[sempre de acordo com a antiga ortografia]

domingo, 19 de abril de 2015

 
 
23 de Fevereiro de 2015 [facebook]
 
 
Stefan Zweig
Casa de Salzburg
 
 
Fica em Kapuzinnenberg, No. 5. Estas fotos têm apenas uns dias. Sempre que estou na cidade, como fico alojado na Linzer Gasse, apenas umas dezenas de metros abaixo, do meu quarto vejo a casa. E quando me dá a «pancada grande» SZ, mesmo que tendo de subir uns metros, estou lá em cinco minutos.

O sítio é muito reservado. Não se entra. Nesta altura do ano é raro verificar qualquer movimento.
Mesmo, mesmo em frente, portanto, atrás de mim quando fiz as fotos, fica o Convento dos Frades Capuchinhos, franciscanos, onde é bom entrar.

Nesta altura do ano, pelo menos às horas em que por lá vou, nunca, nunca encontro seja quem for de visita ou a rezar na igreja. De vez em quando, um ou outro frade, isso sim. Como calculam, estou com Deus e os anjos!
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 











22 de Fevereiro de 2015 [facebook]

Ler Zweig,
acompanhar a lucidez de um imortal



Hoje, efeméride da morte de Stefan Zweig, grande senhor das letras austríacas, que viveu em Salzburg, numa lindíssima casa - ao tempo, algo inóspita, segundo o testemunho do próprio escritor - no Kapuzinerberg, entre 1919 e 1934. Lugar de minha peregrinação frequente, sempre que estou na cidade, é um dos meus recantos fétiche, onde me encontro e onde me encontro com ele.

Ali, há já não sei quantos anos, durante algumas tardes, li o seu "Die Welt von Gestern - Erinnerungen eines Europäers“, [O mundo de ontem, Memórias de um Europeu], inequivocamente, um dos livros da minha vida, que, pela enésima vez o repito, tenho recomendado com o maior empenho.

Para os que não puderem aceder ao original, há uma boa tradução em Português da editora Assírio e Alvim. Altamente perturbantes são muitas dessas memórias, demasiado coincidentes com imensas situações que, nós europeus, estamos a viver neste momento.
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Strauss & Zweig,
parceria para a eternidade



Ainda em homenagem a Stefan Zweig , venho propor-vos que assistam a uma récita da ópera “Die schweigsame Frau”, composição de Richard Strauss, cujo libreto, do meu homenageado, se baseia em “Epicoene, ou a mulher silenciosa”, uma comédia do dramaturgo do Renascimento Ben Johnson.

Como sabem, à altura da estreia, esta ópera teria um destino conturbado já que, tendo-se recusado o compositor a retirar o nome de Zweig do programa, Goebbels, o ministro do Reich, não foi à récita inaugural em 24 de Junho de 1935 e, pura e simplesmente, a ópera foi proibida depois de três noites em palco.

A gravação é de uma transmissão televisiva a partir do Nationaltheater de Munique, em 1972. Wolfgang Sawallisch dirige o Coro e a Orquestra da Bayerischen Staatsoper e os solistas são Kurt Moll, Benno Kusche, Lotte Schädle, Glenys Loulis, Albrecht Peter e Max Proebstl. A encenação é de Günther Rennert.

http://youtu.be/skDZbMbl1JY
Ver mais
 
 
Richard Strauss DIE SCHWEIGSAME FRAU (The Silent Woman) Komische Oper in drei Aufzügen


22 de Fevereiro de 2015 [facebook]


[ Sintra,
Festival de Sintra, 2015
atraso... compreensível


Eis a transcrição do meu artigo publicado no dia 29 do corrente no 'Jornal de Sintra'. Escrevo acerca da 50ª edição do Festival de Sintra, 2015. E, fundamentalmente, dou conta de uma preocupação que me interessa seja partilhada com os leitores:

"(...) Dentre algumas das preocupações que sempre subsistirão em iniciativas que tais, a mais importante fonte de apreensão relaciona-se com o atraso da informação que já deveria circular há alguns meses. Tão pouco tempo faltando para o seu início, é com dificuldade que se aceita o desconhecimento sequer de uma linha do programa, calendário, artistas envolvidos, lugar de cada evento musical, das conferências, das actividades de animação paralela, etc. (...)"

Habituado que estou, com um ano de antecedência, a conhecer todos os pormenores, ao minuto, do programa proposto, de facto, é com a maior dificuldade que me deparo com esta situação. Como sempre tento fazer, também desta vez, repito a proposta de solução que repito, há anos e anos.

Um Festival de Música erudita é coisa muito específica, carece de uma equipa exclusivamente afecta, conhecedora do terreno, capaz de promover as atitudes de divulgação e publicitação do programa, a tempo e horas, tanto junto dos agentes turísticos e de hotelaria, nacionais e estrangeiros, como dos meios de comunicação social mais adequados. É trabalho para fazer ao longo do ano, por duas pessoas.

Festival de Sintra, o mais antigo de Portugal, o de maiores pergaminhos, merece tão pequeno investimento. Escrevo acerca disso. Não desisto. Talvez um dia alguém me dê razão...]
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Sintra,
Cultura em 2015,
expectativa moderada [II]


Tal como oportunamente anunciado, continuo hoje a série de artigos iniciada em 23 de Janeiro, para me circunscrever ao Festival de Sintra 2015. Como terão oportunidade de verificar, para minha própria comodidade, e com o propósito de justificar os comentários e ideias a partilhar, apresentarei excertos de artigos que oportunamente subscrevi, todos publicados no Jornal de Sintra.

O enquadramento da edição do Festival deste ano não pode deixar de radicar na cerimónia que teve lugar no Casino de Sintra, numa das salas do MU.SA, em 6 de Junho de 2014, ou seja aquando da apresentação da sua 49ª edição. Naquela ocasião, o Senhor Presidente da Câmara, Dr. Basílio Horta, obrigado à referência do redondo e jubilar quinquagésimo evento, anunciou-o em termos de tal modo entusiásticos que a todos nos surpreenderia.

Porque importa recordar, passo a citar os dois parágrafos do artigo em que me referi à circunstância:
“(…) Finalmente, uma promessa que tem foros de compromisso público do maior realce. Com a satisfação que se lhe adivinha por poder concretizar tão auspicioso anúncio, o senhor Presidente da Câmara, informou e, perante a insistência de Adriano Jordão, confirmou que, em 2015, por ocasião da sua quinquagésima edição, o Festival de Sintra vai ter meios especiais para poder apresentar uma programação digna de Salzburg!... Nem mais nem menos!

Enfim, com os «descontos» que se me impõem perante a tão generosa hipérbole do Dr. Basílio Horta, há tantos anos, que tão bem conheço a esplêndida oferta de Salzburg, adivinho, nas suas palavras, isso sim, um empenho digno da efeméride e da memória de quem foi a grande impulsionadora do mais sofisticado produto cultural de Sintra. (…)” (1)

Abro um pequeno parêntesis para melhor situar aquela referência a Salzburg, já que ainda teve o efeito de me lembrar os números absolutamente astronómicos que envolvem o festival austríaco, cifras que o remetem para uma realidade outra, que não só parece, como se enquadra mesmo noutra galáxia cultural…

E, na realidade, porque assim acontece é que convém perceber o alcance da insinuação implícita nas palavras do Dr. Basílio Horta. Reparem que “(…) o último estudo datado de 2011, elaborado pela Universidade de Salzburg, entre outras conclusões, demonstra que o efeito deste Festival de Verão no domínio das receitas fiscais equivale ao triplo do montante do investimento das entidades públicas!

Finalmente, que o impacto geral do Festival no volume de negócios e na produtividade se cifra em cerca de 276 milhões de euros! E, não esqueçam, em apenas 40 dias de Festival (…)”. (2)
Para que se tenha uma ideia da extraordinária escala das verbas em presença, recordo o facto espantoso de o orçamento geral da Câmara Municipal de Sintra ser inferior ao deste Festival de Verão!! Aliás, sendo o mais famoso, é apenas um dos doze festivais que Salzburg promove ao longo do ano…

Fechado o parêntesis, retomo já o tema que hoje me traz, para assinalar que, cerca de um mês depois, escrevia eu:

“(…) De acordo com o que foi oportunamente divulgado, já sabemos que, no próximo ano, o Festival distinguirá a figura tutelar da Senhora Marquesa de Cadaval com especiais atitudes programáticas. Será de prever, por exemplo, que se faça um particular esforço em trazer até Sintra grandes figuras da actual pianística mundial, algumas das quais galácticas que, na juventude e início das respectivas carreiras, beneficiaram daquele mecenato.

Julgo que, igualmente, será altura de convocar pianistas portugueses intimamente relacionados não só com a génese mas também subsequente história do Festival, programando recitais e concertos, juntando-os em mesas redondas, conferências e atitudes análogas. Por outro lado, obedecendo a linhas de intervenção que eram caras à Senhora Marquesa, propiciar nos programas a integração de bandas de música, pensar na motivação do público jovem e na sua conquista para iniciativas informais, etc.

Como aconteceu há dez anos, veria com muito interesse a possibilidade de promover uma grande Conferência de Abertura, a proferir por uma conhecida figura da Cultura Portuguesa, tratando um assunto relacionado com o mundo da Música gerador da maior adesão de público indiferenciado. Natural será que, de maior fôlego ou como opúsculos, surjam obras sobre a História do Festival de Sintra. Por outro lado, assim esperamos, deverão ter lugar uma boa exposição documental, um ciclo de conferências, a disponibilização de materiais afins das vertentes áudio e audiovisual para consulta e venda, um ciclo de cinema, etc. (…)” (3)

Ora bem, tanto quanto me é possível afirmar e confirmar, porque participei em duas das reuniões exploratórias de preparação do Festival 2015, o ambiente em que decorreram não pôde ser mais auspicioso. Tudo leva a crer que, com a competência que se lhe reconhece, o Prof. Adriano Jordão, Director Artístico do festival de Sintra, apresentará uma proposta programática cuja matriz contemple as ideias constantes do texto citado imediatamente supra.

ATRASO EVITÁVEL

Dentre algumas das preocupações que sempre subsistirão em iniciativas que tais, a mais importante fonte de apreensão relaciona-se com o atraso da informação que já deveria circular há alguns meses. Tão pouco tempo faltando para o seu início, é com dificuldade que se aceita o desconhecimento sequer de uma linha do programa, calendário, artistas envolvidos, lugar de cada evento musical, das conferências, das actividades de animação paralela, etc.

Com o objectivo de tudo preparar atempadamente e com o grau de profissionalismo que é suposto estar dotada uma iniciativa congénere, considero que o Festival de Sintra mereceria ter afecta uma pequena equipa, não mais de dois elementos, em exclusividade de funções ao longo do ano, porque o trabalho a desenvolver assim o determina.

Há muito tempo que me bato pela sua concretização e, devo confessar, tive esperança de que, totalmente afecta aos serviços culturais da Câmara Municipal de Sintra, agora a organização pudesse ter dado esse salto. Infelizmente, ainda não foi possível. Permito-me insistir na sugestão porque, convencido que estou da sua pertinência, me parece que continuaremos a verificar os atrasos do costume se, de uma vez por todas, ela não se concretizar.

A verdade é que os nefastos efeitos decorrentes de tão lamentável incumprimento de prazos, tornam impraticável – com a qualidade que se impõe – a concretização de todas as atitudes e actividades de promoção, divulgação e publicitação de um Festival de música erudita.
 
Acresce que tais atitudes e actividades são tão específicas que pouco ou nada têm a ver com outras iniciativas, aparentemente congéneres, que, promovidas pelos mesmos serviços culturais da Câmara, não creditam experiência para este universo tão particular. Hoje em dia, é cada vez mais exigente a promoção de um festival com as características deste. Por isso, a aposta na equipa acima aludida sempre se revelará acertada medida de gestão.

Não esqueçamos que o Festival de Sintra é o mais antigo dos que se realizam em Portugal e o que se reclama dos mais ilustres pergaminhos, tanto ao nível dos artistas que nele participaram – sempre os melhores do mundo, ao longo de décadas – como dos programas interpretados e dos locais de privilégio absoluto onde os eventos se concretizam.

Também é pelo peso de tão honrosa herança que, em 2015, uma sua quinquagésima edição, sob os auspícios da tutelar figura da Senhora Marquesa de Cadaval, mesmo com os atrasos aludidos, tem de corresponder ao alto nível em que a fasquia foi colocada nos seus melhores anos. Se assim não acontecesse, estaria em causa o propósito de disponibilizar recursos dignos de Salzburg, que o Senhor Presidente da Câmara Municipal de Sintra anunciou tão generosamente.
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(1) JS, "Sob a égide da Senhora Marquesa de Cadaval", edição de 13.06.2014;
(2) JS, "Festival de Salzburg, outro planeta", edição de 20.06.2014
(3) JS, "Festival de Sintra, quarenta e nove, cinquenta!!!", edição de 18.07.2014


[João Cachado escreve de acordo com a antiga ortografia]


21 de Fevereiro de 2015 [facebook]

Efemérides mozartianas
 
1. Salzburg, Sinfonia No. 15
 
A sinfonia No. 15, em Sol Maior, KV. 124 foi escrita em Salzburg durante as primeiras semanas de 1772, estando datada de 21 de Fevereiro, tudo levando a crer, nomeadamente, uma nota do manuscrito autógrafo, que poderá ter sido composta por altura de um evento religioso, muito possivelmente, em honra do novo Príncipe Arcebispo, Hyeronimus Joseph Franz de Paula, Conde de Colloredo von Wallsee und Melz.
...
Trata-se de uma peça cuja orquestração prevê as habituais cordas, 2 oboés, 2 trompas, fagote e contínuo. Estruturada em quatro andamentos – 1.Allegro, 2.Andante em Dó Maior, 3.Menuetto e Trio, em Ré Maior e 4. Presto – cumpre assinalar que o primeiro tem sido considerado inovador e até bastante ousado em função das variações de tempo. Mais uma chamada de atenção para o último andamento, caracterizado pelo bom humor, inclusive, com uma certa dose de frivolidade. [I]

2. Viena, 6 Danças Alemãs

Em 21 de Fevereiro de1789, Mozart dá entrada, no registo manuscrito das suas obras, escrevendo que se trata de 6 "Teutsche" [danças alemãs], para 2 violinos, 2 flautas, 2 oboés, 2 clarinetes, 2 fagotes, 2 trompetes, tímpanos, flautino e baixo e música Turca. Posteriormente, viriam a ser catalogadas como KV. 571 [II]

A Sinfonia é uma peça de juventude, escrita dezassete anos antes da outra que se enquadra no período da grande maturidade. Aqui vos proponho gravações das obras correspondentes às duas efemérides. A primeira, interpretação da Mozart Akademie Amsterdam, sob a direção de Jaap Ter Linden. A outra, pela English Chamber Orchestra dirigida por Alexander Schneider.


http://youtu.be/vk4b_U0XIEc [I] - Sinfonia
http://youtu.be/mxOP71gIEfU [II] - Danças
 
 
 
20 de Fevereiro de 2015 [facebook]


Efeméride mozartiana
Morte de José II


Faz hoje 225 anos que morreu José II (1741-1790), Imperador do Sacro Império Romano-Germânico, Rei da Boémia e da Hungria e Arquiduque da Áustria, primogénito da Imperatriz Maria Teresa e de Francisco I.

É com toda a propriedade que este evento se inclui nas efemérides mozartianas na medida em que, depois da morte da mãe, já em 1780, inicia o seu reinado, um ano antes de Mozart se estabelecer em Viena – após a ruptura com o Príncipe Arcebispo de Salzburg, Jerónimo Colloredo – mantendo-se como monarca até à morte, precisamente durante a década da actividade do compositor na capital.

Entre imensos episódios relativos às relações entre o compositor e o monarca, gostaria de destacar dois dos mais célebres desafios que José II lançou a Mozart, um em que o coloca em competição com Muzio Clementi, também compositor, intérprete e construtor de pianoforte, e o outro com Antonio Salieri.

Por diversas vezes me tenho referido às circunstâncias que enquadram tais acontecimentos, razão pela qual apenas sublinharei, quanto ao segundo aludido, um aspecto que reputo como absolutamente determinante, que tem a ver com a afirmação do Alemão como idioma oficial do Império, algo que só acontece em 1784.

É em 7 de Fevereiro de 1786, na ‘Orangerie’ do Palácio de Schönbrunn, e na sequência da ‘impositiva sugestão’ do Imperador, que Mozart e Salieri apresentam, respectivamente, o ‘singspiel’ “Der Schauspieldirektor” [O Empresário] e a ‘opera buffa’ “Prima la musica, poi le parole” [Primeiramente, a Música e depois as palavras], obras subordinadas ao mesmo tema, da vaidade dos cantores.

Ora bem, “Der Schauspieldirektor” funcionou como instrumento oficial da vontade imperial quanto à Língua Pátria, perante a toda poderosa alternativa da produção italiana. De algum modo, na presença dos ilustríssimos 80 convidados da Corte que assistiram à «contenda», o singspiel mozartiano preencheu um objectivo de afirmação nacional, ainda que pudesse ter contribuído para alimentar a lenda da rivalidade entre os dois compositores. Lenda, nada mais que lenda, já que os dois se estimavam muitíssimo.

São peças muito curtas, que deixo à vossa apreciação em gravações de referência, com a Concertgebouw Orchestra Amsterdam, vozes solistas de Roberta Alexander, Thomas Hampson, Robert Holl, Julia Hamari sob a direcção de Nikolaus Harnoncourt. De certeza que, mais uma vez, José II vai rejubilar.

Boa Audição!

http://youtu.be/LmuOxTl35W4 [Mozart]
http://youtu.be/psmCCWvy16A [Salieri]

 
20 de Fevereiro de 2015 [facebook]


Poder Local,
as exigências da Democracia


atitude lamentável e incompreensível
___________
Luís Galrão,
 

trabalho impecável:

 - blogue "Tudo sobre Sintra" cada vez mais imprescindível!
 
 
 
 
19 de Fevereiro de 2015 [facebook]


Uma preciosidade!



Como podem verificar pela transcrição infra, trata-se do anúncio de um concerto de música de câmara que terá lugar na próxima terça-feira na Grosse Saal do Mozarteum de Salzburg. Se bem que tenha quase a certeza de que nenhum dos meus amigos poderá estar presente, é com o maior prazer que partilho estas Variações de Beethoven sobre um tema de Judas Maccabeus de Haendel, obra que será então interpretada por Robert Levin e Steven Isserlis, respectivamente ao piano e violoncelo.

No caso da gravação que vos proponho, a peça é tocada por Pablo Casals e Rudolf Serkin, um registo perfeitamente antológico que data de Agosto de 1951, em Perpignan.

Boa audição!
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Stiftung Mozarteum Salzburg

Als kleinen Vorgeschmack auf das Kammerkonzert kommenden Dienstag im Großen Saal mit Robert Levin und Steven Isserlis. Karten und Informationen unter tickets@mozarteum.at

 
 
 
Ludwig van Beethoven (1770-1827) Twelve Variations for cello & piano in G major on Haendel's


19 de Fevereiro de 2015 [facebook]
Sinais dos tempos



Foi preciso que o actual governo grego protagonizasse o confronto em curso com o centralismo de Bruxelas para que o Presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, também ex-Presidente do Eurogrupo, viesse assumir como foi errada a actuação da troika.

Naturalmente, também veio pôr em comum aquilo que todos nós sentimos, no início da intervenção, ou seja, a humilhação que os técnicos impuseram aos políticos, sentimento com o qual, se bem se recordam, co...nviveram muito bem quer os nossos governantes quer, diga-se em abono da verdade, os jornalistas que fizeram a cobertura das célebres conferências de imprensa no encerramento das missões.

Entretanto, o todo poderoso Schäuble atreveu-se a demonizar os cidadãos gregos por terem elegido representantes que, corajosa, justa e precisamente - embora perante a lamentável atitude de aquiescência dos outros PIGS - põem em causa os malefícios incomportáveis impostos por uma casta medíocre de políticos europeus que, sem coluna vertebral, se rebaixaram aos interesses da tal economia que mata, reproduzindo-a cruelmente.

O Ministro das Finanças alemão escandaliza? Ousa pôr em causa os resultados de uma eleição democrática, num país livre e democrático, parceiro da Alemanha num projecto comum, sem que alguém, ao seu nível, lhe dê a réplica adequada e consequente?

Na realidade, estes são sinais cada vez mais preocupantes.

 


18 de Fevereiro de 2015 [facebook]

BB, uma lucidez de cortar à faca!

 
17 de Fevereiro de 2015 [facebook]


Interessantíssimo o programa em perspectiva. Este ano abre-se o leque às orquídeas e à possibilidade de aprender mais sobre o fascinante mundo destas plantas tão requintadas. Absolutamente imperdível!


 
 
 
 
No fim de semana de 21 e 22 de fevereiro, a Parques de Sintra promove a exposição “Camélias e Orquídeas...
parquesdesintra.pt
 
17 de Fevereiro de 2015 [Facebook]
    "Rota da Água"
    Cantos, recantos e encantos!


    Foto de Canaferrim - Associação Cívica e Cultural.
     
     
     
     
     
     
     
     
     
     
     
     
     
     
     
     
     
     

    Em cumprimento de uma das actividades constantes do programa para o ano de 2015, alguns dos associados da Canaferrim, Associação Cívica e Cultural, já estão em trabalho de campo com o objectivo de concretização do projecto “Rota da Água”.

    Nos termos do que foi oportunamente anunciado, pretende-se publicar o trabalho resultante da inventariação dos fontanários que, morfologicamente tão ricos, constituem um património do maior interesse da sede do concelho.

    Mais especificamente, trata-se do acervo existente no território hoje resultante do agrupamento das três freguesias, Santa Maria e São Miguel, São Martinho e São Pedro. Neste momento, já se procede ao registo fotográfico e descrição do estado actual das peças, com um primeiro objectivo da sua exposição, para recolha de impressões do público a incluir na futura publicação.

    Portanto, à vertente de uma actualizada inventariação e subsequente interpretação do património em questão, que será reduzida à forma de publicação escrita, tão ilustrada quanto se revelar pertinente, alia-se uma vertente de animação cultural, a partir dos mesmos suportes fotográfico e escrito, que estará patente em lugar a anunciar oportunamente.

    Ainda em perspectiva, a possibilidade de produzir documentação audiovisual a disponibilizar através do suporte digital.

    Com o propósito de manter os nossos amigos tão informados quanto possível, iniciamos hoje a publicação de um conjunto de quatro fotos, atitude que manteremos à medida que a tarefa for progredindo. Tendo decidido não identificar as imagens, aguardamos que as reconheçam e comentem como vos aprouver.

     


16 de Fevereiro de 2015 [facebook]

Perfeito serão

No sábado passado, que noite se pôs! Chuva intensa, vento e nevoeiro, algum frio, enfim, uma fúria de elementos pedindo recolha o mais doméstica possível, em subtil convite ao conforto de umas horas «sem aventuras», por exemplo, ouvindo "Die Winterreise" de Schubert…

Para nós, melómanos, tais ‘pormenores atmosféricos’ só podem ser secundários, já que nada do género poderá constituir obstáculo sério e expressivo à partilha da boa música ao vivo. Pois, mais uma vez, era essa a evidência que se perspectivava, em ambiente tão especial como o do Salão Nobre do Palácio da Pena

Apelo absolutamente irresistível. Deixem-me confessar-vos, contudo, não ter sido particularmente confortável chegar lá acima para assistir ao quarto e último da série dos Serões Musicais que, promovidos pela Parques de Sintra, se enquadram nas actividades de Animação Musical da empresa, sob coordenação de Massimo Mazzeo

Recebidos como só a Parques de Sintra sabe, com o anfitrião Dr. Manuel Baptista inexcedível de amabilidade, encontrando os amigos do costume, foi o serão perfeito e mais um êxito assinalável, perante plateia interessada que esgotou a lotação do Salão Nobre.

Um programa sabiamente concebido, com todos os ingredientes, contemplando vários registos emocionais e incluindo momentos de humor extremamente agradáveis, interpretados com muita dignidade. O serão perfeito! Acolhedor, sofisticado, espiritualmente enriquecedor.

À saída, o tempo tinha melhorado um pouco. Imponente, a Pena impunha o sortilégio que sabemos. O fascínio do costume, seja a que hora for. Fascínio que merecemos, nós os adeptos, nós os iniciados, sob a tutelar figura do senhor D. Fernando.
 
 
 
 
 
16 de Fevereiro de 2015 [facebook]

Obra de António Mouzinho
surpreende Marcelo Rebelo de Sousa

O autor, António João Medina Mouzinho, é arquitecto e professor do Ensino Secundário com uma experiência riquíssima de quarenta anos de trabalho de impecável docência, maioritariamente na Escola Secundária de Santa Maria de Sintra.
 
É meu cunhado, filho de Maria Almira Medina e de António Ruivo Mouzinho, também grandes professores, António Mouzinho é um professor nato. Claro que sabe imenso acerca do que escreve. Não admira que Marcelo Rebelo de Sousa tivesse ficado surpreendido.
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Margarida Mouzinho publicou um vídeo novo.

"Da educação dos príncipes" | António Mouzinho - "Uma reflexão sobre o estado do actual ensino português, mas, acima de tudo, uma proposta completa e inovadora para o futuro do ensino em Portugal. Em ano de eleições, um texto crucial."
 
 
16 de Fevereiro de 2015 [facebook]

A sublime

Como sabem, a Canaferrim - Associação Cívica e Cultural prepara uma grande homenagem a Maria Teresa de Noronha que se notabilizou como expoente do fado.

Bem a propósito do evento em perspectiva, a referência de Carlos do Carmo, durante a entrevista que concedeu ao "Expresso", publicada na edicão do passado dia 14: "(...) A Maria Teresa de Noronha era sublime (...)".
 
Eis uma sua interpretação do célebre "Fado das Horas". Como só ela sabia e podia cantar. Sublime, de facto.
 
Boa audição!

http://youtu.be/nlbZkzGFNCc

Fado das horas

Chorava por te não ver
Por te ver eu choro agora
Chorava por te não ver
Por te ver eu choro agora


Mas choro só por querer,
Querer ver-te a toda a hora
Mas choro só por querer,
Querer ver-te a toda a hora


Passa o tempo de corrida
Quando falas eu te escuto
Passa o tempo de corrida
Quando falas eu te escuto


Nas horas da nossa vida,
Cada hora é um minuto
Nas horas da nossa vida,
Cada hora é um minuto


Quando estás ao pé de mim,
Sinto-me dona do mundo
Quando estás ao pé de mim,
Sinto-me dona do mundo


Mas o tempo é tão ruim
Tem cada hora um segundo
Mas o tempo é tão ruim
Tem cada hora um segundo


Deixa-te estar a meu lado
E não mais te vás embora
Deixa-te estar a meu lado
E não mais te vás embora


P'ra meu coração, coitado,
Viver na vida uma hora
P'ra meu coração, coitado,
Viver na vida uma hora.


 
 


15 de Fevereiro de 2015 [facebook]

HOMENAGEM DA ALAGAMARES

I. Homenagem CIDADANIA:

- Escola Profissional de Recuperação do Património de Sintra

II. Homenagem LITERATURA:
- Miguel Real

III. Homenagem ARTES PERFORMATIVAS:
- Teatro Tapafuros

O texto através do qual é feito o anúncio é do maior interesse. Naturalmente, estou o mais possível de acordo com esta decisão tão justa e oportuna de prestar público tributo a uma escola de excelência, a um escritor do mais ato gabarito e a um grupo de teatro tão desafiante. Conheço o trabalho das três entidades que saúdo com muita emoção.

É de tal modo evidente a seriedade e pertinência das opções da Alagamares Cultura que, sendo evidente a sua âncora e mais-valia concelhia, todos os homenageados são inequívocos valores da cultura nacional, orgulho dos sintrenses e dos portugueses em geral.

Os mais sinceros parabéns aos homenageados e à Alagamares que, através desta generosa atitude, dá prova da grandeza que caracteriza a sua maneira de ser e de estar, ela que, como os distinguidos, também é expoente do mundo cultural.
 
 
 
 
Os homenageados da Alagamares na festa dos seus 10 anos 14 Fevereiro, 201514 Fevereiro, 2015
 
 
 
15 de Fervereiro de 2015 [facebook]


Do Carnaval à Páscoa,
tanta viagem...
 
Aqui têm um texto que subscrevi para publicação na Revista "Tempo Livre" da Funação INATEL. Foi já há dois anos mas, se me derem o prazer da sua leitura, verificarão não haver qualquer desconforto ou risco de desactualização...

[pags 16-17]
 
 
 
 
 
 

sexta-feira, 17 de abril de 2015


15 de Fevereiro de 2015
Credível e previsível

[A Câmara Municipal de Sintra tem anunciado o seu envolvimento e empenho nalguns projectos que, poucos meses decorridos, se vê na incómoda posição de 'esquecer', descartar ou protelar. Naturalmente, se os trago à colação, faço-o tão só com o propósito, que sempre me tem animado, ao longo de tantos anos, de denúncia cívica afim de contributo para a sua resolução.

Tais são os casos do Centro de Saúde na Desidério Cambournac, da recuperação e restauro do Hotel Netto, da ponte metálica pedonal entre a Estefânea e a Portela, da requalificação da Heliodoro Salgado, do Quarteirão das Artes, do prolongamento da linha do eléctrico à estação terminal da CP e Vila Velha, do Casal de São Domingos, do Vale da Raposa, das fontes da Estrada Velha de Colares, referidos no artigo publicado na edição do passado dia 13 de Fevereiro do 'Jornal de Sintra', que passo a transcrever.
 
Trata-se de situações que, óbvia e escusadamente, minam a credibilidade do executivo autárquico. Com mais cuidado, teria sido e será possível não cair na tentação de anunciar, 'de impulso', algumas obras que, por estarem pendentes há dezenas de anos, os munícipes sentem como incómodas evidências e declarados sintomas de uma incapacidade geracional com a qual convivem muito mal.

Por outro lado, transcorrido que já é um terço do mandato do actual executivo, é tempo de os pensamentos serem o mais lúcidos possível, mais adequadas as palavras e, quanto às obras, pelo menos, esperar o começo da sua concretização. Ou seja, tudo fazer no sentido de que prevaleçam factores determinantes afins de uma actuação marcada pela credibilidade e previsibilidade, factores que me determinaram o título da peça cuja partilha vos proponho.]
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Credível e previsível

Quando um executivo autárquico anuncia determinados projectos, mesmo sem se comprometer com um específico cronograma, deve usar do maior cuidado para não suscitar nos cidadãos fundadas reservas quanto à sua viabilidade e concretização, dentro de prazos mais ou menos consentâneos com as mais justas expectativas. Convém lembrar que alguns daqueles projectos surgem na sequência de infelizes pendentes à pele dos quais se colou o estigma da perpetuidade mais indesejada…

Ora bem, remontando a Outubro de 2013 a tomada de posse do actual executivo autárquico, a verdade é que, cerca de ano e meio depois, persistem situações em relação às quais alguns Senhores Vereadores e também o próprio Senhor Presidente da Câmara Municipal de Sintra, anunciaram iniciativas que não tiveram desenvolvimento notório, algumas das quais até acabaram por obrigar os seus autores à sempre desagradável emenda da mão.

Centro de Saúde inviável

Sem preocupação do escrupuloso respeito pela ordem cronológica das ocorrências, primeiramente, lembraria o caso do Centro de Saúde de Sintra. Foi anunciado que sairia das precárias instalações actuais, na Rua Dr. Alfredo da Costa, para ocupar o edifício sito na Av. Dr. Desidério Camburnac, cujo destinatário inicial seria a Junta de Freguesia.

Como é do conhecimento geral, há bastantes anos, a construção foi interrompida na sequência da falência do empreiteiro. Enfim, ali permanece, chaga inestética e pouco recomendável às sensibilidades mais fragilizadas, qual caixote e cinzentão paralelepípedo de betão, quotidiana agressão e, seja ela de quem for, a incompetência gritada de quem não resolve ou não deixa resolver o problema.

Como não podia deixar de ser, saudei a notícia da mudança de instalações e, através dos meios de comunicação em que habitualmente me manifesto, dei largas à natural satisfação. Pois, cerca de um ano mais tarde, por altura da Presidência Aberta de 7 de Novembro de 2014, soube-se que o Ministério da Saúde inviabilizara a intenção, por manifesta falta de condições do edifício em questão.
Cabe perguntar porque razão, antes de fazer o anúncio, não houve a prudência de colher a informação absolutamente indispensável que pudesse sustentar a viabilização ou demonstrar a incompatibilidade do propósito em apreço.

Netto, oportunidade desperdiçada

No badaladíssimo caso do Netto também algo de semelhante se passou. Tendo decidido exercer o direito de preferência, a Câmara Municipal de Sintra decidiu-se pela compra do hotel, assim impedindo que a Parques de Sintra Monte da Lua concretizasse o projecto de recuperação do edifício, praticamente adjacente ao Palácio Nacional da Vila de Sintra, monumento este cuja gestão e administração lhe estão afectas.

Tudo estava programado em relação à intervenção naquela unidade hoteleira abandonada e, há dezenas de anos, em processo de permanente degradação. Factor determinante para a concretização do projecto, o seu financiamento estava totalmente garantido por instituições de crédito, ao corrente do alto nível de capacidade da PSML em obras que tais.

Naturalmente, a Câmara Municipal de Sintra estava no seu pleno direito. Contudo, muito mal se entende que, passado cerca de um ano sobre a data de tal anúncio, o Senhor Presidente tivesse vindo a público, perplexo, em sede de Assembleia Municipal, afirmar que ‘o Património’ o obrigava a manter a fachada do Netto e que, só tal operação, implicava no dispêndio de montante incomportável para os cofres da Câmara…

Então, compreende-se que, em nome dos munícipes, habituados à eficiência e impecabilidade de actuação da PSML, a CMS tivesse decidido nos termos anunciados sem cuidar de se munir da informação bastante – e, neste aspecto reside a analogia com a situação do Centro de Saúde – que a habilitasse para o efeito?

Ou seja, em 6 de Novembro de 2013, quando anunciou o imediato envolvimento da empresa no projecto, o Prof. António Ressano Garcia Lamas, então Presidente da PSML sabia tudo e, inclusive, que a fachada do Netto era para manter, que tal determinação ‘do Património’ era condição sine qua non para a sua efectivação e, pois claro, em quanto é que isso montava…

Respondendo à questão formulada no penúltimo parágrafo, de modo algum se compreende, até porque, pelo menos um ano de atraso já lá vai. Foi uma oportunidade desperdiçada. Seria suposto, isso sim, o Senhor Presidente da Câmara estivesse tecnicamente bem aconselhado, já que não pode, não tem de saber tudo. E implícita e explicitamente, para que, a posteriori, não se visse obrigado a assumir uma falta que não deveria ter ocorrido, é que adjuntos e assessores deveriam ajudá-lo a defender-se.

Ponte pedonal

Devido à insistência com que o tenho feito, até corro o risco de ser mal entendido. De qualquer modo, prefiro que assim aconteça, portanto, por excesso, do que não manter em permanente ordem do dia, o caso da reposição da ponte metálica pedonal que permite a circulação expedita de transeuntes entre os bairros da Estefânea e da Portela.

Repetidas vezes anunciada pelo Senhor Vereador com o pelouro da Mobilidade Urbana – que, perante testemunhas insuspeitas, chegou ao ponto de usar a expressão doa a quem doer!, porque está em causa o interesse geral dos cidadãos contra o de partculares – tal operação, afinal, continua por concretizar apesar da incontestável urgência.

De acordo com os termos em que me tenho referido à falta deste equipamento, volto a lembrar que, uma vez reposto, permitirá que o parque de estacionamento adjacente ao edifício do Departamento do Urbanismo seja indicado, tanto pela CMS como pelas autoridades policiais, como inequívoco preferencial para os condutores das viaturas que demandam o Centro Cultural Olga Cadaval aquando da realização de eventos nocturnos, altura em que aquele espaço está totalmente deserto e disponível…

Porque assim não acontece, vem a propósito contar que, na noite da passada sexta-feira, 6 de Fevereiro, nova cena de terceiro mundo esteve armada nas imediações do CCOC. Cerca da meia noite e um quarto, não conseguindo circular, os condutores buzinavam insistentemente e insultavam-se com todos os efes e erres. Polícia? Nem vê-la! O que será preciso mais fazer para que, contra o escândalo actual, em nome do sossego e da civilidade a que os munícipes têm direito, a CMS se disponha a fazer intervir a autoridade policial?

Outros casos

Faz um ano, no próximo dia 28 deste mês, que, na sequência da publicação de um artigo no Jornal de Sintra, subordinado ao título “Defesa do Património, coerência de propósitos”, o Senhor Presidente da Câmara teve a gentileza de me contactar pessoalmente para garantir que, imediatamente, iria dar instruções no sentido de remediar as situações que eu tinha denunciado, certo é que nada estruturantes mas sintomáticas de um statu quo.

Referira-me ao estado lastimoso em que se encontrava algum do património edificado e classificado da Estrada Velha de Colares, casos Chafariz d’El Rei e a Fonte dos Ladrões, bem como o Casal de São Domingos, na Rua Dr. Alfredo da Costa e o vizinho Vale da Raposa. Se não tive a menor dúvida em confiar na sinceridade dos propósitos do Senhor Presidente, na verdade, um ano passado sobre a publicação do artigo e conversa pessoal subsequente, que tão positivamente me tinha impressionado, tudo permanece inalterado…

Ou, melhor, foi beneficiado o aspecto geral da Fonte dos Ladrões, porque, aproveitando o facto de ter feito uma obra do outro lado da via, o Conde Filipe Schönborn deu instruções ao empreiteiro para rebocar os muros e limpar o pavimento à volta… Portanto, o bónus de uma intervenção particular. Mais nada!

Também no dia dia 13 do próximo mês de Março, terá passado um ano sobre a data em que foi anunciado o Quarteirão das Artes, uma proposta para a Estefânea. Entretanto, como mais nada se soube acerca de tal projecto, não é possível perceber em que medida ele se insere na requalificação da Heliodoro Salgado, em ambas as partes, viária e pedonal, e se esta requalificação vai mesmo acontecer e quando.

Aliás, em articulação com esta incógnita, uma outra faz o dilema. Foi anunciada a intenção – e não há quem não aplauda! – de prolongar a linha do eléctrico, em primeira fase, desde a Vila Alda até à estação terminal da CP e, depois, como antigamente, chegando à Vila Velha. Assim sendo, importa perceber se, efectiva e necessariamente, as obras indispensáveis à sua passagem pela Heliodoro Salgado, já serão contempladas durante a próxima intervenção para requalificação da via. Como facilmente se compreende, não faria qualquer sentido intervir agora, sem contemplar esta vertente tão importante da questão para que, mais tarde, se destruísse o benefício em apreço…

As dúvidas são mais que muitas. E o tempo passa, corre inexoravelmente. Ainda noutro dia foram as eleições e, já passado um terço do mandato, estamos com uma série de promessas de problemático cumprimento. Também por isto, prevejo muito complicada a actuação das associações cívicas e culturais que, na autarquia, seria suposto encontrarem uma entidade credível e previsível. Por vezes, tenho de lamentar que tal não aconteça. De qualquer modo, apesar de muita dúvida, ainda o benefício da dúvida porque permanece o conforto da esperança.
 
[João Cachado escreve de acordo com a antiga ortografia]