[sempre de acordo com a antiga ortografia]

terça-feira, 29 de março de 2016




Texto acutilante e extremamente oportuno


Subscrevo inteiramente as palavras da minha querida amiga Cristina Carvalho. Conhecida escritora - que, com "O Olhar e a Alma" acaba de ganhar o prémio de melhor obra de ficção narrativa da Sociedade Portuguesa de Autores - devido à sua exposição pública, está demasiado exposta a fenómenos que tais.

No entanto, infelizmente, qualquer anónimo como eu também está sujeito a cenas idênticas. Por isso partilho e remeto aos eventuais destinatários que, sentindo-se atingidos, só têm de enfiar a carapuça! Façam o favor e desamparem a loja!...
 
Limpezas de Primavera
 
A violência das palavras é uma realidade que toda a gente conhece e que muitos já sofreram na própria carne. Como é que alguém se “vinga” ...de uma hipotética agressão palavrosa que julga, erradamente, dirigida à sua pessoa? Como é que é possível viver assim? Que espécie doentia é esta que determina que a sua pessoa e somente a sua pessoa está em causa?

As minhas limpezas de primavera começaram. Em oito anos de presença neste FB, é a segunda vez que esta cena me acontece, ou seja, alguém julgar-se o centro da Terra, o centro das atenções vindas da minha parte. Engano! Puro engano! E aquilo que eu li hoje, jamais voltarei a ler. De certeza absoluta. Isto é o que vulgarmente se chama – perseguição. E as redes sociais prestam-se a isto. É preciso um certo cuidado.

CC
 
 
 
 
 


Sintra,
esplanada do Central
 
[publicada no facebook em 28.03.2016]
 
A escassos metros do Palácio Nacional de Sintra, eis a esplanada do Hotel Central. Embora a Câmara Municipal de Sintra a tivesse embargado (????), a dita cuja prospera... E Viva o empreendedorismo!
 
Está cada vez mais sólida, mais definitiva. Apesar de ter descaracterizado completamente a fachada do edifício, o proprietário do hotel terá conseguido conquistar umas boas dezenas de lugares. Que excelente negócio à custa de todos nós, conformados (????) papalvos.

Muito abrigados de todas as vicissitudes atmosféricas menos propícias ao gozo de situação tão privilegiada, os clientes desfrutam o que, em Sintra e em Portugal, num Estado Democrático de Direito, os cidadãos não conseguem ver respeitado.

Assim vamos.

Que pena!
 
 
 
 
"Sintra, Esplanada do Central

Apesar de embargada (???) pela Câmara Municipal de Sintra, a esplanada - que descaracterizou a fachada do edifício, a escassos metros do Palácio Nacional de Sintra - está  cada vez mais instaladas..."
 
 
 
 
 
 
 
 
 


Glícinia


[Fortíssima 'sugestão' de Jose Luis De Moura]

- Wisteria


"Impromptu para piano / wisteria as Bruce"
-
The holy plants / wisteria as Bruce - painting and piano by philip rostek. In fond remebrance of Bruce Breland

Boa Audição!


https://youtu.be/jcxU0QcRXlM

 
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segunda-feira, 28 de março de 2016



Fonte dos Pisões
 
Entre Lawrence's e Quinta da Regaleira.

Imagens recentes, colhidas na Semana Santa.


Tão descuidada!
Que desconsolo!...

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Com a devida vénia, passo a transcrever informação publicada na "Tritão, Revista de História, Arte e Património", No. 2:

"A actual Fonte dos Pisões foi erigida pela Comissão de Iniciativa de Turismo de Sintra, em 1931, e substituiu anterior tanque, com cronologia remontável, pelo menos, à era de quinhentos, subsistindo a memória documental de ali se terem efectuado trabalhos de beneficiação já em 1651, aquando da visita de D. Luísa de Gusmão a Sintra: «Fontes — Item Com os oficiais E trabalhadores q Consertarão a fonte (...) dos pisões E a limparão».

O fontanário existente foi projectado pelo Mestre José da Fonseca e desenvolve-se a partir de estrutura semi-circular, à qual se acede através de escadeado baixo. O espaldar, ladeado por bancos corridos, está profusamente ornado com coloridos motivos geometrizantes insculpidos na própria argamassa. Ao centro, rasga-se grande círculo enquadrado pelo rectilíneo alteamento do frontal patenteando painéis azulejares, assinados pela F.CA Ceramica Constancia — Lisboa, de polícroma e rotunda ornamentação.

Ali, naquela circunferência, desenvolve-se o frontal propriamente dito, de inspiração renascentista, inscrito em conjunto cerâmico e conjugando fundos lisos e friso florais, de onde emerge baixo-relevo, no qual, por entre folhagem, se animam putti, sentados numa elevação, bebendo água ou carreando pequenas bilhas e, ao centro, um outro, de pé, segura uma faixa onde se lê: SALVE. Trata-se, pois, de um elogio à água, à salubérrima água de Sintra.

Logo abaixo desta animada composição escultórica, o “monte” que sustém os putti transmuda-se na parte superior da bica por onde corre, abundante, o fresco e cristalino líquido que cai em gomada taça rectangular que, por sua vez, liberta a água para o bem aguachado tanque rasteiro destinado aos animais.

Segundo o Padre Sebastião Nunes Borges, na respectiva Memória Paroquial de 22 de Abril de 1758, a Fonte dos Pisões situava-se na saída da estrada de Sintra para Colares e apresentava uma maior corrente no Inverno, regando a sua água os pomares cimeiros, sendo aproveitada pela maioria dos moradores da vila."

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[Com especial dedicatória ao meu querido amigo Sergio Gonçalves]
 
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26 de Março de 1785
Efeméride mozartiana

[publicado no facebook em 27.03.2016]


Grande efeméride maçónica


Com o atraso de um dia, tenhamos em consideração uma peça composta por Wolfgang Mozart no quadro da filiação na Augusta Ordem Maçónica à qual também aderiram, por sua directa intervenção, o pai Leopold Mozart e o amigo Joseph Haydn. Os três eram católicos.

Em 6 de Abril de 1785, Leopold Mozart é iniciado na Loja Maçónica “Zur Wohlthätigkeit” [Beneficência], em Viena, a mesma oficina à qual já pertencia seu filho. Ainda que não haja certeza absoluta, tudo leva a crer que, para a ocasião, mas previamente, a 26 de Março, Wolfgang tivesse composto ‘Lied zur Gesellenreise’, [Canção para a viagem do Companheiro]* KV. 468.

É essa pequena peça, em Si Maior, para voz solista com acompanhamento ao pianoforte, letra de Joseph Franz Ratscky (1757-1810), que proponho passem a escutar na interpretação de Ulrich Eisenlohr (Piano) e de Lothar Odinius (Tenor). Para que melhor possam aceder a este documento tão entranhadamente maçónico, passo a transcrever o texto original, em Alemão, e uma proposta da sua tradução para Inglês.

Vem a propósito lembrar, mais uma vez, a importância absolutamente fundamental dos textos que suportam as composições maçónicas de Mozart envolvendo o inestimável concurso das vozes. Nunca será demais fazer a justiça de identificar o autor, como acabo de fazer, bem como proporcionar o acesso aos poemas. Afinal, a mensagem maçónica imediata é aqui que reside.
[original, em Alemão]

Die ihr einem neuen Grade
Der Erkenntnis nun euch naht,
Wandert fest auf eurem Pfade,
Wißt, es ist der Weisheit Pfad.
Nur der unverdroßne Mann
Mag dem Quell des Lichts sich nah'n.
Nehmt, o Pilger, zum Geleite
Eurer Brüder Segen mit!
Vorsicht sei euch stets zur Seite;
Wißgier leite euren Schritt!
Prüft und werdet nie dem Wahn
Träger Blindheit untertan!
Rauh ist zwar des Lebens Reise,
Aber süß ist auch der Preis,
Der des Wand'rers harrt, der weise
Seine Fahrt zu nützen weiß.
Glücklich, wer einst sagen kann:
Es ist Licht auf meiner Bahn!

[Tradução para Inglês]

A higher state of knowledge
You are now approaching,
Wandering firmly on your path,
Knowing that it is the path of wisdom.
Only the serene man
May approach the source of light.
Take, o Pilgrim, as an escort
Your brother's blessing.
Let caution be always on your side,
And curiosity guide your steps!
Constantly test yourself and never become
Dependent on the insanity of lazy blindness.
The journey of life is certainly rough,
But sweet is also its reward,
Which the wanderer does await, wisely knowing
That his journey will increase it.
Happy is he who can say:
There is a light upon my life's road!

Boa audição!

[*1. Aprendiz, 2. Companheiro, 3. Mestre]

https://youtu.be/Wgl6DSRdGcE

 
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27 de Março de 1927
Mstislav Leopoldovitch Rostropovich


[publicado no facebook em 27.03.2016]

Comemoremos o aniversário assistindo ao video da gravação, datada de 1961, do Concerto para Violoncelo No 1 em Mi bemol Maior, Op 107, de Dmitri Shostakovich, com os seguintes andamentos:

1 Allegretto
2 Moderato
3 Cadenza -- Attacca
4 Allegro con moto


A London Symphony Orchestra é dirigida por Sir Charles Groves.

Boa audição!

https://youtu.be/dSPO0d1SVbw
 
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Tríduo Pascal
Domingo da Ressurreição


[publicado no facebook em 27.03.2016]


E ressuscitou !


“(…) Et resurrexit tertia die secundum scripturas,
et ascendit in coelum, sedet ad dexteram Patris,
et iterum venturus est cum gloria
judicare vivos et mortuos,
cujus regni non erit finis (…)


________________________________

Da Missa em Si menor BWV 232 de Johann Sebastian Bach, eis o excerto do ‘Credo’ referente à crença na gloriosa Ressurreição do Senhor Jesus.
Datada de 1969, proponho-vos a gravação ao vivo na Stifts-Kirche, Diessen am Ammersee, em que se contou com as vozes solistas dos soprano Gundula Janowitz, contralto Hertha Töpper, tenor Horst R. Laubenthal e do baixo Hermann Prey, bem como Münchener Bach-Chor und Orchester sob direcção de Karl Richter

https://youtu.be/ZDNKBo9TKWA

[Rubens, Ressurreição; Caravaggio, A dúvida de São Tomé]
 
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Tríduo Pascal
Sábado
O silêncio

[publicado no facebook em 26.03.2016]

“(...) Neste dia, o amor não duvida, como Maria, a primeira crente - ela não duvidou, guardou silêncio e esperou. O amor que espera com confiança na Palavra do Senhor até que Cristo ressuscite esplendoroso no dia de Páscoa (...)" [Papa Francisco, 23.03.2016]

Guardo silêncio

"Pai, perdoa-lhes, pois não sabem o que fazem"
 
Num belíssimo texto, publicado ontem na Revista do 'Expresso', depois de um cuidadoso percurso à volta das palavras dos evangelistas, que poderão pôr em causa a certeza de aquelas palavras terem sido ditas por Jesus, Frederico Lourenço afirma que "(...) esta frase é demasiado maravilhosa para podermos prescindir dela, mesmo que reflicta aquilo que cristãos de épocas posteriores gostariam que tivesse sidoi dito por Cristo na cruz (...)"

"Pai, perdoa-lhes, pois não sabem o que fazem", (Lucas 23:34).
.
Guardo silêncio. Não posso prescindir destas palavras. Como me ajudam a suportar a Paixão nestes dias que nos cabem!

 
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Sexta-Feira Santa

[publicado no facebook em 25.03.2016]


Parsifal,
Sexta-Feira Santa


Orquestra Filarmónica de Berlin sob direcção de Wilhelm Furtwangler, gravação ao vivo datada de 1951

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Richard Wagner's Good Friday Music from Parsifal Berlin Philharmonic & Wilhelm Furtwangler, live recording from 1951
youtube.com
 
 
 
 


O Tríduo pascal
II. Sexta-Feira Santa

[publicado no facebook em 25.03.2016]

As celebrações do Tríduo Pascal remontam ao século IV, seguindo as indicações deixadas pelos Evangelhos sobre a Paixão de Jesus Cristo, que, para o Papa Francisco, em mensagem de há poucos dias, "(...) dura até o fim do mundo, porque é uma história de partilha com os sofrimentos de toda humanidade”.

“(...) Na Sexta-feira Santa chegamos ao momento culminante do amor, um amor que quer abraçar todos sem excluir ninguém, com uma entrega absoluta”, afirmou ainda.
Não será preciso lembrar as misérias, de toda a ordem, que fazem o nosso desassossego quotidiano, um desconsolo inominável. A nossa Paixão. A Cruz, sob a qual nos vergamos, amorosamente, ao serviço de quem pudermos e soubermos 'lavar os pés', como Ele nos pediu que replicássemos o Seu gesto.

Paixão. a minha, a vossa, a nossa! O homem profundamente religioso que Johann Sebastian Bach era, percebeu tudo isto tão bem que só podemos comover-nos com as páginas da sublime Arte que nos legou.

Por isso, quem sempre soube entender as suas 'Paixões', nunca se deixou espartilhar ou reduzir aos textos evangélicos que lhes subjazem. São textos que, servindo os propósitos de Bach, pretextuam a nossa própria Paixão, fazendo com que assumamos a dor geral, a 'passione', o acto de suportar, de sofrer como causa comum de e para a Redenção.

Acompanhem-me na escuta do penúltimo número, o 39, da Paixão segundo São João de Johann Sebastian Bach, numa interpretação de referência -- Collegium vocale GENT (Philippe HERREWEGHE)


39. Coro
Flauto traverso I/II, Oboe I/II, Violino I/II, Viola, Continuo
Ruht wohl, ihr heiligen Gebeine,
Die ich nun weiter nicht beweine,
Ruht wohl und bringt auch mich zur Ruh!
Das Grab, so euch bestimmet ist
Und ferner keine Not umschließt,
Macht mir den Himmel auf und schließt die
Hölle zu.


[Inglês]

Rest in peace, you sacred limbs,
I shall weep for you no more,
rest in peace, and bring me also to rest.
The grave that is allotted to you
and contains no further suffering,
opens heaven for me and shuts off hell.

Boa Audição!


https://youtu.be/1cMrlPdvpSg
 
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Quem vos avisa...
A Sintra? Não venham.
Por favor, evitem!

[publicado no facebook em 25.03.2016]


Vós próprios, familiares, amigos, conhecidos, enfim, todos quantos possam beneficiar pelo conhecimento deste aviso, se pensavam vir até Sintra por estes dias, não o façam. A menos que, em plena Páscoa da Ressurreição, queiram vir meter-se no inferno terreal...

Exemplos? Cerca das nove e meia [9,30!] da manhã de hoje, junto à Quinta da Regaleira, automóveis, buses de turismo, motas, tudo quanto era motorizado, estava parado. Tanto no sentido ascendente como oposto, tudo entupido. E havia um agente da GNR que não podia estar a desempenhar melhor a sua missão. Simplesmente, mesmo àquela hora tão matinal, o desassossego era monumental.

Outro. Em pleno centro histórico, com filas intermináveis de veículos até aos Paços do Concelho... E, mais uma vez, a GNR fazendo um trabalho absolutamente impecável. Um pouco mais à frente, no sentido do centro da Estefânea, logo na Rua Alfredo da Costa, mais fila incessante até às bombas da BP, a meio da descida proveniente de Chão de Meninos...

Mais um caso absolutamente paradigmático. Lembrem-se da mais famosa casa de doçaria local. As melhores queijadas? Os melhores travesseiros? Claro que são os da Piriquita! O meu querido amigo Fernando Cunha Cunha, a sua mulher Julia Cunha, os filhos Goncalo-sandra Cunha, a Vera, a Senhora D. Leonor não precisam de publicidade.

A sua marca é um ícone local, mesmo nacional. No entanto, o que eles não poderiam muito mais fazer, pelo conforto dos próprios fregueses, se «tudo aquilo», no coração do Centro Histórico, a montante e a jusante, estivesse civilizada e devidamente organizado!... Referi-me a estes meus amigos mas penso noutros, seus vizinhos. Os potenciais clientes, que se deslocam em viatura própria, onde podem eles estacioná-la? Onde estão os tais periféricos e todo o dispositivo que com eles se articula?
 
Ah, meus amigos, sempre aquele amargo de boca de quem só pode esperar cenas que tais - agora, a horas cada vez mais matinais... - porque, infelizmente, nada, absolutamente nada se tem feito no sentido de obviar tanto mal a Sintra. Este pavor só tem aumentado, ano após ano, há dezenas de anos, executivo autárquico após executivo autárquico.

Neste preciso momento, estamos com a «invasão espanhola» da Páscoa. Mas já aí vem o estio e, claro que tudo vai estar na mesma porque, entretanto, embora tivesse sido prometido no ano passado, já não é possível instalar parques dissuasores com as respectivas infra-estruturas, montar a rede de transportes públicos entre tais espaços de estacionamento público periférico e os diferentes destinos, quer turísticos quer dos serviços.

Portanto, na medida do possível, venham de combóio. Por cá, andem a pé e, quando tiverem de tomar um transporte público, em especial para os pontos altos da Serra, tenham o maior cuidado porque a regra é tudo ao molho, fé em Deus, e esperar que Nossa Senhora de Fátima não se distraia...

Entretanto, imaginem o tamanho do desgosto não só de quem escreve estas palavras mas também de uma série de «cúmplices»? Passa-lhes pela cabeça a frustração de quem, há décadas, anda a lutar para alterar a situação e não encontra interlocutor que, detendo o poder democrático para o efeito, pois concretize, efectivamente, aquilo que, há tanto tempo, sendo inadiável, só se tem agravado?

Fotos? Mais?


 
 
O Tríduo pascal
I. Quinta-Feira Santa


[publicado no facebook em 25.03.2016]

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- A última ceia
- Lava-pés
- A Santa Missa e o Sacramento da Eucaristia
- O Sacramento da Ordem

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"(...) Depois de lhes lavar os pés, Jesus tomou o manto e pôs-Se de novo à mesa. Então disse-lhes: Compreendeis o que vos fiz? Vós chamais-Me Mestre e Senhor, e dizeis bem, porque o sou. Se Eu, que sou Mestre e Senhor, vos laveis os pés, também vós deveis lavar os pés uns aos outros. Dei-vos o exemplo para que, assim como Eu fiz, vós façais também"
[Evangelho segundo São João (Jo 13,1-15)]

É o total serviço ao outro. Na assunção da humildade absoluta, eis o próprio sacerdócio. Tudo acontece durante a última ceia em que Jesus Cristo, além desta atitude exemplar do Sacramento da Ordem, também institui a Eucaristia.

Por óbvias razões, eis um excerto do 'Credo', parte essencial da Santa Missa em que o crente afirma a sua Fé. Aqui vos proponho uma interpretação pela Munich Bach Orchestra sob a direcção de Karl Richter.

Boa Audição!

https://youtu.be/mVkTJTetPgs

[ilustração: 'Cristo lava os pés aos seus discípulos', Tintoretto (1518-1594), óleo sobre tela (210 x 533 cm) Museo del Prado, Madrid]


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24 de Março de 1762
Marcos Portugal
(m. 1830)


[publicado no facebook em 24.03.2016]

Organista, maestro e prolífico compositor luso-brasileiro (mais de 70 obras dramáticas, incluindo cerca de 40 óperas, e mais de 140 obras religiosas), conheceu um sucesso internacional sem paralelo na história da música portuguesa, com centenas de representações operáticas na Europa.

Em Portugal e no Brasil, no entanto, a sua fama de compositor alicerçou-se primordialmente no género sacro, com algumas das suas obras mantendo-se no repertório das igrejas e capelas até inícios do século XX.

Proponho escutarmos um excerto da sua "Missa Grande" para vozes solistas, coro e órgão/baixo contínuo, datada de cerca de.1782-1790, provavelmente encomendada pela Rainha D. Maria I. Trata-se de uma das mais paradigmáticas obras de finais do século XVIII e século XIX em Portugal, como se pode verificar pelo elevado número de versões encontradas (15), e de cópias manuscritas sobreviventes (80).

Foi também conhecida no Brasil, sendo cantada nas Capelas Real e Imperial do Rio de Janeiro, e em Minas Gerais. No seu Diccionario Biographico de Muzicos Portuguezes o musicólogo Ernesto Vieira refere-se à obra nestes termos:

“[...] no tempo em que eu comecei a exercer a arte se executava ainda com frequência em Lisboa e era muito conhecida pela designação de “Missa Grande”, é muito notável por um grande sextetto no “Domine Deus”, para dois sopranos, contralto, tenor e dois baixos, bella e graciosa peça concertante; o “Cum Sancto Spirito” é também uma explendida fuga a dois sujeitos. [...].”

Ouçamos o excerto do 'Credo' de uma gravação, ao vivo, nos Invalides, em Paris. Direcção de Bruno Procópio.

Boa Audição!

https://youtu.be/_WcrHVaUj3U

 
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24 de Março
Efemérides mozartianas

[publicado no facebook em 24.03.2016]


1. 24 Março de 1773
  Salzburg:
Composição do Divertimento em Mi bemol Maior, KV. 166 [I];


2. 24 Março de 1781
Viena:
Composição do Allegro em Si bemol para Piano e Violino, KV.372 [II];


3. 24 Março de 1786
Viena:
Composição do Concerto para Piano em Dó, KV. 491 [III].


Aqui vos proponho gravações de cada uma das peças.

Boa Audição!

1. https://youtu.be/IJh_Fgiz-bk [I]
2. https://youtu.be/NyACEeLrsY8 [II]
3. https://youtu.be/KfU5KIgsz1c [III]


[Último retrato de W. A. Mozart num trabalho de Doris Stock, datado de 1789, dois anos antes da morte do compositor, geralmente considerado como muito fidedigno]
 
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24 de Março de 2015
Herberto Hélder
 
[publicado no facebook em 24.03.2016]
 
Morreu há precisamente um ano, em Cascais, aos 84 anos. Depois das primeiras horas, de alguns dias seguintes de grande consternação, não se pode dizer que «os meios» mais afectos à divulgação cultural, às Artes e Letras, estejam a fazer quanto deviam para que perdure como merece...
...
Tiveram hoje algum eco da efeméride? Aqui, pelo menos, marca presença. Eis a minha homenagem, com o excerto de um poema inesquecível, 'Tríptico', publicado em "A Colher na Boca", 1961). NB: O texto acompanha a gravação

[Herberto Hélder, Poesia Toda, Lisboa, Assírio & Alvim, 1990]

Boa Audição!

https://youtu.be/k2BAKJbIfSI

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HERBERTO HELDER

Nasceu no Funchal, na ilha da Madeira, em 1930, no seio de uma família de origem judaica. Em 1946, veio para Lisboa, onde terminou o liceu. Depois de uma rápida passagem pelo curso de Direito, em Coimbra, frequentou durante três anos a Faculdade de Letras de Lisboa.

Em 1955, após um breve regresso à Madeira, encontramos Herberto Helder de novo em Lisboa, frequentando o Café Gelo, ao lado de Mário Cesariny, Luiz Pacheco, António José Forte, João Vieira e Hélder Macedo. Colabora em várias publicações literárias e publica o seu primeiro livro, O Amor em Visita, em 1958.

Ao longo dos anos, Herberto Helder desempenhou várias profissões e viajou para vários países estrangeiros. Personagem discretíssima, foi distinguido em 1983 com o Prémio de Poesia do Pen Club Português, pelo livro "A Colher na Boca". Em 1994, foi-lhe atribuído o Prémio Pessoa pelo conjunto da sua obra, distinção que recusou.
 
 
Herberto Helder - Tríptico (excerto)
youtube.com