Vinte e Cinco de Abril
À moda de Sintra
(conclusão)
Portanto, a Câmara Municipal de Sintra, não podia ter sido mais infeliz na semana em que se comemorou o Vinte e Cinco de Abril. Primeiramente, ainda não foi capaz de devolver ao povo de Sintra a liberdade de acesso ao recinto de Seteais. Depois, na zona da Estefânea, atamancou uma intervenção de obras que não podia ter sido mais ordinária. Finalmente, muito comprometida, celebrou a data tão à pressa que parecia não querer estar na cena…
…Sempre!
O Vinte e Cinco de Abril ficou conhecido pelo famoso programa dos três D. Para além do descolonizar e, ao contrário do que muitos julgam ou tentam escamotear – como se este fosse um país sequer próximo da média europeia – estão por cumprir democratizar e desenvolver. Preciso é continuar a regar este tão difícil terreno com um fertilizante abundante noutro D, o de denúncia, que implica descomprometimento, coragem e desassombro.
Convém não esquecer que o Vinte e Cinco de Abril não é coisa acabada, comemorável como, por exemplo, a data do armistício que pôs fim às guerras mundiais, através de rituais de circunstância. O nosso Vinte e Cinco de Abril antes é obra aberta, a celebrar como acto inicial de um caminho que, ouso afirmar, apenas começámos a percorrer.
Para tanto, sem discursos grandiloquentes, forçoso é que nos impliquemos, denunciando as situações, não autorizando os eleitos ao incurso em práticas de desleixo na resolução de assuntos, não permitindo sistemáticas omissões que tanto escândalo causam, exigindo a máxima dignidade na resolução de todos os casos de desconforto das populações. Se celebrar Abril não pressupuser este cardápio de objectivos, então não passa de hipócrita farsa.
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