[sempre de acordo com a antiga ortografia]

segunda-feira, 26 de dezembro de 2011


Emigrem,
vão bugiar,
não chateiem!

De palavras e obras se faz a actuação de um político. Ao fim de seis meses, quanto às obras, já sabemos o que a casa gasta. Quanto às palavras, ao menos, alguém podia aconselhar a que se calasse. Ao fim e ao cabo, as suas palavras e obras, altamente criticáveis, decorrem do facto de este Primeiro-Ministro não ser um político.

A última coisa que qualquer político a sério fará é abrir a boca para propor aos cidadãos alternativas que os ofendam. E este homem fá-lo constantemente, não só em prejuízo dos cidadãos que governa mas também a si próprio.

É tão inábil que se permite malbaratar a única atenuante que poderia reivindicar em relação aos sacrifícios que está a pedir aos portugueses, ou seja, o facto de o país ter chegado à bancarrota na sequência da gestão demencial de Sócrates e do seu governo de perfeitos tarados.

Por outro lado, Se nunca foi tão fácil governar - já que o faz na base de um compromisso com credores que o obriga à gestão de um programa da maior rigidez - não se percebe como Passos Coelho faz e diz tanta asneira. Muitas vezes, a falta de contenção verbal abre a porta à ofensa tão contundente como evitável.

Quanto à ineficácia da palavra, o facto de pretender ultrapassar os objectivos do Memorando de compromisso com a 'troika', sem um discurso convincente que mobilize os cidadãos para a esperança, está a minar a frágil base de sustentação de civismo indispensável à resistência da sacrificadíssima classe média.

À frente de um governo de tipos perfeitamente banais, sem qualquer rasgo de criatividade, temos um Primeiro-Ministro não à altura das circunstâncias mas, isso sim, à altura da banalidade mais corriqueira dos seus comparsas. E, sob a aparência de sujeito encaixável na moldura do medíocre decisor europeu falho de clarividência, Passos Coelho consegue ser pior, muito pior.

Para que o ramalhete se componha em toda a sua exuberância, cumpre recordar que tudo isto se passa no contexto da democracia, que subjaz ao Estado Democrático de Direito, na sequência de processos eleitorais ditos regulares. Além de extremamente preocupante, é igualmente perverso.

Em Portugal, parece nos temos especializado na eleição de medíocres que, chegados ao poder, além de se portarem como os seus congéneres europeus, ainda se transformam em ogres, nem gigantescos nem disformes, antes conformes aos mais elegantes figurinos de Armani, mas que nos comem, comem e chupam até ao tutano. E o banquete continua…

1 comentário:

Anónimo disse...

Não tem esta mensagem relação directa com o seu post, mas o propósito de o deixar informado acerca do que de mais baixo tem sido praticado, cá por Sintra, contra os trabalhadores. Espero que me entenda! Aproveito para lhe desejar um Ano Novo pleno de Amor e Saúde!
http://aformiganocarreiro.blogs.sapo.pt/488110.html