalhos de restauro tanto das artes decorativas como do acervo e o esforço de reconstituição de estado muito semelhante ao original do Salão Nobre do Palácio da Pena. A visita passará também pelo interior da Escada das Cabaças.

    Visita guiada por: António Nunes Pereira (Arquiteto e Diretor do Palácio da Pena) e Carlos Marques (Conservador-Restaurador)
    http://62.28.132.233/1377512929.zip

     


    Joana d'Arc
     
    [26 de Agosto no facebook]


    Foi num dia 26 de Agosto de 1429 que Joana d'Arc entrou em Paris. Se quiserem comemorar comigo a efeméride, proponho que escutemos o final da ópera "Giovanna d'Arco" de Verdi - compositor cujo nascimento, há duzentos anos, esta
    mos a celebrar em 2013 - com as extraordinárias vozes de Renata Tebaldi, Carlo Bergonzi e Rolando Panerai, a Orchestra Sinfonica e Coro di Milano della RAI sob a condução de Alfredo Simonetto, num registo obtido em 26 de Março de 1951.

    Eram outros tempos, aqueles em que tais portentos pisaram os palcos. Eu tive o privilégio de os ouvir e ver em récitas inesquecíveis. Com certeza, entre vós, alguns felizes contemplados com tais benefícios. Alguma idade, de facto, tem a sua vantagem...

    Boa audição!

    http://youtu.be/fTU6KXwLzVA
     



    Luís II


     
    [25 de Agosto no facebook]

    Nascia em 25 de Agosto de 1845 Ludwig von Wittelsbach, que reinaria na Baviera, como Ludwig II, de 1864 até à pouco antes da morte em 1886.

    Para celebrar o seu aniversário e lembrar a sua tão conhecida ligação a Richard Wagner,
    gostaria de vos propor o Prelúdio ao I Acto de "Lohengrin" em que Wilhelm Fürtwangler dirige a Filarmónica de Viena.

    Boa audição!
     
     


    Um especialíssimo cravo
     
     
    [25 de Agosto no facebook]


    Em 25 de Agosto de 1742, apenas com 38 anos de idade, morria Carlos Seixas, o compositor português que alguns dos meus amigos de Salzburg passaram a conhecer e a celebrar por meu intermédio, absolutamente espantadoscom a mestria das composições que lhes divulguei.

    No que respeita este Concerto para Cravo em Lá Maior, peço-vos a melhor atenção para o andamento lento, o menos conhecido mas que, em minha opinião, é das mais sofisticadas pérolas da música de Seixas.

    Boa audição!


    http://youtu.be/.
     

    sábado, 24 de agosto de 2013



    Critérios...


    De todos os lados das várias barricadas, havia tanta gente interessada no desaparecimento daqueles documentos que não surpreende o estratégico sumiço de que alguém se encarregou.

     

    De qualquer modo, ainda que, neste país, muito pouco reste para que nos surpreendamos, não deixa de ser intrigante que, por um lado, o fisco nos obrigue a guardar, durante um período de cinco anos, a prova em como, efectivamente, foi liquidado determinado imposto e, no caso vertente, que o Ministério das Fianças tivesse actuado com tanto «despacho» e tão levianamente.

    Heitor Agrochão, director operacional responsável pela destruição dos papéis, certamente, acabará com um louvor no Diárío da República...



     

    ...

    Richard Wagner,
    doutas opiniões


    Devo a partilha deste texto ao sempre tão atento Prof José Luis Carneiro de Moura, a quem muito agradeço, desde logo assinalando que aqueles críticos só podiam privilegiar, quase
    invariavelmente, momentos da história da interpretação wagneriana doutras eras porque, salvo raríssimas excepções, de facto, actualmente, como não me tenho cansado de assinalar, os palcos das grande casas de ópera são pisados por epifenómenos wagnerianos.

    Aqueles senhores manifestaram-se sobre gravações, é um facto. Fizeram-no, no entanto, confirmando eventos musicais que o público dos teatros de ópera teve oportunidade de presenciar também ao vivo. E, neste caso, não posso deixar de referir o meu caso pessoal. Como, há cinquenta anos, tenho visto belíssima ópera de Wagner em Lisboa, muito mais em Bayreuth, em Salzburg, e menos noutras salas doutras latitudes, naturalmente, assisti a alguns eventos, coincidentes com a opinião dos críticos, que também foram gravados, ao vivo ou em estúdio.

    Como soe dizer-se, tais momentos «já cá cantam», são irrepetíveis, fazem parte de um património pessoal do qual, ao contrário do que hoje acontece, com tanta gente, nem sequer possuo uma fotografia. Como memória concreta, apenas guardo, religiosamente, os programas desses eventos. Não preciso de mais e, muito menos, de provar seja o que for, a quem quer que seja.

    Quanto às gravações - uma boa quantidade coincidente com a opinião das pessoas que fizeram a avaliação que o 'New York Times' divulgou - também as guardo religiosamente, muitas compradas pelo meu avô, outras pelo meu pai, em 78 e 33 rpm, deles herdadas como preciosidades, autênticas relíquias.

    Tudo isto tem a ver com melomania wagneriana, que outra coisa é, muito ultrapassando estes palpáveis testemunhos dos programas, dos discos ou das fotografias, para incorrer em certas vias que mais têm a ver com uma súbtil forma de «religião», na medida em que re-liga o prosélito, o adepto, aos outros que comungam a mesma condição, em função de um demiurgo absolutamente incomparável em toda a História da Música. É acerca disso que tenho tentado pronunciar-me, sempre que a oportunidade se oferece, nestas e noutras páginas, virtuais ou em papel bem concreto.

     






    Encontro(s)

    'Opera apèrta', na acepção proposta por Umberto Eco, esta foto pede-me várias leituras acerca do(s) encontro(s) implícito(s). Mas calo-as porque teria de mesclar questões de Fé e, eventualmente, suscitar o assanhameto de algum apressado e preferencial frequentador dos fétidos esconsos das cloacas que o facebook acolhe.
     
    Foto de Henry Cartier-Bresson no facebook, mural de Emília Reis