[sempre de acordo com a antiga ortografia]

segunda-feira, 26 de novembro de 2012

 
Benjamin Britten,
aniversário com a Marquesa de Cadaval


No próximo ano, precisamente nesta data, iremos comemorar o centenário de Benjamin Britten (22 Novembro de 1913 – 4 de Dezembro de 1976). Por essa altura, muito gostaria eu que se pu
desse promover, quanto mais não fosse, uma versão concertante de “Curlew River – A Parable for Church Performance”, op. 71, que o compositor dedicou à sua particular amiga, Dona Olga Maria Nicolis di Robilant Álvares Pereira de Melo, a nossa bem conhecida mecenas da música Senhora Marquesa de Cadaval.

Gostaria apenas de referir que Britten se inspirou numa peça Nô – forma clássica de teatro profissional japonês, que combina canto, pantomima, música e poesia – intitulada “Sumidagawa” (Rio Sumida), de Juro Motomasa (1395-1431). William Plomer, que seria o libretista, transferiu o cenário original para uma parábola cristã, no enquadramento fictício de Curlew River, nas Fenlands, região pantanosa do leste da Inglaterra.

Como tantas vezes acontece no universo de Britten, por exemplo, nas óperas “Peter Grimes”, “Billy Budd” ou “The Turn of ths Screw”, o enredo está centrado num ‘outsider’ que, neste caso, é Madwoman. Esta peça, que seria estreada em 13 de Junho de 1964, na igreja de St. Barholomew, em Orford, Suffolk, é de primordial importância para se entender como está a montante de uma série de obras que o compositor escreverá subsequentemente, tais como “Owen Wingrave”, “Death in Venice” ou o Terceiro Quarteto de Cordas.

Oxalá alguém aceite e possa concretizar a minha sugestão. Argumentos não faltam já que a senhora Marquesa de Cadaval está indissociavelmente ligada a Benjamin Britten, a peça reveste-se do maior interesse pelo que, no centenário do compositor, esta comemoração seria como ouro sobre azul.

Hoje, ainda a um ano de distância, proponho o visionamento de um excerto da produção da ópera de Birmingham, no âmbito dos BBC Proms de 2004 em que Mark Wilde protagoniza ‘Madwoman’. Terão oportunidade de verificar que se trata de um trablho extremamente cuidado e deveras sofisticado.

Bom visionamento. Boa audição!
 
 

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