[sempre de acordo com a antiga ortografia]

segunda-feira, 9 de julho de 2018



Que Pena!
Que Pena, meu Deus!

[Publicado no facebook em 7 de Julho de 2018]

Colado à pele, bem posso dizê-lo, há mais de sessenta anos, lá tenho vivido horas ímpares, das melhores da minha vida. A sós ou com a família e amigos, também com colegas, em jornadas profissionais, com alunos. Certo, certo é que a Pena sempre tem potenciado em mim o que de melhor eu terei.
Na medida em que, cada um dos lugares da minha vida tem alguém que, sobre ele, me sabe dizer as coisas que mais falta me fazem, no caso da Pena é o meu amigo António Nunes Pereira, Director do Palácio, quem já recebeu o abraço muito, muito especial, não só pelo privilegiado beneficio dessa «tarefa» mas também pelo estupendo trabalho que ali continua a desenvolver.
Quem, como ele, melhor conjugaria todos os «sintomas» que fazem da Pena o reduto de um ecletismo romântico que José Augusto França, Manuel Rio-Carvalho, por exemplo, tão bem souberam caracterizar, ler e interpretar?
Com o António Nunes Pereira «tenho feito muitas viagens» no âmbito das afinidades que ambos mais cultivamos, nos domínios da estética, da música, da literatura, das artes plásticas, e, para o efeito, com ele percorrido os mais variados cantos e recantos da Pena, cada vez mais deslumbrados pela fascinante e ímpar personalidade de D. Fernando.
Por vezes, como está a acontecer neste fim de semana - ontem à noite, nos Reencontros, Memórias Musicais no Palácio de Sintra e, hoje à tarde, no Jardim Botânico de Queluz - maior não pode ser o meu enriquecimento.
E volto à jóia que a Pena é. Volto para saudar o estupendo estado em que está o monumento e para confirmar como tem um director à altura de momento tão difícil como é este do tremendo desafio colocado pela demanda de milhões de visitantes. A Pena bem o merece! Pois que seja por muitos e bons anos!
[Ilustr: Prof. António Nunes Pereira, Director do palácio da Pena]

terça-feira, 3 de julho de 2018



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REENCONTROS
MEMÓRIAS MUSICAIS NO PALÁCIO 
DE SINTRA
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[Publicado no facebook em 3 de Julho de 2018]

Na sequência do que já tive oportunidade de partilhar, venho hoje recordar que o ciclo de música “Reencontros – Memórias Musicais no Palácio de Sintra” regressa ao Palácio Nacional de Sintra para a sua quarta edição, de 6 a 28 de julho.
Organizado pela Parques de Sintra, com direção artística de Massimo Mazzeo, Centro de Estudos Musicais Setecentistas em Portugal – Divino Sospiro, o ciclo “Reencontros” alinha na programação de 2018 oito concertos que terão lugar na Sala dos Cisnes, interpretados pelos agrupamentos Compañia Flamenca “Cadencia Andaluza”, L’Arpeggiata, Ala Aurea, Odhecaton e Accademia del Piacere.
Quanto ao primeiro evento, portanto, já no próximo dia 6, Sexta-feira, às 21,30, eis algumas informações gerais sobre o evento que contará com os Senderos Flamencos,
Rubén Martínez, guitarra e direção musical
Juan María Real, guitarra
Javier Allende, voz
Kisko de Alcalá, voz
Rocío Suarez, dança
Alvaro El Sarabia, dança
Manuel Moreno, cajón flamenco
Juanmi Guzmán, contrabaixo
PROGRAMA
• “Corta-Atalaya” (guitarra-taranta)
• “Por menores de Triana” (cante-bulerías)
• “Sonidos negros” (baile por soleá)
• Tributo a Parrilla de Jerez (guitarra)
• “Rompeserones” (cante-tientos tangos)
• “La caleta” (baile por alegrías)
[Ilustr: Compañia Cadencia Andaluza]


Vale da Raposa
Finalmente, 
o civilizado aspecto que tardava

[Publicado no facebook em 3 de Julho de 2018]

Hoje de manhã, por mim tiradas, estas fotos não poderiam apresentar qualidade superior... Enfim, o que se pôde arranjar. Melhor? Enfim, só se o Pedro Macieira passar aqui pela Correnteza...
De qualquer modo, julgo ser perfeitamente possível verificar que o terreno, cujo desbaste temos acompanhado de há semanas a esta parte, continua a receber o privilégio da sistemática limpeza que lhe faltou durante tanto tempo. .
Depois do inqualificável descuido por parte dos proprietários, a Câmara Municipal de Sintra conseguiu concretizar a obra que se impunha. Nunca será demais sublinhar que foi preciso esperar quatro anos para que, apenas a título coercivo, a autarquia pudesse concretizar o objectivo.
De acordo com a notícia que o Presidente Dr. Basílio Horta comunicou durante a última reunião do Conselho de Cultura de Sintra, notícia que, já há alguns dias aqui partilhei, seguir-se-á o acto de expropriação para que, uma vez disponível aquele espaço, a comunidade de Sintra o possa desfrutar nas melhores condições.
Prevê-se a instalação de um jardim-parque 'romântico' que, desde as muralhas da Correnteza, se estenderá até às imediações do velho hospital, permitindo um acesso alternativo à Volta do duche, desde a Estefânea à Vila Velha.
Naturalmente, durante a mencionada reunião do Conselho de Cultura, nenhum participante teve qualquer reacção reticente e, muito pelo contrário, prevê-se que muitas serão as propostas adjuvantes da concretização de projecto tão enriquecedor.
Felizmente, desde já, é possível gozar aquele fabuloso panorama que se alcança da 'varanda' da Correnteza, sem o decepcionante constrangimento que nos assaltava quando o olhar descaía uns metros. Ah, meus amigos, está na hora de comemorar - ali mesmo, daquele privilegiado parapeito - com o nosso Collares 'da ordem'!...

segunda-feira, 2 de julho de 2018



Que entrevista mais bem sucedida!

[Publicado no facebook em 27 de Junho de 2018]

O meu querido amigo Nuno Oliveira dá uma entrevista preciosa à Ana Sousa Dias. Não deixem de ler. Com ele, mais uma vez, aprenderão algo de novo. A sua sinceridade não pode ser mais evidente. "Todos os dias vou trabalhar para um sítio que adoro e pagam-me para isso". Pois, de facto, ele tem este privilégio. Mas a Parques de Sintra bem pode orgulhar-se de o ter no desempenho de atribuições tão especiais!...
Parabéns, Nuno! O nosso especial abraço!
DN.PT
Na sexta-feira passada, o silvicultor pôs gravata para receber em Berlim o Prémio Europa Nostra de Conservação. Inesperadamente, recebeu também o prémio atribuído pelo público. E tudo por causa da recuperação do Jardim Botânico do Palácio de Queluz, onde agora crescem ananases, maracujá...



Quinta da Piedade,
um estupendo jardim

[Publicado no facebook em 27 de Junho de 2018]

Indissociável da omnipresença de Dona Olga, Marquesa de Cadaval, este jardim está tão carregado de memórias musicais que bem valeria a pena dedicar a tal património a atenção que merece.
É lá que nos desafia a conhecidíssima pérgola que, neste documentário é utilizada como cenário da intervenção de um jovem violinista.Trata-se de peça muito curiosa, traçada por um grande amigo da Senhora Marquesa, o Engº João Paes (João de Freitas Branco Paes), conhecida dos melómanos, artistas, compositores nacionais e de todo o mundo.
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Os mais sinceros parabéns à querida amiga Teresa Schönborn, neta da Senhora Marquesa, que tão bem tem sabido manter, renovar e inovar este precioso recanto de Sintra.
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Aproveitaria a oportunidade, mais uma vez, para lembrar "Marquesa de Cadaval, uma Vida de Cultura"
filme biográfico realizado por João Santa Clara, em que tive o privilégio de participar e de partilhar a concepção do guião com João Pereira Bastos. Se me permito fazer tal sugestão também é porque algumas das filmagens ocorreram nesta Quinta e no seu estupendo jardim.
RTP.PT
Quinta da Piedade - Um jardim pensado em função da música.Um jardim clássico e aristocrático na Serra de Sintra, propriedade da família Cadaval hámuit


Festival de Música de Sintra

Entre 20 de Setembro e 14 de Outubro. Não, ainda não posso partilhar o detalhe do programa na medida em que a sua apresentação oficial só ocorrerá nos primeiros dias do próximo mês de Julho.
No artigo publicado na edição desta semana do 'Jornal de Sintra', as considerações que, para já, me parece oportuno pôr em comum, não deixando de salientar que tudo se perspectiva para que, no princípio do próximo Outono Sintra possa contar com a Festa da Música que merece.

[Publicado no facebook em 27 de Junho de 2018]




NOVA DISTINÇÃO
PRIVILÉGIO DE SINTRA

JARDIM BOTÂNICO 
DO PALÁCIO NACIONAL DE QUELUZ

[Publicado no facebook em 23 de Junho de 2018]
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Prémio da União Europeia para o Património Cultural / Prémios Europa Nostra 2018
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Há precisamente um ano, tive o imenso gosto de participar no evento que marcou a inauguração do Jardim Botânico cuja reabilitação representou um investimento de 815 mil euros.
Não esqueçamos que o Orçamento Geral do Estado não contribui com um centavo para a saudável existência desta empresa que tanto nos orgulha. O produto da venda dos bilhetes é suficiente para todas as necessidades incluindo a sofisticada recuperação de bens patrimoniais únicos.
Sublinhemos que os munícipes de Sintra gozam do privilégio de acesso gratuito aos monumentos e parques sob custódia da Parques de Sintra de Sintra em todos os Domingos do ano. Tanto quanto sei, muitos são os sintrenses que, Infelizmente, não aproveitam...
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Jardim Botânico do Palácio Nacional de Queluz vence Prémio Escolha do Público
- Portugal vence pela primeira vez Prémio da Escolha do Público, do Prémio da União Europeia para o Património Cultural / Prémios Europa Nostra 2018
- Galardão foi atribuído na Cerimónia dos Prémios Europeus do Património Cultural em Berlim
- Projeto tinha já conquistado o Prémio da União Europeia para o Património Cultural / Prémios Europa Nostra 2018, na categoria Conservação
- Prémio representa reconhecimento internacional de realizações notáveis no domínio da conservação e do património
Imagens em alta resolução: https://we.tl/etsd0O4zqN

Berlim, 23 de junho de 2018 – A Parques de Sintra venceu o Prémio da Escolha do Público, do Prémio da União Europeia para o Património Cultural / Prémios Europa Nostra 2018, com o projeto de reabilitação do Jardim Botânico do Palácio Nacional de Queluz, alcançando desta forma uma distinção nunca antes conquistada por uma instituição nacional.
O galardão foi atribuído ontem, 22 de junho, na Cerimónia dos Prémios Europeus do Património Cultural, que decorreu no Centro de Congressos de Berlim, no âmbito da primeira Cimeira Europeia do Património Cultural, e contou com a participação do Comissário Europeu para a Educação, Cultura, Juventude e Desporto, Tibor Navracsics, do presidente do Europa Nostra, Plácido Domingo, e do Presidente da República Federal da Alemanha, Frank-Walter Steinmeier, na qualidade de patrono do Ano Europeu do Património Cultural na Alemanha.
“Ser distinguido pela Europa Nostra na categoria de conservação é para nós, uma honra e um privilégio. Mas é sobretudo um estímulo para todos aqueles que se empenharam em recuperar a memória de um espaço vazio”, sublinha o presidente do Conselho de Administração da Parques de Sintra, Manuel Baptista, agradecendo ainda “a todo o público que reconheceu mérito neste projeto através do seu voto”.
Na cerimónia foram distinguidos os 29 vencedores de 17 países do Prémio da União Europeia para o Património Cultural / Prémios Europa Nostra 2018, anunciados no passado dia 15 de maio, nas categorias conservação, investigação, serviço dedicado e educação, formação e sensibilização. Estes prémios foram atribuídos por um júri de especialistas independentes e representam o reconhecimento internacional, ao mais alto nível, de realizações notáveis no domínio da conservação e do património.
O projeto de reabilitação do Jardim Botânico do Palácio Nacional de Queluz juntou, assim, ao Prémio da União Europeia para o Património Cultural / Prémios Europa Nostra 2018 na categoria Conservação, o Prémio da Escolha do Público, conquistando desta forma uma vitória inédita para Portugal.
No total foram apresentadas 160 candidaturas por organizações e particulares de mais de 31 países europeus. Os prémios deste ano dão particular ênfase ao valor acrescentado gerado pelos projetos no âmbito do património, como forma de contribuição para o Ano Europeu do Património Cultural.
Reabilitação do Jardim Botânico
O Jardim Botânico do Palácio Nacional de Queluz foi construído entre 1769 e 1780, sendo contemporâneo das grandes realizações setecentistas do período barroco-rococó. De pequena escala, quando comparado com outros jardins botânicos desta época, Queluz assume uma natureza de entretenimento e recreio.
Sucessivamente destruído por fenómenos naturais e abandonado, o espaço perdeu a sua função original, tendo sido transformado em roseiral em 1940. Em 1984, na sequência das cheias de 1983 que afetaram fortemente esta zona, foi desmontado e transformado em picadeiro da Escola Portuguesa de Arte Equestre.
Em 2012, a Parques de Sintra assumiu a gestão dos Jardins e Palácio Nacional de Queluz, e iniciou um processo de investigação histórica e sondagens arqueológicas que possibilitou o restauro deste local.
O projeto ganhou ânimo com a descoberta e identificação de diversas cantarias - das fundações das estufas, do lago central e de estatuária - que tinham sido desmontadas em 1984 e entretanto integradas, ou esquecidas, noutros pontos dos Jardins.
"Este projeto foi bem-sucedido na redescoberta e recuperação de um jardim que se pensava perdido. Para isso recorreu-se a investigação arqueológica, à análise dos fragmentos restantes do jardim e da documentação existente", sublinhou o júri do Prémio Europa Nostra.
A recuperação do Jardim Botânico consistiu na reposição das quatro estufas, de acordo com a interpretação dos desenhos históricos, e contemplou ainda o restauro dos elementos pré-existentes, nomeadamente as balaustradas, os alegretes e respetivos bancos e painéis azulejares, as cantarias do lago central e a estatuária, com vista à restituição do desenho oitocentista do Jardim.
Foram também executados caminhos em saibro granítico, que delimitam 24 canteiros, representando os espaços necessários às plantações representativas das 24 ordens de plantas de Carlos Lineu (botânico, zoólogo e médico sueco que classificou hierarquicamente as espécies de seres vivos). Nas bordaduras dos canteiros foram plantadas aproximadamente 10 mil plantas de murta.
O Index de Manuel de Moraes Soares, datado de 1789, que reúne as espécies existentes na época no Jardim Botânico de Queluz, serviu de base para a constituição da coleção botânica. A partir desta listagem foram contactadas várias instituições a nível mundial que forneceram plantas e sementes para o local.
No interior das estufas, e de acordo com os registos históricos encontrados, foram plantados ananases, produzidos em tempos para os banquetes de Queluz.
"O projeto é um excelente exemplo de colaboração interdisciplinar que envolveu também a comunidade local. A divulgação dos resultados foi forte e possibilitou a conclusão do projeto. Isto irá criar sensibilização quanto aos resultados e garantir a sua sustentabilidade", acrescentou o júri do Europa Nostra.
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[Ilustr: Jardim Botânico do palácio de Queluz, vista parcial]



Festivais de música
- Salzburg, outro planeta

[publicado no facebook em 23 de Junho de 2018]

Na sequência da última reunião do Conselho de Cultura de Sintra, em 19 do corrente, partilhei uma série de boas notícias acerca da próxima edição do Festival de Música de Sintra que, sob Direcção Artística de Gabriela Canavilhas, suscita os melhores augúrios.
Durante a reunião aludida, tanto o Prof. Diogo Freitas do Amaral como eu próprio, enquanto frequentadores do Festival de Salzburg, tivemos oportunidade de, muito superficialmente, referir o espantoso gabarito das propostas que por lá desafiam os melómanos de todo o mundo.
Portanto, a propósito da referência, permitirão que lembre como é único o caso de Salzburg. Trata-se de uma cidade onde se concretizam 12 (doze) festivais de música em cada ano. Como sabem, conheço particularmente bem. Sei os pormenores de tudo quanto por lá se passa, razão pela qual tenho o maior gosto em partilhar convosco a informação de que vou dispondo acerca do assunto.
É neste contexto que, parcialmente, passo a transcrever o artigo publicado na edição de 20 de Junho de 2014 do ‘Jornal de Sintra’. Embora no mesmo continente, no mesmo planeta, os números que passarei a partilhar remetem-nos para «outra galáxia»... .
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Números impressionantes
"(...) Então, (...) dados estatísticos referentes ao ano de 2013 e, reparem bem, só no que se refere ao Festival de Verão. Estão preparados? Pois bem, durante os 40 dias da iniciativa, dispondo de 14 auditórios, houve 293 espectáculos, dos quais 38 récitas de 6 grandes produções de ópera, 9 de récitas concertantes de ópera, 94 de concertos sinfónicos, coral-sinfónicos e recitais, 60 de récitas de teatro, 37 de espectáculos para crianças, 1 baile, 35 espectáculos especiais, 19 ensaios gerais abertos ao público.
Quanto aos bilhetes, estiveram 256.285 disponíveis (estão mesmo a ler bem, duzentos e cinquenta e seis mil, duzentos e oitenta e cinco ilhetes!), dos quais 73.834 referentes às óperas, 62.719 às peças de teatro, 119.732 aos concertos. Os espetadores provieram de 73 países dos quais 39 eram não europeus. Vendeu-se 93% dos bilhetes disponíveis sendo de
€: 28.285.082 (vinte e oito milhões, duzentos e oitenta e cinco mil e oitenta e dois Euros) a receita da bilheteira. Estiveram acreditados 653 jornalistas ao serviço dos media de 35 países.
Quanto às receitas, a distribuição é a seguinte: da venda dos bilhetes, 46%, da Associação dos Amigos e patrocinadores do Festival, 4%, Patrocínios e dádivas, 18%, Financiamento Público, 17%, Fundo de Promoção Turística, 4%, Outras Receitas, 11%. O último estudo datado de 2011, elaborado pelo Zentrum für Zukunftsstudien Fachhochschule Salzburg, entre outras conclusões, demonstra que o efeito deste Festival de Verão no domínio das receitas fiscais equivale ao triplo do montante do investimento das entidades públicas. Finalmente, que o impacto geral do Festival no volume de negócios e na produtividade se cifra em cerca de 276 milhões de euros! E, não esqueçam, em apenas 40 dias de Festival.
Valerá a pena, em Sintra, ter estes dados em consideração? E ainda lembrar os casos de outros famosos festivais como Bayreuth, Verona, Luzern que também já me têm ocupado nas páginas deste jornal? Julgo que, salvaguardadas as questões de escala, se se pretende que Sintra volte a ocupar um lugar de referência nacional, permitindo-se lançar algumas pontes além fronteiras, então estas fontes podem ser preciosas. Voltaremos a este assunto."
[Ilustr: logotipo inalterado ao longo de décadas; noite de Festival de Salzburg, écrans gigantes na Praça da Universidade permitem visionamento do que se passa nos auditórios]


Caso preocupante
- Sintra não escapa às 'fake'

[Publicado no facebook em 22 de Junho de 2018]

De facto, é lamentável. São sinais dos tempos, meu caro Tiago Bueso. Muito dificilmente Sintra escaparia a esta vaga de produtos desqualificados de informação que, postos a circular nas redes sociais, as transformam na mais ordinária das cloacas.
Não menos lamentável mas muito curioso, tanto em Sintra como noutras comunidades nacionais e estrangeiras, a circunstância de, relacionados com um fenómeno banalizado de forma galopante, estarem pessoas que têm ou tiveram ligações com o jornalismo e a Universidade, ainda que, verdade seja dita, nunca de forma destacada.
Foi muito bom que, precisamente em Sintra, o testemunho do Tiago Buesotivesse atingido tão significativo alcance. Casos como o vertente, aliás, devem ser o mais possível partilhados e, inclusive, aproveitados como elementos de estudo.
Os jovens estudantes de Sintra só têm a lucrar com o acesso a estes e outros casos análogos, verificados na sua própria vizinhança, abordados nas escolas que frequentam. Conheço professores que, estando atentos, não deixarão de aproveitar.
Resta agradecer ao Tiago Bueso. Infelizmente, nem toda a gente tem a coragem que esta sua atitude revela. Sim senhor, exemplar!
Tiago Bueso está a sentir-se em paz.
Fui banido do grupo QSintra por ter denunciado a mais recente conivência deste auto-proclamado "movimento de cidadãos" com novo boato urbano que circulou nos úl...
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Os últimos dias ficaram marcados por uma “verdadeira revolta popular” no Banzão, freguesia de Colares. A suposta construção de uma superfície comercial originou protestos nas redes sociais, declarações de indignação e até uma petição online, há no entanto um detalhe importante nesta...



Largo Dr. Carlos França
GNR a postos!

[publicado no facebook em 22 de Junho de 2018]

Hoje de manhã, passando pelo local e tendo tido oportunidade de trocar impressões com os 2 agentes ali em serviço, confirmei que, em poucos minutos, se ali não estivessem, dezenas de condutores teriam voltado à direita em vez de seguirem em frente..
Além dos turistas nacionais e estrangeiros que, perante o sinal, fazem vista grossa, estou farto de ver prevaricar sintrenses que, conduzindo os seus automóveis, ali apenas é suposto continuarem seguindo até à Regaleira, Seteais, Monserrate, Colares...
Impõe-se que, como soe dizer-se, as polícias actuem sem dó nem piedade. Já passou o indispensável tempo considerado 'de transição'. Naturalmente, esperaremos o tempo que ainda for necessário com o objectivo de a Câmara Municipal de Sintra, naquele e nos outros locais previstos, montar o dispositivo digital de controlo de matrículas cuja autorização foi solicitada à Autoridade Nacional de Protecção de Dados. Nessa altura terminará qualquer hipótese de «brincadeira»...
Medidas civilizadas requerem acção sancionatória civilizada. Tal também significa que, com toda a urgência, a autarquia tudo deva fazer no sentido de corrigir qualquer sinalização eventualmente deficiente.



21 de JUNHO DE 2013 - ABEGOARIA
- EFEMÉRIDE DA REABERTURA
HÁ 5 ANOS

[Publicado no facebook em 22 de Junho de 2018]

Em 22 de Junho de 2013, no dia seguinte à minha participação no evento da reabertura da Abegoaria, escrevi o texto que passo a reproduzir dando conta da enorme satisfação então partilhada.
Permitam que saúde todos os queridos amigos da Parques de Sintra e, em especial, os técnicos que estiveram envolvidos na recuperação do edifício em apreço, nomeadamente, os Engºs. Nuno Oliveira e Daniel Silva. .
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Sintra,
Abegoaria da Quinta da Pena acaba de reabrir, hoje, 21 de Junho
Não sei se poderão calcular a emoção de sintrenses que, como é o meu caso, há mais de quarenta anos, não tinham da Abegoaria do Parque da Pena outra imagem que não fosse a da mais profunda degradação e que, em curtíssimo período de tempo, deparam com um espaço totalmente recuperado, com características exemplares, magníficas em qualquer latitude.
A verdade é que, sob a administração do Prof. António Lamas, Dr. João Lacerda Távares e Engº Manuel Baptista, liderando uma excepcional equipa de jovens técnicos, já estamos habituados a «cenas» que tais. A obra que esta gente tem concretizado é absolutamente impressionante e, no âmbito da recuperação do património, algo de ímpar em Portugal.
Parques de Sintra (PSML) acabou de inaugurar - eu estive lá, acabo de regressar! - a segunda fase da recuperação da Quinta da Pena, que inclui a Abegoaria e novas cavalariças, para programas de turismo equestre.
A primeira fase da reabilitação, iniciada em 2009, foi realizada ao mesmo tempo que a do Jardim da Condessa d’Edla, e teve um contributo do EEA Grants. A segunda fase, iniciada em 2011, hoje aberta ao público, foi financiada pela Parques de Sintra num total de 915.875 Euros, que dizem respeito à recuperação da Abegoaria (454.430 Euros), bem como às novas cavalariças (299.135 Euros), e ainda aos depósitos e equipamentos de combate a incêndios (162.310 Euros).
A Abegoaria, edifício do séc. XIX que foi incendiado em 1999, pouco depois do incêndio do Chalet da Condessa, foi completamente restaurado, inclui sala de exposições e conferências, e albergará não só os serviços de gestão da zona, turismo equestre, e projetos aí desenvolvidos, como um espaço para os hipomóveis que realizam passeios no Parque da Pena.
O edifício construído nas traseiras da Abegoaria nos anos 1950-60, foi demolido para dar lugar a cavalariças para três cavalos Ardennais e quatro cavalos de sela e recreio, bem como instalações para tratamento dos cavalos, serviço de veterinário e ferrador, armazém de alimentos e materiais de manutenção. Junto das cavalariças foi construído um paddock, para aquecimento dos cavalos, utilizando madeira de acácia proveniente de limpezas florestais levadas a cabo pela PSML.
Atrás das cavalariças, e enterrado na encosta, foi também construído um reservatório para 600 m3 de água proveniente de minas, para combate a incêndios, limpeza dos animais e abastecimento do sistema automatizado de rega da Quinta da Pena.
A necessidade de espaços para alojamento de cavalos surgiu com o protocolo assinado em 2010 com a Companhia das Lezírias, para a oferta de programas de passeios a cavalo, durante vários dias, em antigas propriedades reais: Lezírias, Mafra e Pena. Com estas infraestruturas a Parques de Sintra passa também a oferecer passeios a cavalo nas propriedades sob sua gestão, em percursos acompanhados por guias. As crianças poderão iniciar-se nas actividades equestres montando o pónei.
A partir de agora, com entrada directa pelo antigo Portão das Vacas, ou caminhando através do Parque da Pena vindos do portão principal ou dos Lagos, os visitantes poderão disfrutar da Quinta da Pena onde é possível contactar com animais de raças portuguesas (ovelhas, cabras, coelhos, aves de capoeira) e um pónei; partir para passeios equestres pelo Parque (a cavalo ou de charrete); desfrutar de passeios a pé por entre os jardins e hortas bem como dos locais de piquenique e, ainda, visitar a Abegoaria (que inclui as cavalariças e espaços de tratamento de cavalos, bem como uma sala de reuniões e exposições).
A estas opções adiciona-se, naturalmente, a visita ao Jardim e Chalet da Condessa d’Edla, também situado na zona ocidental do Parque. Numa 3ª fase, na Quinta da Pena, serão recuperados o aviário e o complexo de estufas, e adaptada uma casa de apoio ao jardim para instalação de cafetaria.
Façam o favor de não demorar. Verão o espanto que vos espera!
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E, de facto, 5 anos passados, como não confirmar o privilégio de que dei conta na altura? No que me toca, continua absolutamente intocável, a emoção então sentida. Na realidade, se alguma coisa entretanto mudou, segura e absolutamente, até foi para melhor !
Finalmente, além de Nuno Oliveira e Daniel Silva, já acima citados, permitam que, no mesmo abraço, envolva a minha querida amiga Dra. Ana Margarida Oliveira Martins que, tal como eles, continua a dar o melhor do seu empenho à empresa e, naturalmente, beneficiando Sintra e todos quantos a amam.
[Ilustr: Parque da Pena, Abegoaria;Engº Nuno Oliveira; Engº Daniel Silva; Dra. Ana Margarida Oliveira Martins]