[sempre de acordo com a antiga ortografia]

terça-feira, 25 de setembro de 2012




Acordai! Acordai!
 
 
[Texto publicado, durante a própria manifestação, no dia 15 de Setembro. Esta seria a canção cantada pelo povo  durante a manifestação seguinte, em frente ao Palácio de Belém]

Terá sido preciso tanto, terá sido preciso ser tão desrespeitado para que, finalmente, este povo tivesse erguido a cabeça e afirmado que sente, que é boa gente? Será que acordou? Bem, se aquilo não era o povo, então onde
é que está o povo?!

Não é a primeira vez que, aqui mesmo nestas páginas, recorro a este poema de José Gomes Ferrreira. Hoje, por tudo quanto aconteceu por esse Portugal fora, nova e naturalmente se me tornou presente.

Acordai
acordai
homens que dormis
a embalar a dor
dos silêncios vis
vinde no clamor
das almas viris
arrancar a flor
que dorme na raíz

Acordai
acordai
raios e tufões
que dormis no ar
e nas multidões
vinde incendiar
de astros e canções
as pedras do mar
o mundo e os corações

Acordai
acendei
de almas e de sóis
este mar sem cais
nem luz de faróis
e acordai depois
das lutas finais
os nossos heróis
que dormem nos covais
Acordai!

Porém, indissociável da música que o celebrizou, ei-lo, canção heróica de Fernando Lopes Graça, na interpretação do Coro da Academia dos Amadores de Música.

Boa audição!
 

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