[sempre de acordo com a antiga ortografia]

domingo, 29 de novembro de 2015




Liszt, Sonata em Si menor
 
 
A célebre Sonata em Si menor, de Franz Liszt (1811-1886), por muitos considerada a sua obra-prima e, inequivocamente, uma das mais importantes e exigentes da pianística de todas as eras, peça monumental, com cerca de meia hora de duração, num só andamento, embora com seis indicações de tempo, um sucessivo cardápio de todos os recursos do virtuosismo.
 
Obra datada de 1853, meio do século e meio da vida do compositor. Desta vez, nas mãos de Khrystian Zimerman, sempre muito refinado, especialmente nos lento assai inicial e final, um verdadeiro tratado, sempre mantendo-nos em suspenso dos surpreendentes efeitos que acaba por conseguir arrancar.
 
Até chegar à conclusão de que, na interpretação da peça, este era o apuro que almejava, gravou 76 'takes'... Uma loucura, não é? A busca da perfeição? Sim, provando que o sublime é tangível, apesar do martírio, de enormes sacrifícios, «ao serviço» de uma obra-prima que tudo merece.

Gosto muito desta interpretação. [I] Mas, santo Deus, o que tenho eu ouvido para poder isto mesmo dizer? Horowitz, Argerich, Katsaris, Bolet, Pollini, Volodos, Trifonov, Grimaud, Grinberg, Laplante, Vasary, Brendel, Howard, sei lá quantos mais... Então, o desassossego de Julian von Karolyi, numa gravação de 1965 que tantos dos meus amigos consideram o máximo? [II]

Sabem a maldade que vos proponho? Que ouçam as duas. Não, não para comparar mas, eventualmente, para preferir. E porquê.

Boa Audição!

https://youtu.be/IeKMMDxrsBE [I]
https://youtu.be/4A8lZfLNHHY [II]
 
 

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