[sempre de acordo com a antiga ortografia]

terça-feira, 8 de janeiro de 2008

Verde Pino

Ay flores, ay flores do uerde pyno,
se sabedes nouas do meu amigo!
Ay Deus, e hu é?
(...)

E eu ben uos digo que é uyu' e sano,
e seera uosc' ant' o prazo passado!
Ay Deus, e hu é?



É na Primavera. Vai terminar o prazo em que o amigo ausente, talvez no fossado, jurara regressar. A namorada, ansiosa, pede notícias dele às cristas floridas dos pinheiros, e estas respondem que ele estará com ela antes de findo o prazo.
Verde Pino. Pois claro, quando alguém se lembra de assim baptizar um lugar, logo ocorre a mais conhecida cantiga paralelística dialogada de D. Denis cujas primeira e última estrofes reproduzi. Lugar, escrevi eu, lugar assim nomeado por seu dono e senhor, que muito boas razões terá para assim o designar.
Difícil não é descortinar a mais imediata das conotações se tivermos em consideração que estamos na Várzea, num terreno com pino à volta de uma casa, abrindo para um panorama de privilégio da serra onde se alcançam o Castelo, a Pena, a Regaleira e Monserrate.


Ali tudo é propício. O ingénuo jardim exterior, a casa em estratégico assentamento para telúricas visões de arrasar um mortal, são indissociáveis do que acontece paredes adentro. A cozinha vegetariana, do mais absoluto sincretismo, com vozes e laivos de luso-tropicalismos brasilianos, indianos e africanos, servida em almoços e jantares à volta de grande mesa que acolhe até dezasseis comensais, é uma hipótese de abordagem.
Outras modalidades de acesso e usufruto passam pela acomodação durante o fim de semana, com direito a prelecção adequada à visita guiada pelo fascínio da medicina ayurvédica, descobrindo o segredo das tão cantadas massagens. Possíveis também cursos, acções de formação, encontros de empresa, etc.
Assumido mestre de cerimónias é o conhecido actor André Maia, anfitrião de mão-cheia, comunicador nato e perspicaz, ocupando o lugar que o Verde Pino precisava, para facilitar o encontro entre os amigos que demandam a Várzea, na sã procura de umas horas de sábio e culto convívio. Claro que, apesar do savoir-faire do André, muito do sucesso de cada encontro depende da qualidade do grupo...

André Maia não precisa de publicidade. Conta com bons amigos, como a minha querida Maria Almira Medina, que ali me levou para ali cativado ficar. Embora ninguém tivesse encomendado o sermão, não resisto a passar-lhes o número do telefone 919939112 para poderem contactar. Recomendo vivamente!


Não é Primavera? Estão perto e sabem os amigos um do outro? Ainda bem. Olhem que, para ir ao Verde Pino não é preciso enquadrarem-se na cantiga. O que é preciso é ir na minha cantiga...

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