[sempre de acordo com a antiga ortografia]

quinta-feira, 27 de março de 2008

Educação e indisciplina,
que autoridade?

(continuação)


Muito haveria a dizer, não só quanto ao modo como os jovens adolescentes se relacionam com a imagem, mas também por ter sido gravada por um aluno da mesma turma, perante o gáudio geral, com o objectivo de ser vista no ytube e que, posteriormente, tem sido aproveitada pela comunicação social até à náusea. No meio de tudo isto, o fenómeno do voyeurismo não é menos preocupante.

A cena é o que é, vale o que vale. Para todos os efeitos, naquele perfeito despautério, há um grupo a funcionar em condições que suscitam a maior apreensão. Muito me interessa colocar a tónica na questão do grupo que (escrevo no dia 25.03) não vi sequer aludida. O grupo é uma entidade fascinante mas muito complexa, operando de acordo com regras que os educadores bem deveriam conhecer. Até que ponto seria esse o caso daquela professora é algo que merece atenção sem que, para já, não nos precipitemos nas avaliações. É que estamos altamente prejudicados por défice de informação.

Desde logo, por exemplo, desconhecemos se aquele grupo, tem ou não permanecido ao longo de vários anos lectivos, se é ou não a primeira vez que trabalha com aquela professora. Independentemente do teor da resposta – importante para perceber alguns perfis das actuações em presença – cumpriria esclarecer o que terá acontecido e corrido tão mal naquela turma, entre os jovens estudantes e a professora, para que tanto se tenham degradado e extremado as relações, ao ponto de ser tão flagrante a incapacidade de diálogo, resultando naquela indisciplina e violência inusitada.

Outras questões igualmente se perfilam. A tipologia dos comportamentos não só daquela jovem mas também dos seus colegas, será idêntica à que manifestam com todos os professores da turma? Seria possível o registo de cena análoga com qualquer dos outros professores da turma? Tudo isto é demasiado importante considerar, para não cair em evitáveis generalizações e, igualmente, no sentido de opinar quanto ao carácter, esporádico ou permanente, dos factores em presença e em análise.

(continua)

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