[sempre de acordo com a antiga ortografia]

segunda-feira, 26 de novembro de 2012



O pantógrafo e as rendinhas


Como sabem, das habilidades de Joana Vasconcelos tenho dito aquilo que não diz Maomé do toucinho. Considero profundamente lamentável o crédito alcançado por alguém cujas propostas pseudo-artísticas se limitam, praticamente, a uma sábia utilização do pantógrafo e ao oportunístico aproveitamento dos artefactos de genuínos artistas maiúsculos, cobrindo-os de rendilhados ou crochet.

Comprometimentos mais que nebulosos têm impedido que, com a autoridade devida, alguém já tivesse evidenciado que o rei anda nu pelas joaninas investidas no mundo da Arte, que, na realidade, não é o seu. A menos que o mais genuíno kitsch já tenha adquirido o estatuto que, por alguma circunstância, me escapou.

Porém, de vez em quando, lá surge o archote da lucidez empunhado por quem sempre pautou as suas avaliações por padrões de razoabilidade inequívoca. Vem isto a propósito do que, acerca de JV, escreve Clara Ferreira Alves na sua crónica do 'Expresso' do passado sábado, dia 17 do corrente, subordinada ao título "Um país das Caldas".

Referindo-se ao tal video, a montante do qual Marcelo Rebelo de Sousa se posicionou como mentor e promotor, escreve ela: "(...) Para a eterna jubilação do "imaginário popular" e dos zés povinhos, corações de filigrana e barretes saloios, já temos a artista oficial Joana Vasconcelos que compõe o tema popular. E por encomenda nacional. (...)".

Ora bem, como no caso da JV, o rei continua nuzinho da Silva, não querem fazer o favor de aqui alinhar uns comentários afins, acrescentados à bem humorada referência de Clara Ferreira Alves?

Antecipadamente grato, JC.
 
 

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