[sempre de acordo com a antiga ortografia]

sábado, 8 de dezembro de 2012

 
 
Mozart,
Sinfonia No. 35


Esta é a primeira das seis sinfonias que Mozart escreveria em Viena. Mas nem todas seriam escritas «para» Viena. De facto, aquela que é conhecida como a “Haffner”, Sinfonia em Ré Maior, KV. 385, foi composta a pedido do pai, para comemoração da nobilitação de Siegmund Haffner, amigo de Salzburg.

Entretanto, é indispensável ter em consideração que vários factos da maior importância tinham acontecido entre as sinfonias de Salzburg e esta que hoje nos ocupa. O compositor não só se tinha mudado para Viena na sequência do seu desaguisado com o Príncipe-Arcebispo, Conde de Collordo, mas também ocorrera a estreia de duas notáveis óperas.

“Idomeneo”, em Munique, fora tão importante que, de algum modo, redefiniria o velho figurino da designada ‘opera seria’. Por outro lado “O Rapto do Serralho” que subiria ao palco, precisamente, no mesmo mês do qual data a sinfonia em questão, Julho de 1782, estabeleceria um marco fundamental para o sucesso do ‘singspiel’ alemão.

Portanto, Mozart acabava de criar as suas duas primeiras obras-primas do canto lírico e a sua confiança com a orquestra, conquistada com estas experiências, tornar-se-ia cada vez mais patente nas obras subsequentes.

A Sinfonia “Haffner”, em Ré Maior, é uma das suas peças mais calorosas, quatro andamentos cheios de génio com um final ‘Presto’ do maior virtuosismo que o compositor indicaria dever ser tocado o mais depressa possível.

Hoje proponho que ouçam e visionem a interpretação da Orquestra do Festival de Luzern, sob a direcção de Claudio Abbado, numa gravação do Verão passado. Certamente, passa a ser uma leitura de absoluta referência.

Boa audição!

 http://youtu.be/4yCYN7WZ_0I
 

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