[sempre de acordo com a antiga ortografia]

sexta-feira, 30 de outubro de 2015



Afinal,
isto é mesmo uma «república de bananas»?

[publicado no facebook em 29.10.2015]
 
Em meu entender, se houvesse agências de «rating» afectas à classificação de determinados órgãos da comunicação social, o 'Correio da Manhã', provavelmente, não escaparia ao grau zero da tabela, qualquer coisa como o homónimo «lixo» da economia portuguesa...
 
Daí a admitir que possa ser objecto de uma medida despachada por um Juíz de Direito, de um Estado Democrático de Direito, no sentido de o silenciar, é algo de impensável.
 
Seja qual for a matéria objecto da decisão de censura! É uma vergonha!
 
 
Correio da Manhã - CENSURADO
 
"Um tribunal proibiu o CM e a CMTV de publicarem notícias sobre o processo que tem Sócrates como principal arguido. A decisão é ext...ensa e está a ser analisada pelos advogados deste jornal mas, tratando-se de uma deliberação judicial, o CM vai, para já, acatá-la. No lugar próprio vamos contestá-la.
 
A providência cautelar foi requerida pela defesa de Sócrates e tem o estranho efeito de silenciar o CM sobre o processo, mas não o próprio nem os seus advogados. Numa democracia que tem a liberdade de imprensa e de expressão como pilares, este tipo de silenciamento aproxima-se perigosamente da ideia de censura prévia. É típica do velho país do respeitinho que políticos como Sócrates e alguns setores do poder judicial tanto gostam. Vai, de resto, em colisão frontal com a jurisprudência nacional e do Tribunal Europeu dos Direitos do Homem.

Uma coisa é certa: não será esta providência cautelar que vai parar a investigação do CM sobre o político Sócrates e que vem desde um tempo em que não havia qualquer investigação sobre ele. Jornalismo que se demite da sua obrigação de escrutínio dos atores políticos não é digno nem do nome nem da nobre história da profissão."

EDUARDO DÂMASO, Diretor-adjunto do Correio da Manhã
28/10/2015

Ler mais em: http://www.cmjornal.xl.pt/…/e…/detalhe/o_pais_do_respeitinho
 

 


Isabel dos Santos?
José Eduardo dos Santos?
Etc dos Santos?
 
Que vergonha!


[publicado no facebook em 29.10.2015]

Como pode o Estado Português se não patrocinar, pelo menos, fazendo «vista grossa» a certos negócios, envolvendo criminosos deste calibre que já dominam parte significativa de vários negócios em Portugal?

A esperança

Espero poder ver o futuro Governo de Portugal, liderado por António Costa, fazendo a diplomacia que for necessária para que não nos sintamos envergonhados por tanto horror.
 
 
Mundo
reportagem do New York Times é de cortar a respiração (tem legendas em português). Não deixem de ver e de partilhar. É bom sabermos a natureza da clique qu...e está por aí, nos negócios, a comprar grandes empresas, bancos e jornais. Aviso: algumas das imagens são difíceis de suportar, pela sua crueza e pela sua verdade.
 

 




Dias 30 e 31 de outubro

Artur Pizarro encerra “Noites de Queluz -
- Tempestade e Galanterie”
com Rinaldo Zhok e Divino Sospiro


- Encerramento do ciclo conta com dois concertos
- Programas dos concertos incluem obras de Beethoven, Mozart, Clementi, Bach, Neef e Haydn
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Passo a transcrever informação da Parques de Sintra. De minha lavra, apenas a proposta final de audição de uma das peças que será interpretada no serão de amanhã.
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O ciclo “Noites de Queluz – Tempestade e Galanterie” encerra com dois concertos do pianista Artur Pizarro nos dias 30 e 31 de outubro, acompanhado por Rinaldo Zhok e pela orquestra Divino Sospiro (com direção musical do maestro Massimo Mazzeo), respetivamente.

SEXTA-FEIRA, 30 DE OUTUBRO

Na sexta-feira, 30 de outubro, Artur Pizarro junta-se a Rinaldo Zhok para apresentarem ao pianoforte Clementi o concerto “Classicismo a 4 Mãos”. Esta é uma noite de estreias na medida em que o pianoforte Clementi sairá, pela primeira vez, no âmbito dos ciclos de música, da Sala da Música e será transportado para a Sala do Trono, onde terá lugar o concerto, às 21h30. Será ainda a primeira vez que Pizarro e Zhok tocarão o pianoforte Clementi.

Neste recital serão interpretadas a “Sonata em Ré maior op. 6 (1796) ” e a “8 Variações em Dó maior sobre um tema do Conde Waldstein Woo 67 (1790)” de L. v. Beethoven; a “Sonata em Mi bemol maior op. 14 n. 3 para pianoforte a quatro mãos (1768)” de M. Clementi; a “Fantasia em Fá menor para Órgão Mecânico KV 594 (1790)” e a “Fantasia em Fá menor para Órgão Mecânico KV 608 (1791)” de W. A. Mozart; e “6 Peças fáceis a partir da ópera «A Flauta Mágica» de W. A. Mozart (1796)” de Christian Gottlob Neefe.

Artur Pizarro e Rinaldo Zhok, que formaram em 2014 um duo para repertórios de piano a quatro mãos e para dois pianos, centram-se, neste recital, na Viena de Mozart e de Beethoven e em dois compositores que com eles se relacionaram: Neefe (que ensinou Beethoven) e Clementi (que tocou com Mozart).

Artur Pizarro

Artur Pizarro é um dos artistas portugueses mais reputados a nível internacional, atuando em recitais, concertos de música de câmara e com os principais maestros e orquestras do mundo. Recebeu vários prémios em Portugal, pelos seus contributos para a música clássica e a cultura, incluindo o Prémio da Imprensa Portuguesa, o prémio da Sociedade Portuguesa de Autores, a Medalha da Cultura da Cidade do Funchal e a Medalha de Mérito Cultural do Governo Português. Artur Pizarro conquistou primeiros prémios no Concurso Vianna da Motta de 1987, no 1988 Greater Palm Beach Symphony Competition e no 1990 Leeds International Pianoforte Competition, o que marcou o início de uma carreira internacional de concertista.

Rinaldo Zhok

Rinaldo Zhok, apaixonado por música de câmara, em particular pelas peças para piano a quatro mãos, formou, com Cristina Santin, um duo, que atuou profusamente. Aperfeiçoou a sua arte na Academia de Música e Teatro de Munique, sob a orientação do famoso duo Yaara Tal e Andreas Groethuysen. Rinaldo Zhok prosseguiu os seus estudos com Boris Bloch, conquistando um «Konzertdiplom» na Volkwang Universität, em Essen. Entre os contactos importantes que teve com outros músicos, contam-se Lazar Berman, Aldo Ciccolini, Dario De Rosa, Pier Narciso Masi, Mauro Minguzzi e Riccardo Zadra.

SÁBADO, 31 DE OUTUBRO

No sábado, dia 31 de outubro, Artur Pizarro junta-se à orquestra Divino Sospir, conduzida pelo maestro Massimo Mazzeo, para apresentar o concerto “Explorações Originais”.
Nesta noite Artur Pizarro tocará pela primeira vez ao cravo, enquanto Rinaldo Zhok se apresentará ao pianoforte.

O concerto terá lugar na Sala do Trono, às 21h30, e serão interpretadas as seguintes obras: “Sinfonia em Sol maior Wq 182-1” e “Concerto para pianoforte, cravo e orquestra” de C. P. E. Bach e “Abertura de «L’Isola Disabitata» Hob. XXVIII:9” e “Sinfonia Nº 60 em Dó maior Hob. 1:60 «Il distratto»” de F. J. Haydn.

Neste concerto o público terá a oportunidade de assistir ao que, praticamente ao mesmo tempo, faziam C. P. E. Bach e Joseph Haydn com o género “sinfonia”.

Massimo Mazzeo e Divino Sospiro

Massimo Mazzeo fez parte de algumas das mais representativas orquestras do panorama musical italiano. No domínio da música contemporânea e música de câmara, destaca-se a colaboração com um vasto leque de artistas dos quais se destacam Luciano Berio, Salvatore Sciarrino, Mauricio Kagel, Salvatore Accardo, Bruno Canino, entre outros.

No âmbito da interpretação historicamente informada fundou em 2004 a orquestra barroca Divino Sospiro, que se afirma, num curto espaço de tempo, como uma das orquestras de referência em Portugal. Com este grupo, apresentou-se em alguns dos mais prestigiados festivais a nível nacional e internacional.

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Aqui têm uma das peças constantes do programa do concerto do dia 30, a Sonata em Mi bemol maior op. 14 n. 3 para pianoforte a quatro mãos de Muzio Clementi, na interpretação do estupendo duo constituído por Aglika Genova and Liuben Dimitrov, conhecido por Genova & Dimitrov. Para acesso aos três andamentos da peça, há que accionar cada um dos comandos


https://youtu.be/WG6vZ_qBD8M [I]
https://youtu.be/ZP1XaoyUvuI [II]
https://youtu.be/IRyW9CS4M24 [III]
 
 
Genova & Dimitrov piano duo - Muzio Clementi - Sonata op.14-3 E-flat major for Piano Four Hands (I)
youtube.com
 
 

 



29 de Outubro de 1816
Nascimento de Fernando de Sax-Coburg-Gotha



[publicado no facebook em 29.10.2015]


Aniversário do Senhor D. Fernando II, no ano em que também passam 130 anos sobre a sua morte e, hoje, precisamente um ano antes de se comemorar os 200 anos do seu nascimento.
Será verdade que, para mim, as efemérides não são letra morta. Este mural bem-no atesta contemplando-as diariamente. À minha modesta escala e possibilidades, celebro-as e, com essa atitude, pelo menos junto daqueles que me são mais próximos, contrbuo para que se mantenha viva a memória.

Em Sintra, a celebração da memória do rei D. Fernando II, ou é muito bissexta ou, pura e simplesmente, omissa. Hoje, por exemplo, a nível de comemorações oficiais, se algo está preparado, não tenho conhecimento e, portanto, mesmo que viesse a acontecer, teria sido mal divulgado.
Na Escola D. Fernando II, aqui na Estefânea - a mesma Estefânea que foi mulher de D. Pedro V e, portanto, nora do Rei consorte - não hoje mas em próxima oportunidade, irei conversar com os meninos de uma turma do 6º ano acerca do patrono daquela casa. Lá está, tão só, ao nível do que me é possivel.

Não entendo, francamente não entendo como pode suceder que, tanto lhe devendo, esta terra, não consiga promover, anual e pontualmente, as celebrações mínimas que lhe são devidas. Trata-se de um défice interessante de analisar que, convenhamos, ultrapassa os casos de Sintra e da personagem em questão.

Permitam que, mais uma vez, me socorra de um texto publicado no 'Jornal de Sintra' em 2006, ao qual acrescentei a proposta final de audição de uma peça musical que tudo tem a ver com o texto, com o Senhor D. Fernando II, com a grande Música e com a Cultura ocidental judaico-cristã, nossa europeia matriz de absoluta referência.

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D. Fernando II
Pobre artista! Pobre rei!



[transcrição de um texto publicado no 'Jornal de Sintra' em 2006, com proposta final de audição de uma peça musical]

Há muitos anos que, para mim, o 29 de Outubro é subordinado à memória de Fernando de Sax-Coburg-Gotha (Coburg, 29.10.1816 - Lisboa, 15.12.1885), um dos homens que mais decisivamente marcou a segunda metade do século dezanove em Portugal, especialmente no âmbito da defesa e recuperação do património.

Muitas são as histórias e os episódios de salvaguarda de peças de valor patrimonial inestimável, in extremis resgatadas ao destino da pura e simples destruição, não fosse a sua directa intervenção. Um verdadeiro diletante, homem informado e de grande cultura, artista ele próprio, grande amante da Música, cantor, pintor de gabarito, tão impressiva foi a marca da sua atitude e actividades que ainda hoje é lembrado sob o epíteto de rei artista.

"(...) Pobre artista! Pobre rei!" É com estas exclamações que Ramalho Ortigão termina o texto subordinado ao título O Rei D. Fernando.* Estas palavras são precedidas por vinte páginas de uma homenagem que, passados que já são cento e vinte um anos sobre a sua escrita, ainda hoje continuam a funcionar como pretexto para que os portugueses melhor se reconheçam, quando lhes dá para o farisaísmo, mesquinhez, ordinarice, inveja, na acabada demonstração da incapacidade de se organizarem à volta dos seus mais autênticos interesses.

Animação da Leitura...

Quem ainda não leu aquelas estupendas linhas de "As Farpas" e julga conhecer a grande e a pequena História de Sintra, em especial no que se refere ao legado da Pena, não sabe o que tem andado a perder. Ramalho Ortigão escreveu-as, na sequência da morte do Senhor D. Fernando, a quente, reagindo à hipocrisia de uma data de ignorantes que, ao fim e ao cabo, ainda andam por aí. Ou ainda não terão notado? Verão a razão que me assiste quando as lerem.

Uma das maneiras para melhor comemorar a efeméride, não tenho a mínima dúvida, passa pela leitura de texto tão recomendável, que tanto proveito e gozo estético proporcionará a quem seguir o concelho deste humilde escriba que se atreve, não só ao beija-mão real, mas também à evocação de um escritor maior de oitocentos. Nos dias que correm, passe a presunção, não é façanha menor...

Animação da Música...

Mas ainda não vos deixo sem outra recomendação que, aliás é suscitada pela leitura que recomendo: "(...) E, instalando-se num fauteuil, ao fundo da sala de música, [D.Fernando] cantou-lhe ao piano, à mais larga expressão elegíaca da sua extensa voz de baixo cantante, A Criação, de Haydn (...)"
Ouçam essa outra obra-prima. Mesmo que já conheçam a oratória "A Criação", não deixem de repetir. Dêem-se ao luxo de participar naquele momento sublime da História da Música que cioincide com a fracção de Tempo em que, no Espaço do caos, a luz se fez. O grande Haydn, introduzido pelo próprio Mozart na Maçonaria, deixa nesta obra o seu mais alto contributo para o brilhante acervo artístico da Augusta Ordem. Ouçam. Repitam.

Ainda vos escreverei que, durante alguns anos de luto, pelo que estava a acontecer no Parque da Pena, especialmente sob a desastrada administração do biólogo Serra Lopes, pedia eu a Brahms que, com o seu "Ein Deutsches Requiem", me acompanhasse na celebração da efeméride fernandina. Como sabem, trata-se de um Requiem profano, já que não segue o cânone cristão. Mas raramente, música e textos, do Antigo e Novo Testamentos, traduzidos por Lutero, tão bem encontraram um caminho comum para celebrar a Morte das coisas e das pessoas.

...e Animação da Arte, em geral

Mas, por favor, nada de misturas. Em primeiro lugar, leiam. Depois, escutem as músicas. Não façam como tanta e tão boa gente, que afirma precisar da Música como fundo para a concretização de outras actividades culturais, como a leitura da Literatura, por exemplo. Se querem saber, eu sou completamente contra. É que tanto a Literatura como a Música são tão exigentes de concentração, que o leitor-simultaneamente-ouvinte, mesmo de obras literárias e musicasis afins, com certeza, perderá inúmeros aspectos de uma e outra obras de Arte.

Hoje, em memória de um pobre rei, em memória de um pobre artista, saibamos conceder-nos o benefício da Arte e, muito a propósito, lembremos o horaciano 'carpe diem' que, ao contrário do que alguns consideram bem interpretar, nada tem de aconselhamento à facilidade. E facilidade foi coisa que D. Fernando jamais promoveu embora tivesse sabido muito bem aproveitar os dias da sua passagem por aqui.

(*) RAMALHO ORTIGÃO, José Duarte, O Rei D. Fernando, in As Farpas, Obras Completas de Ramalho Ortigão, tomo III, Livraria Clássica Editora, Lisboa, 1969

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Fim de citação. Apenas uma proposta final para vos pôr a vibrar comigo e com o senhor D. Fernando II. Como não podia deixar de ser, de acordo com a preferência do homenageado, aqui vos deixo com os momentos "A Criação" de Joseph Haydn, na estupenda leitura de Pinnock, dirigindo a Orchestra of the Age of Enlightenment, com os solistas • Christina Landshamer: soprano • Toby Spence: tenor e • Matthew Rose: barítono.

Ficam com a obra integral, uma das mais fabulosas realizações não só da Música mas também da Arte de todos os tempos, que bem atesta o sofisticado gosto do homem de cultura que era D. Fernando. Não se fiquem pelos momentos iniciais e, por aquela célebre explosão que, nesta gravação ocorre, precisamente, aos 8 minutos..

Boa audição!

 
 
__ Haydn: Die Schöpfung, oratorio in three parts, Hob. XXI:2 • Christina Landshamer: soprano • Toby…
youtube.com
 


Efeméride mozartiana
29 de Outubro de 1829
Morte de Nannerl


Outra tivesse sido a época e, dúvidas não subsistem, Maria Anna Mozart [Maria Anna von Berchtold zu Sonnenburg], teria todas as qualidades para se tornar numa compositora de primeira grandeza. Emparceirou no mais famoso par de meninos-prodígio da História da Música mas, a partir de determinada altura, pelos seus quinze anos, o pai Leopold investiu tudo no filho rapaz, ficando Nannerl na sombra, como professora de piano, ela que também era exímia no violino.

Há episódios interessantes na longa vida desta única irmã de Wolfgang Mozart, alguns dos quais já partilhei convosco oportunamente. Em Salzburg, está sepultada numa campa junto à de Johann Michael Haydn, um bom compositor e irmão do mais conhecido e famoso Franz Joseph Haydn, no lindíssimo cemitério St Peters, ambas em pequena capela já no acesso às catacumbas tão singelas. Aqui vos deixo uma foto desse que é um dos lugares de eleição durante as minhas estadas.
 
 
 
Mozart's Sisters Grave
 


28 de Outubro de 1787
Efeméride mozartiana

 
Praga: termina a composição de
Don Giovanni

[facebook, 28.10.2015]

No seu catálogo pessoal, escreve o compositor:

"28 de Outubro, em Praga. Il dissoluto punito, o, il Don Giovanni. Opera Buffa em 2 Actos, 24 partes Musicais, Actores: Signore Teresa Saporiti, Bondini and Micelli; Signori Passi, Ponziani, Baglioni e Lolli." [sic, pontuação, Italiano; em Português a tradução do original Alemão]

Do final da ópera, a célebre leitura de Abbado, dirigindo a Orquestra de Câmara da Europa, em Ferrara (1997)

Don Giovanni: Simon Keenlyside
Il Commendatore: Matti Salminen
Leporello: Bryn Terfel


Boa Audição!

Ver mais
 
 
 
 
Mozart - Don Giovanni - Abbado, Ferrara (1997) - Finale Don Giovanni: Simon Keenlyside Il Commendatore: Matti Salminen Leporello: Bryn Terfel Conducted by Cl...
youtube.com
 

quarta-feira, 28 de outubro de 2015




O lamentável Cavaco
 
 
[facebook, 27.10.2015]
 
 
Se, cá dentro, o seu discurso de indigitação de Passo Coelho, não podia ter sido menos bem recebido, lá fora quase se qualificou como troglodita.
 
Da 'análise da imprensa' constante do documento que passo a partilhar, apenas um excerto bastante esclarecedor:
 
"Jogo perigoso"

Na versão francófona do diário multinacional La Tribune, Romaric Godin, comenta que "o cálculo do presidente da República pode parecer de vistas curtas", mas, na verdade, "visa ganhar tempo para permitir uma dissolução do parlamento logo que seja possível, ou seja, seis meses depois da eleição presidencial prevista para janeiro". Esta atitude mostra que "a direita portuguesa tenta contornar a votação de 4 de outubro instrumentalizando o euro e a UE. Ao fazer da moção de rejeição um voto por ou contra o euro, o inquilino do Palácio de Belém tenta dar à direita a maioria que as urnas não lhe deram". E este jogo, "a médio prazo, parece muito perigoso".
 
 
 
 
 
Das mais diversas proveniências, da esquerda à direita, o presidente da República é trucidado por boa parte da imprensa internacional.
rtp.pt|De RTP, Rádio e Televisão de Portugal - RTP
 


Goethe Institut,
29 de Outubro, 18.30


[facebook, 27.10.2015]

 Os Leitmotive de "Tristão e Isolde"

Aqui, em Sintra, há quem muito vibre com temas wagnerianos. Para esses meus amigos, aqui fica o convite do Círculo Richard Wagner, do qual sou sócio fundador, para uma sessão que se adivinha do maior interesse. A entrada é livre.
 
 
 
GOETHE-INSTITUT LISBOA - CICLO CONVERSAS SOBRE WAGNER À VOLTA DO TRISTÃO

29.10.2015 - 18h30 CONVERSA - Entrada livre
O que é um Leitmotiv?
Os Leitmotive do Tris...tão e Isolda.
Eugénio Harrington Sena com João Paulo Santos.
 
João Paulo Santos é maestro e pianista. Desde sempre ligado ao Teatro Nacional de São Carlos, onde exerceu vários cargos, é, hoje em dia, o seu Director de Estudos Musicais, Director Musical de Cena e Coordenador do Estúdio de Ópera. Ensaiou, na qualidade de maestro correpetidor, todas as dez óperas de Wagner, de “O Navio Fantasma” a “O Crepúsculo dos Deuses”. Desde 1990 que desenvolve actividade como chefe de orquestra, estando previsto que, na presente temporada 2105/2016 do Teatro Nacional de São Carlos, dirija as óperas “Les Dialogues des Carmélites” e “Lindane e Dalmiro”. Gravou vários discos e foi galardoado com o Prémio «Acarte 2000» pela direcção musical de “The English Cat”. É, sem dúvida, um dos músicos portugueses mais brilhantes da sua geração e com um reportório variadíssimo e prolífico.
 
 
 


27 de Outubro de 1892
Nascimento de Graciliano Ramos (m. 1953)

[facebook, 27.10.2015]


Para a evocação que hoje me interessa, apenas a partilhar convosco a convicção profunda de que se trata de uma das vozes mais sérias e grandes da literatura brasileira e universal. Se quiserem entender, para mim, "Vidas Secas", de 1938, é a única obra de toda a Literatura do século vinte que pode emparceirar, perfeitamente, com "The Old Man and the Sea" (1952), de Ernest Hemigway.

Além de escritor de primeira água - magistralmente estudado pelo meu querido amigo Prof. Fernando Alves Cristóvão - Graciliano ramos foi homem empenhadíssimo em termos cívicos, tendo ingressado no antigo Partido Comunista do Brasil, onde se destaca, já sob a direcção de Luís Carlos Prestes.
Eis um belo excerto de "Vidas Secas":

"(...) Acocorada junto às pedras que serviam de trempe, a saia de ramagens entalada entre as coxas, sinha Vitória soprava o fogo. Uma nuvem de cinza voou dos tições e cobriu-lhe a cara, a fumaça inundou-lhe os olhos, o rosário de contas brancas e azuis desprendeu-se do cabeção e bateu na panela. Sinha Vitória limpou as lágrimas com as costas das mãos, encarquilhou as pálpebras, meteu o rosário no seio e continuou a soprar com vontade, enchendo muito as bochechas. Labaredas lamberam as achas de angico, esmoreceram, tornaram a levantar-se e espalharam-se entre as pedras. Sinha Vitória aprumou o espinhaço e agitou o abano. Uma chuva de faíscas mergulhou num banho luminoso a cachorra Baleia, que se enroscava no calor e cochilava embalada pelas emanações da comida. Sentindo a deslocação do ar e a crepitação dos gravetos, Baleia despertou, retirou-se prudentemente, receosa de sapecar o pêlo, e ficou observando maravilhada as estrelinhas vermelhas que se apagavam antes de tocar o chão. Aprovou com um movimento a cauda aquele fenômeno e desejou expressar a sua admiração à dona. Chegou-se a ela em saltos curtos, ofegando, ergueu-se a ela em saltos curtos, ofegando, ergueu-se nas pernas traseiras, imitando gente. Mas sinhá Vitória não queria saber de elogios. - Arreda! Deu um pontapé na cachorra, que se afastou humilhada e com sentimentos de revolucionários. (...)"

Sintomaticamente, em 1962, "Vidas Secas" foi galardoado com o Prémio da William Faulkner Foundation (USA), como livro representativo da Literatura americana Contemporânea.

"Vidas Secas" deu origem ao filme homónimo (1963), realizado por Nelson Pereira dos Santos, com nítida influência do neo-realismo italiano, tendo-se notabilizado como um dos mais conhecidos do designado «Cinema Novo». Foi o único filme brasileiro indicado pelo British Film Institute como uma das 360 obras fundamentais de qualquer cinemateca.

Inequivocamente, a ver ou, estou certo, na maior parte dos casos, a rever!

Ver mais
 
 
Vidas secas é um filme brasileiro de 1963, do gênero drama, dirigido por Nelson Pereira dos Santos para a Herbert Richers. O roteiro é baseado no livro homôn...
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Sintomática maturidade,
Nitzsche não diria melhor


[facebook, 27.10.2015]


Excerto de diálogo entre miúdos de quinze anos, estudantes de uma escola próxima da nossa casa, ontem ouvido pela minha mulher, à saída de um minimercado, certamente, no contexto de assunto de natureza sexual:


- Eu vou morrer virgem!
- Ah isso é que não vais porque a vida f...-nos a todos!



Dá, não dá que pensar?!


27 de Outubro de 1914
Nascimento de Dylan Thomas (m. 1953)
 
[facebook, 27.10.2015]
 
Há cinquenta anos, em Letras, no primeiro ano da Faculdade, o poeta Tomaz Kim - pseudónimo de Joaquim Fernandes Tomás Monteiro Grilo, professor de Teoria da Literatura, a quem devo os maiores tesouros de descoberta da nova Poesia - dava-me a conhecer o portento. De tal modo desassossegou os me meus dezassete anos de então que não mais deixou de jorrar a sua verve. Permanente espanto. Até hoje.
 
Eis "Light breaks where no sun shines" de Dylan Thomas e, de seguida, a tradução por Jorge de Sena.

Light breaks where no sun shines;
Where no sea runs, the waters of the heart
Push in their tides;
And, broken ghosts with glow-worms in their heads,
The things of light
File through the flesh where no flesh decks the bones.
A candle in the thighs
Warms youth and seed and burns the seeds of age;
Where no seed stirs,
The fruit of man unwrinkles in the stars,
Bright as a fig;
Where no wax is, the candle shows its hairs.
Dawn breaks behind the eyes;
From poles of skull and toe the windy blood
Slides like a sea;
Nor fenced, nor staked, the gushers of the sky
Spout to the rod
Divining in a smile the oil of tears.
Night in the sockets rounds,
Like some pitch moon, the limit of the globes;
Day lights the bone;
Where no cold is, the skinning gales unpin
The winter’s robes;
The film of spring is hanging from the lids.
Light breaks on secret lots,
On tips of thought where thoughts smell in the rain;
When logics die,
The secret of the soil grows through the eye,
And blood jumps in the sun;
Above the waste allotments the dawn halts.



[Tradução por Jorge de Sena]


A luz rompe onde o sol não brilha;
Onde o mar não corre, as águas do coração
Avançam suas marés;
E, quebrados espectros com pirilampos nas cabeças.
As coisas da luz
Insinuam-se na carne onde carne não cobre os ossos.

Um círio entre as pernas
Aquece a juventude e o sémen e queima o sémen da idade;
Onde sémen se não agita,
O fruto do homem incha nas estrelas,
Brilhante como um figo;
Onde cera não há, o círio mostra os seus cabelos.

A alvorada rompe atrás dos olhos;
De mastros do crânio e dedos dos pés o soprante sangue
Desliza como um mar;
Sem muros nem estacadas, os borbotões do céu
Esguicham para a vara do vedor
Num sorriso o óleo das lágrimas.

A noite nas órbitas arredondada,
Como uma luz de paz, o limite dos globos;
O dia acende o osso;
Onde frio não há, as ventanias desprendem
As vestes do Inverno;
A película da Primavera pende nas pálpebras.

A luz rompe em lotes secretos,
Em pontas do pensar onde os pensamentos cheiram mal na chuva;
Quando a lógica morre,
O segredo do solo cresce pelos olhos dentro,
E o sangue salta ao sol;
Por sobre os terrenos vagos a alvorada pára.
 
 
 



27 de Outubro de 1782
Nascimento de Nicolo Paganini (m. 1840)
 
[facebook, 27.10.2015]
 
 
Comemoremos o aniversário ouvindo:

1. Primeiro andamento, 'Allegro maestoso' do Concerto de Violino No. 4. O solista e maestro é Massimo Quarta que toca num violino que pertenceu ao compositor dirigindo a Orchestra del Teatro Carlo Felice di Génova [I];

2. Allegro con brio do Quarteto de Cordas em Fá Maior, Op. 95 'Serioso', de Beethoven, pelo Tokyo String Quartet, tocando num conjunto de instrumentos que pertenceram ao próprio Paganini [II].

Desde 2013, altura da extinção do Quarteto Tokyo, e, tal como já tive oportunidade de informar, os dois violinos, a viola e o violoncelo Stradivari em questão, foram cedidos pela proprietária Nippon Music Foundation ao famosíssimo Quarteto Hagen de Salzburg.

Vem a propósito esclarecer que uma grande parte dos mais famosos instrumentos de corda que circulam por esse mundo, por exemplo, das oficinas de Stradivari, Maggini, Stainer, Klotz, Ruggieri, Amati, Bergonzi, Guarnieri, Lupot, Veuillaume, etc, pertencem a grandes bancos e fundações internacionais, que os cedem aos intérpretes 'galácticos', permanecendo estes como fiéis depositários desse precioso património.


Boa Audição!

https://youtu.be/DGrOzmd3FfE [I]
http://youtu.be/U5dK2bHhv5Q [II]
 
 

segunda-feira, 26 de outubro de 2015



Scarlatti & Kipnis
- sucesso para recordar


Em dia de comemorar Domenico Scarlatti, eis algumas das suas sonatas, nas mãos de Igor Kipnis, um dos grandes cravistas do século vinte. Esteve na Gulbenkian. Quem se lembra?
Boa Audição!

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Festa da Música!
Querem confirmar?
Bocherini, Fandango para dois cravos
 


Interpretação:
Andreas Staier e Christine Schornsheim - cravos
Adela Gonzáles Cámpa - castanholas.


Gravação digital, 1999 Teldec Classics International, Hamburg, Germany.
CD no. 3984-21468-2.


Boa Audição!

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