[sempre de acordo com a antiga ortografia]

quinta-feira, 7 de maio de 2009



Mais do magalhães*



Ao contrário do que os leitores poderiam ser levados a pensar, não foi só na Feira da Ladra de Lisboa, que alguns paizinhos de pobres criancinhas portuguesas, puseram à venda aquela coisa que lhes fazia tanta falta lá em casa como uma viola num enterro. Um amigo aqui de Sintra e um dos meus irmãos, residente que em Tondela, me deram conta de que, em ambos os lugares, foram abordados por outros potenciais vendedores do dito cujo.

O descontentamento social, o desemprego, e, sem ponta de ironia, a fominha que por aí vai, não deixam que políticos tão patuscos, como estes que nos (des)governam, continuem a fazer das suas sem que a realidade dos factos acabe por lhes devolver – e tão rapidamente como não seria fácil prever – o pífio resultado das suas rápidas e imediatas, assim apregoadas, apostas na mudança

Vale a pena que, por ordem cronológica, lembremos o despautério. Em primeiro lugar, provincianamente rendidos às habilidades da maquineta, o PM e alguns acólitos ministros, apresentaram o magalhães, como se viesse resolver os problemas da Educação em Portugal. Embora se soubesse que se tratava de coisa já mais que conhecida em distintas latitudes, tão bom era, que até seria exportado com a marca made in Portugal, não no Allgarve de Manuel Pinho, mas mais a Norte…

A começar pela própria Senhora Ministra da Educação e a acabar nos seus colegas, que, de pedagogia e didáctica, percebem menos do que qualquer de nós acerca de lagares de azeite, ainda não entenderam Suas Excelências – apesar do alerta de vários especialistas – que o pequeno computador, não passa de mera ferramenta, a utilizar com as devidas cautelas. Mas, como convinha dar uma de modernidade e o magalhães dos Sá Couto era a coisa que estava mais à mão…

Depois, a história da enorme carga de erros de Língua Portuguesa com que o magalhães tinha sido generosamente fornecido. Grande alarido, aqui d’el rei! E, como sempre, ninguém naquele assombrado edifício da 5 de Outubro, é responsabilizado por tamanha falta de controlo.

Mais recentemente, a confusão entre instâncias oficiais do Ministério da Educação e estruturas locais e nacionais do Partido Socialista que, obscenamente, se envolveram naquele vergonhoso processo de Castelo de Vide, traduzido pelo uso e abuso de inocentes criancinhas de escola do Ensino Básico, como figurantes de campanha publicitária da força partidária que suporta o governo.

Caramba! Não acham que são disparates a mais?


* assim mesmo, minúsculo e itálico, a ver se, onde estiver, o navegador não se ressente com a ofensa em que resultou homenagem tão desgraçada, enfim, à portuguesa...


PS:
amanhã, ainda há mais do magalhães


1 comentário:

Anónimo disse...

Dr. Cachado,

A minha mãe que é professora, falou-nos neste blogue de um senhor que é professor também e que eu devía visitar. Gostei e olhei para uns posts anteriores que me interessaram bastante. Vou aconselhar às minhas amigas. Acho que o professor tem toda a razão com este caso do Magalhães. Também li os outros que já apareceram no blogue acerca do assunto. Como diz que amanhã há mais fico à espera. Ainda me ri por causa do ministro do Allgarve. Parabens e obrigada.
Ester Coelho