[sempre de acordo com a antiga ortografia]

quarta-feira, 16 de abril de 2008

Ainda a propósito
da Heliodoro Salgado


Tornando-se indispensável proceder a obras de requalificação do pavimento, não seria esta a altura propícia à definitiva, pura e simples remoção do separador que tanta perturbação tem causado à circulação de determinado tipo de viaturas, especialmente alguns pesados e veículos de emergência?

Não será também de aproveitar a mesma circunstância para proceder à transferência da passagem de peões, actualmente entre o edifício do Museu e a Caixa Geral de Depósitos, para a zona que serve a travessia entre a Rua Câmara Pestana em direcção ao mercado?

Vem a propósito lembrar aquilo que já escrevi algures acerca do anúncio de radicais mudanças nesta artéria. A mais sonante ia no sentido de instalar os carris que permitiriam recuperar o circuito do eléctrico, primeiramente, a caminho da estação terminal dos comboios e, mais tarde, até à Vila Velha…

Em Maio de 2004, na sequência de umas Jornadas sobre a Estefânia, cheguei a ver várias fotografias, naturalmente, interessantes montagens virtuais, com o carro eléctrico, impante, rompendo entre as esplanadas das pastelarias Tirol e Monserrate, qual factor de evidente animação local, exactamente à imagem de conhecidos lugares noutros países.

E eu acreditei, porque conheço situações congéneres, porque sei como é perfeitamente possível e acessível concretizar tal objectivo. Tão ingénuo, tão bem intencionado, dei crédito a promessas de intervenção, daquelas que, sabem, se vão concretizar num futuro muito próximo… Escrevi sobre o projecto, alimentei conversas com interlocutores que, muito mais realistas do que eu, sorriam perante a minha credulidade.

Com esta provecta e sexagenária idade, já não vou a tempo de mudar. Portanto, continuo na esperança de que, mais cedo ou mais tarde, teremos um concelho de Sintra-Sintra, à imagem e semelhança da ideia que convosco tenho partilhado, onde será possível realizar aquilo que, de momento, não pode passar de anedótica utopia.

Para que tal venha a acontecer dentro de um prazo razoável, bem sei que, apesar de muita ingenuidade, o caminho não é curto nem fácil. E também sei que, entretanto, vai continuar, apenas com matizes de ligeiros pormenores, a mesma lógica de governação que enformou, que emoldurou a actuação do executivo municipal que, há oito anos, andava a alterar a Heliodoro Salgado…

A verdade é que, apesar das suas aparentes diferenças de matriz, os partidos que, a nível político, vão suportando e têm suportado os executivos municipais alternantes no poder local sintrense, desconhecem como aplicar outras lógicas de governação democrática. Aprenderam pela mesma cartilha e estão viciados pelo exercício prático de um poder que, fundamentalmente, não sabem temperar com o simultâneo exercício da autoridade democrática decorrente do voto popular.

1 comentário:

Anónimo disse...

João Cachado,

Cheguei ao seu blogue através do Viver-Sintra do Vereador Marco Almeida. Por estes dois exemplos, verifico que Sintra está muito bem servida na blogosfera. Boas ideias, gente honesta e empenhada.
Concordo muito consigo acerca da divisão do concelho. Mas vai contra tantas vontades que é muito difícil de concretizar.
Percebi que aproveitou o caso da Avenida H.Salgadp para escrever sobre o mesmo assunto da divisão do concelho de Sintra.
Mas ter razão não é suficiente. É preciso unir todos que pensam o mesmo. Pelos comentários já percebi que pode ser uma luta muito popular. Eu vivo em Mira Sintra. Não é como o senhor diz Sintra-Sintra, não se vive mal aqui, mas percebo que podemos todos lucrar com a divisão. Se Mira-Sintra fosse concelho do Cacem tudo esra mais fácil.

Cumprimentos

R.Baptista