[sempre de acordo com a antiga ortografia]

terça-feira, 14 de junho de 2016



FESTIVAL DE SINTRA,
UMA CRÓNICA DE OUTROS TEMPOS


(SEM QUALQUER PROPÓSITO DE COMPARAÇÂO
NEM COM A GLÓRIA DE OUTRAS DÉCADAS
NEM COM A ACTUALIDADE)


[Publicado no facebook em 11 de Maio de 2016]


Na véspera do início da edição do Festival de Sintra 2016, ocorrem-me dezenas de textos que tenho assinado e publicado a propósito de eventos integrados nesta anual iniciativa.
Com alguma saudade, eis um artigo datado de 2012, precisamente referente à sessão de Abertura da 47ª edição. Naquela altura, ainda nenhum indício havia de que o Festival já estava a viver o fim de uma era...
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Festival de Sintra,
Abertura 2012,
bons sinais



De acordo com o programa oportunamente anunciado, começou hoje a 47ª edição do Festival de Sintra. Como lembrarão, na passada terça-feira, chamei a atenção para os eventos do dia de abertura, a conferência de Rui Vieira Nery e o recital de Grigory Sokolov.

Quanto à conferência, o conhecido musicólogo obedeceu ao esquema que costuma observar, ou seja, subordinando-se a um tema – neste caso, 'A Viena imperial e a matriz cosmopolita do Romantismo musical europeu' – foi ilustrando as pertinentes considerações com excertos de gravações das peças musicais que, inequivocamente, melhor se enquadravam.

Durante hora e meia, fizemos o fascinante percurso de um século de música, sensivelmente, entre 1815 e 1914, partindo de Beethoven e de Schubert, caracterizando a Viena capital imperial que, a um tempo é conservadora e cosmopolita, fervilhando numa actividade musical verdadeiramente imparável, que acolhe a ópera de Weber, de Meyerbeer, Rossini, Bellini, Verdi, mas incapaz de lidar com a modernidade wagneriana.

Assistimos ao sucesso de Brahms, à contemporaneidade finissecular da valsa, da polka e da marcha, às tentativas de afirmação de novas vozes portadoras de linguagens que vão afirmar-se através de Mahler, Hugo Wolf e Richard Strauss e também de um Bruckner, sempre numa moldura vienense nostálgica, poética, edílica que conhece e convive com as primícias da psicanálise freudiana, de consequências tão decisivas em toda a Arte e, naturalmente, também na Música.

Sem meios sofisticados de apoio, limitando-se à reprodução de CDs, Rui Vieira Nery foi, como sempre, muito eficaz, num ambiente da maior informalidade. O Presidente da Câmara Municipal de Sintra, Prof. Fernando Roboredo Seara – que, tal como o próprio conferencista, está a viver um período difícil subsequente ao recente falecimento do seu pai – fez uma apresentação tão simples quanto rápida mas muito certeira.

Esta proposta de iniciar o Festival com uma conferência é coisa muito sua, modelo que começou a privilegiar, há já uns bons anos, quando, para o mesmo efeito, convidou o Prof. António Damásio. É assim que Fernando Roboredo Seara pretende e também consegue demonstrar como, em tempo de grande contenção financeira, um Festival de Música pode e deve ser lugar de aprendizagens várias e cruzadas, de refrescamento e enriquecimento espiritual, convidando alguém que, à partida, garante que tais propósitos serão, de facto, alcançados para benefício de todos quantos participarem.

Claro que correu bem. Foi mesmo muito agradável. O Festival não podia ter começado com melhores sinais. Ah, é verdade, por motivos de doença, Sokolov só aqui se apresentará no dia 10 do próximo mês de Julho. Vamos esperar que o pianista recupere e que, mais uma vez, em Sintra, não só passeie a sua fabulosa classe de artista mas também continue a brindar o público com a habitual ímpar generosidade de extras.

PS:
Permitam que finalize, roubando ao Rui Vieira Nery - que, sei perfeitamente, não se importa mesmo nada - esta proposta de audição, na interpretação de Elisabeth Schwarzkopf,. Trata-se de "Wien, du Stadt meiner Träume" [Viena, tu cidade dos meus Sonhos]de Sieczynsky, canção com que ele finalizou a conferência. Mesmo sem terem assistido, façam o favor de imaginar o efeito de chave de ouro...

Boa audição!

https://youtu.be/wLx8uBWY6c4

[Ilustr: Rui Vieira Nery; Elisabeth Schwarzkopf; Fernando Roboredo Seara]
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 


Sintra,
pretexto para Primavera


[Publicado no facebook em 10 de Maio de 2016]

“Die Jahreszeiten” , [As Estações], oratória em quatro partes, Hob.XXI, 3 de Joseph Haydn, composta entre 1799 e 1801 - cujo autógrafo desapareceu, existindo contudo uma cópia em Viena corrigida pelo próprio compositor – foi estreada em privado no dia 24 de Abril de 1801, no palácio Schwarzenberg e, em público, em 29 de Maio seguinte no Burgtheater.

Os solistas encarnam três camponeses, Hanne, Lukas e Simon que vivem o desenvolvimento das quatro estações, nas quatro partes sucessivas da obra, cada uma precedida de uma introdução sinfónica.

A partitura ainda consegue ser mais brilhante que a de “A Criação”, residindo o seu encanto numa aliança muito sofisticada entre temas populares e de escrita erudita, numa extraordinária profusão de ideias melódicas, por um lado, de reminiscências campestres, de alusões pitorescas como canções tradicionais, coros de cantores e de fiandeiras, enquanto que a cultura erudita nos chega através de grandes corais, já de pendor romântico.

Bem pode afirmar-se que “As Estações” constituem o coroamento da carreira de Haydn. É uma obra do século dezanove, com tudo o que tal atribuição temporal sugere, inclusive, apontada por alguns musicólogos como a primeira grande obra romântica do século.

Trata-se de um grande momento da Arte e da Cultura ocidental, e, não esqueçam, obra de dois Irmãos Maçons, portanto, do próprio Joseph Haydn e do Barão Gottfried van Switen, que se encarregou do libreto, segundo um poema de James Thomson traduzido por Brockes, consignando ao todo uma mensagem inequivocamente conotada com determinados elementos da cultura e vivência maçónica.

Por motivos óbvios, num dia em que, aqui em Sintra, apesar da instabilidade meteorológica, a primaveril exuberância da paisagem me atinge em cheio durante a caminhada até ao Caminho dos Frades, optei por vos gratificar com a primeira parte da oratória. Aí tendes ‘A Primavera’, cumprindo-me chamar a atenção para o tema da Sinfonia Nº 94, ‘A Surpresa’, sob a forma de ária ‘Schon eilet froh der Ackermann’ que canta e assobia o trabalhador e, igualmente, à fuga final.

A gravação, com legendas em Alemão, Inglês e Francês, é esplêndida. Nada mais nada menos, tereis Karl Böhm dirigindo a Sinfónica de Viena e o coro Wiener Singverein, com Gundula Janowitz, Peter Schreier e Martti Talvela como solistas.

Permitam que dedique a audição desta peça ao realizador João Santa Clara, com quem, partilhando uma especial afeição por determinadas obras de Haydn, tenho passado dias de intensíssimo trabalho, também de pesquisa musical afim da selecção de temas para a banda sonora de mais um filme biográfico acerca do qual, brevemente, poderei partilhar mais informação.

Boa audição!


http://youtu.be/T7_5-njPJbE

[Ilustr: Joseph Haydn; Die Jahreszeiten; Maestro Karl Böhm]


Foto de João De Oliveira Cachado.


Foto de João De Oliveira Cachado.



 
Foto de João De Oliveira Cachado.
 
 
 
 
 


D. Fernando II,
a Pena e a infelicidade de Portugal



[Publicado no facebook em 9 de Maio de 2016]


Um dia destes, em início de espessa tarde de chuva certa e miúda, depois de passar a entrada principal do Parque, lá segui ao encontro do meu amigo João Santa-Clara, o realizador de cinema com quem colaborei nos filmes biográficos da Senhora Marquesa de Cadaval e da pianista Nella Maissa.

Neste momento, já muito envolvidos noutro projecto análogo, as nossas idas à Pena são frequentíssimas. Vencendo a íngreme vereda em direcção ao Picadeiro, apesar dos apelos, tão singulares à minha volta, não conseguia libertar-me de recentes preocupações que a situação do país coloca.

Naturalmente, lembrei-me do senhor D. Fernando. Conheço de cor as palavras de uma carta para Ernesto de Coburg na qual, mais uma vez, repetia a sua visão da pátria adoptiva como país infeliz com todas as possibilidades para a felicidade:

"(…) É pena que Portugal, criado verdadeiramente pelo céu para ser unicamente feliz, não chegue a compreender quão salutar lhe seria, nestes tempos, um pouco de sentido prático. Portugal com bom senso poderia ser tão feliz (…)".

Passados uns cinco minutos, chegado ao pátio de entrada, o João esperava-me à porta, sob a Janela do Tritão. Subimos até ao Salão Nobre e, de um momento para o outro, mal se nos proporcionou o pretexto, eis que Richard Wagner, Parsifal, Kundry, o Votan Viajante, D. Fernando e a Condessa d’Edla, Gwineth Jones, Birgit Nilsson, Waltraud Meier, Götz Friedrich, Peter Stein, José Augusto França, Abbado, Rattle, Karajan, Petrenko «se nos juntavam» para um bom turbilhão de conversa em que trabalho, a melomania diletante e o muito, muito wagneriano pendor de ambos se mesclaram em dose qb.

À saída, ainda com o mesmo ambiente daquelas chuvosas tardes de serra primaveril, D. Fernando voltava a insinuar-se. Doutra carta:

“(…) Sintra é de facto um sítio magnífico, que não se deixa comparar facilmente com outras regiões. A minha querida Pena é, conforme o meu critério, a coroa da região sintrense. Ainda ontem passámos lá uma das tardes mais maravilhosas que se podem imaginar e regressámos a casa ao luar. Não existe algo de mais belo do que uma das tardes locais, porque a luz é quase sempre serenamente bela e todas as coisas se mostram numa nitidez muito especial (…)”

De regresso, por ali abaixo, o país continuava no desassossego do costume. Enfim, tal como há centenas de anos… Pois. Bem se devem lembrar da famosa ‘piolheira’, da ‘choldra ingovernável’ e quejandas avaliações de tão ilustres e reais pessoas…

Porém, completamente tomado pela melopeia da passarada que, tal como eu, adora a boa chuvinha certa, densa e miúda, nem dei pelos quilómetros até casa onde, mal chegado, logo me pus à procura das cartas de D. Fernando para vos poder citar o excerto do parágrafo anterior.

Seguidamente, com um bom copo de Colares por companhia, recolhi-me ao II Acto de “Parsifal”. Socorro-me da gravação ao vivo do Festival de Bayreuth de 1985 que presenciei. Ouço a Kundry de Waltraud Meier, o Parsifal de Peter Hofmann, a orquestra do festival dirigida por James Levine e, subitamente, garanto-vos, estava na Pena outra vez.

E, tal como Richard Strauss, quando ali esteve, aquele era mesmo o jardim de Klingsor e lá em cima, o castelo do dito cujo…Em minha casa, em Sintra, outra vez o subido privilégio da Pena. É o que me vale… E, como não podia deixar de ser, aí têm um pequeno excerto do II Acto de "Parsifal". A Kundry é a mesma Waltraud Meier.

Boa audição!

http://youtu.be/dlGSGSTf43c


[Ilustr: D. Fernando; Palácio da Pena, Janela do Tritão; Parque da Pena, Lagos]

 
 
 




[Publicado no facebook em 30 de Abril de 2016]

A partir da esquerda, duas fotos sobre a primeira das fontes entre Seteais e Monserrate, na Estrada Velha de Colares. Quando visitam Sintra, se fazem este percurso, é impossível que não reparem. E não reagem?

Esta é uma peça patrimonial sofisticada. Sintra reclama-se e é terra rica em património cultural edificado. É Paisagem cultural da Humanidade, classificafda pela UNESCO. No entanto, como é patente e notório, pouquíssimo faz pela preservação do património. 

Neste domínio, não fossem as paradigmáticas atitudes da Parques de Sintra e seria um escândalo. Por esta estrada abaixo, vão encontrar outra situação igualmente aflitiva, a da Fonte dos Ladrões, já depois de Monserrate, do lado esquerdo da estrada, pouco antes da Quinta da Piedade. Para maior «incómodo», ostenta as armas reais, da Senhora D. Maria I.

Enfim, um legado nobilíssimo que não sabemos honrar. Uma vergonha, não é? O que mais poderemos fazer para sensibilizar a Câmara Municipal de Sintra em relação à necessidade de recuperar este e outros bens patrimoniais congêneres?


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PS:

No ano passado, Sergio Gonçalves e eu fizemos um trabalho de levantamento fotográfico e de diagnóstico de todas as fontes das antigas três freguesias da sede do concelho - Santa Maria e São Miguel, São Pedro e São Martinho - que, muito proximamente, será objecto de exposição. Oportunamente, divulgaremos calendário.

[Ilustr: Fonte d' El Rey e, à dir., Fonte dos Ladrões]
 




















 




Impecável !

[publicado no facebook em 27 de Abril de 20216]

Ontem, pelas 10.15, informei o Gabinete de Apoio ao Munícipe de que havia uma ruptura de água junto à base domarco dos CTT que a foto documenta, mesmo à porta daquele serviço. Ora bem, o problema deve ter sido solucionado ainda ontem porque, há pouco, quando passei pelo local, estava tudo impecável.

A minha atitude, de denúncia de uma concreta «insignificância», de facto, não corresponde à prática que me caracteriza, que mais vai no sentido de uma intervenção cív...ica 'de braço dado' com outros cidadãos envolvidos nas mesmas causas, preocupados com a melhoria das estruturas, que permitam soluções de fundo e não circunstanciais.

Ontem, agi daquele modo porque era quase irresistível. Um cenário que tal, à porta de um serviço camarário, a dois passos dos Paços do Concelho... Não, não podia deixar de ser. Uma situação que se revelava quase simbólica do statu quo.

Naturalmente, não faltam à Câmara Municipal de Sintra problemas muito, muito mais interessantes, sérios e graves para resolver. Entretanto, permitam que entenda a imediata solução de que dei conta como simbólica de vontade e capacidade de acertar.
 
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Outro discretíssimo sintoma

[Publicado no facebook em 26 de Abril de 2016]


Coração de Sintra. A 30 (trinta) metros dos Paços do Concelho. O marco do correio está à porta do Gabinete de Apoio ao Munícipe. Apesar da fraca qualidade da foto é patente haver uma ruptura de água. As auréolas do ‘precioso líquido’, quer no empedrado quer no adjacente alcatroado, com escorrência descendente, não enganam ninguém.

Durante o meu périplo diário, ao passar pelo local, é inevitável que me tivesse apercebido, pelo menos, desde a semana passada. Há pouco, eram 10.15, não estive com demasias. Isto, como diz 'o outro', não há nada como realmente.

Entrei no GAM e, informalmente, dirigi-me a uma das funcionárias perguntando se não tinham reparado. Acompanhou-me, mostrei a evidência. Que não, não tinham reparado. Entretanto, ia comunicar à Senhora Coordenadora. Felicíssimo com o retumbante sucesso da minha diligência, fiz a foto e segui meu caminho.

Não imagino quanta água se perde em situações análogas. Conheço, isso sim, os civilizados e ecológicos discursos convidando os munícipes à sua poupança. Infelizmente, são palavras que não colhem, não alcançam o objectivo nem o público alvo – ou deveria escrever o ‘target’, a exemplo do que ouvi alguém apresentando na televisão o ‘News Museum’ de Sintra? – porque a prevalecente «cultura do desleixo» assim o impede.

Enfim, quando a avaria estiver reparada não deixarei de partiulhar a notícia. Ah, é verdade, ontem, 25 de Abril, o hastear da bandeira e todos os restantes ‘preparos’ da oficial celebração, ocorreram à tal distância de 30 (trinta) metros.
 
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Reprodução de um post de Marco Almeida

Vereadores de segunda?
Sim, aos olhos do Presidente de Câmara


[Publicado no facebook em 24 de Abril de 2016]


Hoje, mais um episódio a somar a outros sobre a relatividade do conceito de democracia que impera em Sintra.

Antes da inauguração do News Museum, o Presidente de Câmara "oferece" um jantar a convidados onde se inclui o Presidente da República e o Primeiro-ministro. Convidou os vereadores, mas não todos. Dos 4 eleitos do Movimento, o convite chegou apenas a mim. E os restantes 3? A sua legitimidade é diferente da minha e a nossa diferente da do Dr. Basílio Horta?

Agradeço-lhe o convite, mas não conta comigo! Vou jantar com os outros 3 vereadores ao Festival do Pão Saloio, em São João das Lampas.
 
 
 
 
 


Arquivo Históriico,
polémica transferência
 
[Publicado no facebook em 23 de Abril de 2016]
 
"(...) No entanto, depois de Eugénio Montoito, conhecido especialista da matéria e Técnico Superior da Câmara Municipal de Sintra, ter alvitrado uma alternativa tão aliciante como a da Casa Francisco Costa que, como toda a gente sabe, é uma das que o Arquitecto Raúl Lino projectou para Sintra, nunca mais equacionei que a outra fosse avante. Até porque, indo ao encontro desta hipótese de resolução, imediatamente se poria fim ao proces...so de degradação em curso. (...)"

Excerto do artigo que subscrevi para a edição de ontem do 'Jornal de Sintra', acessível em www.jornaldesintra.com (pag. 7)
 
 
 

Perante tal monstruosidade,
como ficar indiferente?

 
Publicado no facebook em 18 de Abril de 2016



 
Não posso deixar de articular este oportuníssimo artigo de Ricardo Duarte com outro de Eugénio Montoito, acerca da possibilidade de acolher o Arquivo Histórico Municipal, na Casa Francisco Costa - projecto de Raúl Lino na zona do Monte Estefânea - património municipal que, infelizmente, já entrou em processo de degradação.

Pergunta-se como é possível decidir deste modo, em relação ao Arquivo Histórico, ou seja, o mais sofisticado Património Histórico local, transferindo-o para um solução de armazém desterrado, quando se perfila esta nobre e digna solução proposta por alguém que, como é o caso do Eugénio Montoito, não pode estar mais dentro do assunto.

Que desassossego!
 
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Arquivo Histórico de Sintra: O Enterro da Memória. 9 Abril, 2016 FernandoMoraisGomes Um artigo de opinião do nosso associado Ricardo Duarte   Data de 1962 a…
alagamares.com

Publicado no facebook em 15 de Abril de 2016


Palácio da Pena & os outros
Preço dos bilhetes
Mais uma achega


De algum modo, desgostam-me as abordagens que - na minha opinião - não sendo desonestas, são muito superficiais, menos correctas, arriscando serem incluídas no quadro da argumentação para-demagógica. Na minha opinião, repito.

A Parques de Sintra faz um trabalho fabuloso, nos termos de um modelo de gestão e administração extremamente favorável aos cidadãos portugueses. Os contribuintes não dispendem um cêntimo com o financiamento da entidade e, em resultado da receita única das bilheteiras, beneficiam de um programa de recuperação do património natural e edificado considerado «só» como o melhor do mundo... E os cidadãos residentes no concelho de Sintra ainda beneficiam de um regime de entradas gratuitas todos os domingos do ano!...
 
Em contacto com Isabel Stilwell, eis o que me respondeu depois de lhe ter enviado um texto e comentários aqui publicados no passado dia 7 do corrente:

"(...) Tem toda a razão, gostei muito de o ler. E também ninguém fala nos preços para as escolas, etc. (...) faz-me ferver o sangue a desonestidade intelectual e, mais ainda, esta ilusão absurda de que o dinheiro chega para tudo e que tudo compete ao Estado.
Tem toda a razão quando diz que visitar um palácio ou um museu deve ser, e é certamente para as pessoas de carne e osso, um momento especial, planeado, estudado para se usufruir dele como, aliás, planeamos e preparamos uma visita "lá fora", e não um aviar de monumentos sem que lhe dê nenhum valor. (...)"

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