[sempre de acordo com a antiga ortografia]

quarta-feira, 31 de dezembro de 2014



31 de Dezembro de 2014 / 1 de Janeiro de 2015
 
 
Amigos,
 
Oxalá, no Novo Ano, tudo possa ser melhor do que estarão desejando. Muita saúde, a alegria possível e coragem para enfrentar dias que se adivinham difíceis.
 
Sem grande originalidade, deixo-vos com um momento de boa disposição, o famoso 'Brindisi', de "La Traviata" [produção Zefirelli, MET, Stratas, Domingo, Levine], durante o qual todos se congratulam, bebem e mutuamente se saudam, Aí têm a letra para que melhor possam acompanhar.
 
À vossa!

Boa Audição!

http://youtu.be/RZUonmbtVQo


ALFREDO

Libiam ne' lieti calici
Che la bellezza infiora,
E la fuggevol ora
S'inebri a voluttà.
Libiam ne' dolci fremiti
Che suscita l'amore,
Poiché quell'occhio al core
indicando Violetta
Onnipotente va.
Libiamo, amor fra i calici
Più caldi baci avrà.

 
TUTTI

Libiamo, amor fra i calici
Più caldi baci avrà.

 
VIOLETTA
 
S'alza
Tra voi saprò dividere
Il tempo mio giocondo;
Tutto è follia nel mondo
Ciò che non è piacer.
Godiam, fugace e rapido
È il gaudio dell'amore;
È un fior che nasce e muore,
Né più si può goder.
Godiam c'invita un fervido
Accento lusinghier.


TUTTI
 
Godiam la tazza e il cantico
La notte abbella e il riso;
In questo paradiso
Ne scopra il nuovo
dì.

 
VIOLETTA
 
ad Alfredo
La vita è nel tripudio.

 
ALFREDO
 
a Violetta
Quando non s'ami ancora
.

 
VIOLETTA

ad Alfredo
Nol dite a chi l'ignora.

 
ALFREDO

a Violetta
È il mio destin così

 
TUTTI

Godiam la tazza e il cantico
La notte abbella e il riso;
In questo Paradiso
Ne scopra il nuovo dì
.


 
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Tudo o que há a saber
sobre a Augusta Ordem Maçónica


Na primeira pessoa, este testemunho, absolutamente notável, data de 7 de Janeiro de 2012. Em entrevista à RTP, António Arnaut, Meu Querido Irmão, ex Grão-Mestre do Crande Oriente Lusitano, diz tudo, esclarece todas as questões que um qualquer cidadão possa ter curiosidade acerca da Maçonaria. É com o mais veemente aplauso que vos aconselho o acesso ao documento.

 
 
 
 
O ex-grão mestre do Grande Oriente Lusitano, António Arnaut, falou ontem à RTP Informação e defendeu que os maçons não devem ter medo de tornar públicas as...
rtp.pt|De RTP, Rádio e Televisão de Portugal -
 


A EFÉMERA PASSAGEM DOS DIAS E O IMPERATIVO DO DESPOJAMENTO
________________

Porque toda a carne é como a erva, e toda a glória do homem como a flor da erva.
A erva seca e a flor cai.

1. São Pedro 1, 24
_________________


Pedro Maria e João,
meus netos, o pretexto do princípio e do fim e do resto

Os meus netos, Pedro Maria e João, respectivamente, com dez e dois anos e meio, ainda não compreendem a plenitude destas que são palavras sábias e perenes. De algum modo, no entanto, por via dos valores e princípios que, à sua volta, vão sendo observados, tanto pela família mais próxima como alargada, têm vivido e, espero bem, pela vida fora, continuarão a viver no respaldo e ao abrigo daquelas ideias-chave, em epígrafe.

A transitoriedade e o carácter efémero da vida constituem matizes de um mesmo quadro de referência, nos termos do qual o apelo ao lúcido e inevitável despojamento da matéria é coisa absolutamente decisiva, para ser atendida e posta em prática em todos os tempos, de tal modo que prevaleça o espírito e que, liberto este das amarras dos bens tangíveis, possa aceder à Arte, à Beleza, ao Conhecimento, como sublimes atributos da própria ideia da divindade.

Em dia de celebrar o futuro, penso nos meninos que, aqui perto e em todas as latitudes, também hoje, vivem e morrem a anos luz destas preocupações. E, de facto, assim é porque nos vamos esquecendo de que “(…) a glória do homem é como a flor da erva (…)” Pedro, santo homónimo do meu neto, bem deixou este pensamento à posteridade mas os tempos não vão propícios à sua assunção…

A propósito, sim

Por uma série de afinidades e conotações, não consigo deixar de relacionar a reflexão que convosco partilho com uma peça fundamental do romantismo alemão musical tardio. Trata-se de “Ein deutsches Requiem”, op. 45 de Johannes Brahms (Hamburg, 1833-Wien, 1897) obra datada de 1868, que, apesar do título, não reveste a forma da canónica missa que, muito naturalmente, se associa ao conceito de requiem.

Neste caso, Brahms procedeu a uma tão livre como criteriosa selecção de estratos da Bíblia, traduzidos para alemão, que, nada tendo a ver com o latino ordinário da missa de defuntos, nos remetem para uma visão despojada, necessariamente mais serena da existência humana, talvez mais próxima da mundividência cristã protestante, ainda que o compositor não fosse crente.

Hoje, dia especial de celebração da Vida – que, com a minha marca, apesar de mim, continua no Pedro Maria e no João – em mim, o são convívio com a Morte, outra face da dicotomia. O homem crente que sou, conjuga-as no trilho de uma hegeliana síntese triádica, em que ambas se articulam com a Música, a Arte que me é mais próxima e que, como toda a Arte, mais me aproxima do sublime.

Se puderem, acompanhem-me numa audição de “Ein deutsches Requiem”. Pode não ser hoje mas não deixem de o fazer. Hão-de compreender, estou certo, a razão de vo-lo aconselhar, como mais uma peça do puzzle que muitos de nós vamos jogando ao longo da vida, na tentativa de nos libertarmos do acessório. Se conseguirem chegar onde é possível, também lá estarão o Pedro Maria, o João e todos os principezinhos deste mundo e do outro…

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Deixo-vos com uma gravação de absoluta referência. Eis as suas coordenadas:


Barítono -- Dietrich Fischer-Dieskau
Soprano -- Elisabeth Schwarzkopf
Coro -- Philharmonia Chorus London
Maestro -- Otto Klemperer
Orquestra -- Philharmonia Orchestra London
Orgão -- Ralph Downes


I. "Selig sind, die da Leid tragen"
II. "Denn alles Fleisch, es ist wie Gras"
III. "Herr, lehre doch mich"
IV. "Wie lieblich sind diene Wohnungen"
V. "Ihr habt nun Traurigkeit"
VI. "Denn wir haben hier kleine bleibende Statt"
VII. "Selig sind die Toten


Boa audição!

http://youtu.be/5j5Z_oxSz5w


Que boa notícia!


Vamos lá a ver se, afinal, Sintra não é o terreno conquistado de uma série de senhores que, imunes e impunes, se permitem intervir em zonas críticas como os DDT, ou seja «Donos Disto Tudo» locais. Como bem sabemos, não se trata apenas deste senhor, dono do Central, do Paris, da esplanada debruçada sobre a praça de táxis onde os clientes apanham com fumo dos escapes enquanto bebericam ou manducam, da loja dos vinhos e de não sei que mais...

Detenhamo-nos, por... exemplo, «só» no caso de Seteais. Ali, desde 2008, Miguel Pais do Amaral está a construir uma casa - se for à mesma velocidade no negócio da TAP, de certeza que os aviões nem levantam voo... - que, escandalosamente, foi licenciada para uma cota mais elevada que a do Palácio mesmo em frente. E, a poucos metros, o concessionário do hotel (Tivoli, grupo Espírito Santo) destruiu o tanque com aquele belíssimo enquadramento de zona de lazer, transformando-o numa prosaica casa de máquinas com o beneplácito do próprio IGESPAR...

Vamos lá a ver se esta decisão de embargo da descaracterização da fachada do Central por parte da CMS é mesmo algo de consequente. Vai sendo tempo.

 
 
A Câmara de Sintra embargou a montagem de uma estrutura metálica na fachada do Hotel Central, na sequência de protestos da associação cultural Alagamares contra...
publico.pt
 


30 de Dezembro de 1904

Nascimento do compositor russo
Dmitriy Borisovich Kabalevskiy (m. 1987)

[facebook, 30.12.2014]


Comemorando o aniversário, ouçamos o seu Concerto para Violoncelo No. 2, op. 77 (1964). É solista Raphael Wallfisch e Bryden Thomson o maestro.

1- Allegro molto e energico (13.29)
2- Presto marcato (8.15)
3- Andante con moto (8.06)



Boa audição!


http://youtu.be/O-Ic8QWT5gk…

 
Dmitri Kabalevsky (1904-1987) (Russie) Cello Concerto No. 2 (1964) Violoncelliste : Raphael Wallfisch Dir : Bryden Thomson 1- Allegro molto e energico (13.29...
youtube.com


Efeméride mozartiana
 
30 de Dezembro de 1771
Sinfonia No. 14
 
 
[facebook, 30.12.2014]
 
 
No penúltimo dia do ano, recupero, parcialmente, um dos textos que, em 2012, escrevi sobre todas as sinfonias de Mozart, para me referir àquela que o compositor, então com quinze anos, dava por terminada aos 30 de Dezembro de 1771, a primeira que compôs depois da morte do Príncipe Arcebispo Sigismund Christoph [Conde] von Schrattenbach que ocorrera quinze dias antes.

Tal não significa que, oficialmente, seja esta a primeira que escreve ao serviço do novo Príncipe Arcebispo Hieronymus Joseph Franz de Paula [Conde] Colloredo von Wallsee und Melz, já que a sua eleição apenas será reconhecida em 14 de Março do ano seguinte.

Impõe-se ter presente que, independentemente do modo como as coisas evoluiriam, até conhecerem o desfecho de 1781 que todos sabemos, a relação inicial entre o compositor e o seu novo patrono não podiam ter sido mais promissora.

E tanto assim foi que, apenas em oito meses, portanto, até Agosto de 1772, altura em que deixa Salzburg para se dirigir novamente a Itália, à capital da Lombardia, para se concentrar na sua nova ópera “Lucio Silla”, Mozart compõe para Colloredo nada mais nada menos do que oito sinfonias e, tão impressionado este ficou, que anunciou ao jovem compositor novas e melhoradas condições salariais.

Muito sofisticada, a Sinfonia em Lá Maior, KV. 114, estrutura-se nos habituais quatro andamentos, 1. Allegro moderato, 2. Andante, 3. Menuetto/ Trio e 4. Molto allegro, para uma instrumentação que compreende 2 flautas, 2 oboés, 2 trompas, além dos habituais naipes de cordas.
A interpretação que vos proponho é a da Mozart Akademie Amsterdam sob a direcção de Jaap Ter Linden.


Boa audição!


http://youtu.be/-GlYCO5TI7o
 
 
 
 
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segunda-feira, 29 de dezembro de 2014



NOTÍCIAS DE ÚLTIMA HORA * NOTÍCIAS DE ÚLTIMA HORA

Parques de Sintra * Parques de Sintra * Parques de Sintra * Parques de Sintra

NOTÍCIAS DE ÚLTIMA HORA * NOTÍCIAS DE ÚLTIMA HORA *

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Aprovado cofinanciamento para 5 projetos da Parques de Sintra ___________________________________________________

- Investimento total de cerca de 2.250.000 Euros
- Cofinanciamento de aproximadamente 1.344.000 Euros
- Projetos aprovados serão implementados em 2015
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- Reabilitação do Picadeiro da Ajuda para espetáculos de Arte Equestre
- Recuperação da Quinta da Amizade/ Villa Sassetti
- Música nos Palácios de Sintra, Pena e Queluz
- Visita conjunta às áreas naturais de Sintra e Mafra
- Protecção contra espécies invasoras

Sintra, 29 de dezembro de 2014 – A Parques de Sintra recebeu recentemente a aprovação da candidatura a cofinanciamento para 5 projetos: 4 projetos candidatados ao POR Lisboa (Programa Operacional Regional) e 1 projeto candidato ao PRODER (Programa de Desenvolvimento Rural), todos a decorrer em 2015, maioritariamente no primeiro semestre.

Estes 5 projetos preveem um investimento global de aproximadamente 2.250.000 Euros, dos quais cerca de 1.344.000 Euros serão apoiados pelos referidos Programas. Desta forma, para cada uma das ações a empresa recuperará parte do investimento efetuado, minimizando o impacto no seu orçamento.

A Parques de Sintra gere vários Parques, Monumentos e Tapadas Florestais na Paisagem Cultural de Sintra, recorrendo apenas às suas próprias angariações de receitas (através de bilheteiras, lojas, cafetarias e aluguer de espaços). Assim, sempre que possível candidata os seus projetos a fundos que cofinanciem parte do investimento necessário.

Neste momento os projetos encontram-se ou já em curso ou na fase inicial de implementação.
As candidaturas agora aprovadas dizem respeito a diferentes áreas de trabalho da empresa, nomeadamente aos seguintes projetos: reabilitação do Picadeiro Henrique Calado, na Calçada da Ajuda (para apresentações da Escola Portuguesa de Arte Equestre); recuperação da Quinta da Amizade/Villa Sassetti (edifício de Luigi Manini e percurso entre o centro histórico e a Pena/Mouros); temporadas de música nos Palácios Nacionais de Sintra, Pena e Queluz; preparação de um programa de visita conjunta a Sintra e Mafra, sob o mote “A Natureza em Parques e na Grande Tapada”; e a proteção contra agentes bióticos nocivos (através da remoção de espécies invasoras).

I.
O projeto de reabilitação do Picadeiro Henrique Calado, na Calçada da Ajuda,

visa realizar obras de adaptação e reabilitação daquele espaço, para que acolha, com regularidade, espetáculos e treinos da Escola Portuguesa de Arte Equestre (EPAE).

Serão criadas condições para que a EPAE se apresente num espaço coberto digno, junto ao Museu dos Coches, numa área de Lisboa com tradição equestre e muito forte em termos turísticos e de lazer. Além da recuperação das fachadas e cobertura, será também adaptado o espaço interior (instalação de bancadas, cafetaria e instalações sanitárias), por forma a acolher o público com as melhores condições. Este projeto implica um investimento de cerca de 1.110.000 Euros, obteve um cofinanciamento de 65% do POR, e deverá estar concluído no primeiro trimestre de 2015.

II.
A recuperação da Quinta da Amizade/ Villa Sassetti

prevê intervenções de reabilitação daquele espaço, tanto ao nível do património construído como dos valores naturais. Inclui o restauro da Villa Sassetti e o jardim que a envolve e que sobe a serra, bem como de outras construções existentes no espaço da Quinta. Desta forma será possível a sua fruição por parte dos visitantes, nomeadamente através do percurso pedestre de acesso ao Castelo dos Mouros e ao Parque e Palácio da Pena, a partir do centro histórico de Sintra. Este projeto engloba um investimento de cerca de 617.000 Euros, com 65% de apoio do POR, e estará terminado até final de junho de 2015.

III.
O projeto de revitalização dos Palácios de Sintra, Pena e Queluz através da Música

pretende combinar a fruição do património arquitetónico com o património musical, através da exploração dos contextos históricos de cada Palácio. Assim, através de concertos, conferências e programas pedagógicos, procurar-se-á dinamizar o património, captar novos públicos, sensibilizar os mais jovens, promover a cultura musical nacional, reforçar a visibilidade e reconhecimento dos Palácios e mobilizar parceiros. Entre os vários eventos, serão abrangidos períodos musicais do século XV ao XIX, diretamente relacionados com cada local. Este projeto totalizará um investimento de cerca de 288.000 Euros, cofinanciado a 40% pelo POR, e terminará em junho de 2015.

IV.
O programa de visita conjunta “De Sintra a Mafra, A Natureza em Parques e na Grande Tapada”

pretende implementar uma estratégia conjunta de visitação às áreas geridas pela Parques de Sintra e pela Tapada Nacional de Mafra, promovendo um programa conjunto para turistas individuais e grupos. A visita integrada a estes dois locais, que incluirá a passagem por um Centro de Interpretação Ambiental, permitirá apresentar uma abordagem completa à biodiversidade dos locais. O projeto incluirá também a produção de vídeos, brochuras, website e sinalética, entre outros.

Este projeto prevê um investimento global de aproximadamente 174.000 Euros por parte da Parques de Sintra, com um cofinanciamento de 40% do POR, e decorrerá até final de junho de 2015.

V.
O projeto de proteção contra agentes bióticos nocivos (espécies invasoras)

tem como foco a intervenção num conjunto de cerca de 24 hectares recentemente adquiridos pela Parques de Sintra na Tapada do Saldanha. Esta é uma área com ampla presença de valores naturais e espécies protegidas, que se encontra numa situação delicada devido à elevada densidade de espécies que não são características do território português (não-autóctones) e que têm um comportamento invasor. Estas espécies representam também uma elevada carga combustível, aumentando o risco de incêndio. Pretende-se continuar a identificar e eliminar as espécies invasoras, como é o caso das Acácias e Eucaliptos, recuperando assim as áreas de floresta nativa, potenciando a biodiversidade e minimizando o risco de perdas irreversíveis. Este projeto anual envolve um investimento de cerca de 46.000 Euros, com um apoio do PRODER a 80%.
 


E nós?
Que pequeninos! Que insignificantes!...



Conheço o exemplar. Somos muito amigos.
Filhas e netos também já pertencem ao CIP, Clube dos Indefectíveis da Perenidade....

Vão por mim e juntem-se-nos. A 'sede' é na Parques de Sintra. Se ainda tiverem alguma dúvida, tanto a Dra. Ana Margarida Oliveira Martins como o Engº Nuno Oliveira, meus queridos amigos, podem esclarecer.


 
Foto de Parques de Sintra.



 
 
 
Parques de Sintra adicionou 3 fotos novas.
Quando visitarem Sintra para ver as cores de outono, sugerimos que prestem particular atenção a este belo exemplar de Ginkgo biloba, no Parque de Monserrate. Ut...ilizando a aplicação Talking Heritage podem descobrir curiosidades sobre esta espécie e muitas outras.
Por exemplo, sabiam que os fósseis mais antigos desta espécie datam do Jurássico, a era dos dinossauros, razão por que é considerada um fóssil vivo? Foi, durante muito tempo, considerada extinta até que foi descrita pela primeira vez, por volta de 1690, pelo médico e botânico alemão e Engelbert Kaempfer. É uma árvore muito resistente a insetos, fungos, vírus e bactérias, à poluição causada pelo dióxido de enxofre, ao fogo e até mesmo à exposição radioativa. Um exemplar plantado a 1,1km do epicentro da bomba atómica que atingiu a cidade japonesa de Hiroshima, em 1945, sobreviveu sem quaisquer deformações significativas! Uma árvore desta espécie pode viver mais de 1.000 anos, e o exemplar mais antigo conhecido tem atualmente cerca de 3.500 anos
 
 
 


Acerca de SS Francisco


Interessante esta conversa entre o Patriarca de Lisboa, Maria João Avillez e José Manuel Fernandes. A todos os títulos de aconselhável partilha.


NB: absolutamente insuportável o modo como, ao longo da entrevista, MJA se refere aos meios de comunicação social como 'a mídia'... A mídia? Que horror! Não haverá alguém que a emende? O próprio D. Manuel Clemente, com a devida correcção, disse 'os media' [com aquele -e- aberto], plural latino de 'medium' (meio), mas ela não ouviu. Aliás, deve estar surda há anos porque repete o erro sistematicamente.

 
 
 
Numa entrevista onde se fala do recente Sínodo dos Bispos, da política de família da Igreja e de Portugal em 2015, D. Manuel Clemente conta-nos também porque acha...
observador.pt
 


Opereta,
proposta de fim de ano



Nesta altura do ano, por essa civilizada Europa fora, o que não faltam são propostas de récitas das mais bem dispostas operetas. "Die Csárdásfürstin", por exemplo, que hoje sobe à cena na Semperoper Dresden com Juan Diego Flórez e Anna Netrebko nos protagonistas, sob a direcção de Thielemann, é uma peça engraçadíssima.
...
Em tradução literal, 'A Princesa das Czardas', também poderão encontrá-la em versões para Inglês como 'Riviera Girl' ou 'The Gipsy Princess'. É uma opereta em três actos de Emmerich Kalman, compositor húngaro, com libretto de Leo Stein e Béla Jenbach, cuja referência - http://youtu.be/lBlzDDPl10I - vos deixo para o caso de estarem interessados em assistir à sua apresentação integral de cerca de duas boas horas de excelente disposição.
Mais rapidamente, eis um ´medley' com excelentes interpretações.

 
Boa audição!


http://youtu.be/rUqzeeHEVtA
Today, Juan Diego Florez will make his role debut in Kálmán’s Die Csárdásfürstin at the Semperoper Dresden opposite Anna Netrebko and under the baton of Christian Thielemann. ZDF will broadcast the performance at 22:00 CET on: www.zdf.
© Matthias Creutzige
 

Efeméride mozartiana
29 de Dezembro de 1783
 
Para dois pianos
 
 
Mais uma peça da inesgotável lavra de Amadé. Está datada de Viena, de 29 de Dezembro de 1783. É uma obra de rara contenção, essencial ao entendimento do génio de Mozart. Atenção à "Fuga, em Dó menor, para dois pianoforti", KV 426, que mereceu uma posterior revisão de Beethoven. Infelizmente, a interpretação que vos proponho não está identificada.
 
 
 
 


Efeméride do Cinema
28 de Dezembro de 1888


Murnau,
para não esquecer


[facebook, 28.12.2014

Friedrich Murnau, que nasceu em 28 de Dezembro de 1888 (m. 1931), indubitavelmente, um dos grandes nomes da História do Cinema, é o autor deste "Faust", datado de 1926, sua última e autêntica obra-prima.
 
Tenho a certeza de que, ao propor-vos o (re)visionamrento desta obra, estarei a contribuir para a redescoberta destas sequências magistrais, quintessência do expressionismo alemão. Para quem ainda não conhece, o melhor é preparar-se convenientemente porque se trata de verdadeira epifania.


http://youtu.be/b9YbhchImHY

 
 


Igreja Católica Apostólica Romana,
estratégia discreta, discurso veemente


[facebook, 28.12.2014]


Como epígrafe, o último parágrafo deste texto:

"(...) A propósito, há tempos venho dizendo e, poucos dias atrás, o Senhor D. Januário Torgal Ferreira veio confirmar a mesma ideia por outras palavras. Se, ao meu lado, junto à mesa da Comunhão, aparecessem os «católicos» ministros Mota Soares e Assunção Cristas, não sei o que faria. Sei que coincido com a opinião de D. Januário. Deviam ser impedidos de comungar!!!"
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Está para breve a revelação total do que foi a atitude do Papa Pio XII durante a Segunda Grande Guerra. Afinal, quantas batalhas de salvação de judeus não foram protagonizadas pela própria Igreja através dos seus canais diplomáticos das Nunciaturas que actuavam discreta mas eficientemente? Em breve se saberá.

Quanto ao IOR, até parece que Francisco não é o Papa e, portanto, o chefe máximo da Igreja, que está a fazer tudo o que deve e pode fazer tanto a nível da denúncia como do directo ataque aos grandes e poderosos... Assim fizessem todos os decisores políticos e detentores de qualquer poder...

Antes de emitir opinião, há que ler os textos que responsabilizam Francisco e Bento XVI, apenas para referir os dois últimos Papas, nas suas denúncias do capitalismo desalmado e desregulado, por exemplo, Bento XVI, Encíclica "Caridade na Verdade" e, há dias, Francisco na exortação apostólica. Mas não são apenas textos. Palavras, sim senhor, por um lado, obras, por outro.

E entre nós? Só dependentes das estruturas de apoio da Igreja Portuguesa - Caritas, obras diocesanas, conferências como a de São Vicente de Paulo, Santas Casa da Misericórdia, etc, diariamente - repito, diariamente - é apoiado quase um milhão de pessoas, 400.000 das quais, em grande parte subsidiárias da estupenda obra que é o Banco Alimentar contra a Fome (20 unidades a nível nacional).

Se não fosse a obra diária e concreta da Igreja Católica Portuguesa, o Estado Português estaria confrontado com uma ruptura abissal, ainda mais dolorosa do que aquela que se sente seja para onde for que nos voltemos. AO CONTRÁRIO DA DESINFORMAÇÃO E PROPAGANDA DE TODOS OS DIAS, O ACTUAL E INCOMPETENTE GOVERNO ESTÁ A FAZER TUDO AO CONTRÁRIO DO QUE PROPÕE A MENSAGEM PAPAL DE FRANCISCO!!!

A propósito, há tempos venho dizendo e, poucos dias atrás, o Senhor D. Januário Torgal Ferreira veio confirmar a mesma ideia por outras palavras. Se, ao meu lado, junto à mesa da Comunhão, aparecessem os «católicos» ministros Mota Soares e Assunção Cristas, não sei o que faria. Sei que coincido com a opinião de D. Januário. Deviam ser impedidos de comungar!!!

 

Sintra,
Canaferrim, Associação Cívica e Cultural
- Testemunho de Fernando Cunha


[facebook, 27.12.2014]


"Faço a minha vida no centro histórico. Nos ultimos anos têm sido atropelos constantes daquele espaço classificado como patrimonio mundial. Há intenção de criar um gabinete para cuidar deste espaço tão especial. Mas, atenção a quem vão lá pôr, já que têm de ser pessoas com sensibilidade e que amem a nossa Vila.
...
Temos associações competentes que poderão ajudar e não destabilizar. Acho importante esse contributo, pois são pessoas de bem e que querem o melhor para a nossa linda Vila.
Mãos á obra CMS! Sem receios!"
_______________________

Totalmente de acordo, tanto com a atitude da Alagamares como com o texto supra de Fernando Cunha. Casos como o da descaracterização da fachada do Hotel Central não podem ser encarados com a ligeireza com que a autarquia tem actuado.

 

Efeméride mozartiana,
uma famosa ária de concerto
- Salzburg, jubileu de 2006


Bartoli, Fleming e um episódio de «conforto» vocal *

[facebook, 27.12.2014]

Em 27 de Dezembro de 1786, há precisamente, 228 anos, no mesmo dia em que considerava a hipótese de se estabelecer em Inglaterra, Mozart (re)compunha a Ária de Concerto 'Ch'io mi scordi di te? ... Non temer, amato bene' para soprano com piano obbligato, K. 505 que, inicialmente, se enquadra na ópera "Idomeneo" (versão de Viena), cantada por 'Idamante'**. Pelo próprio punho, escrevia Amadé no seu catálogo: “(…) den 27: Scena con Rondò mit klavier Solo. für Mad:selle storace und mich. begleitung. 2 violini, 2 viole, 2 clarinetti, 2 fagotti, 2 corni e Ba (…)”

Mesmo os que não sabem Alemão entendem que se trata de uma peça que o compositor escreveu para (Nina) Storace, a grande voz da actualidade por aqueles dias vienenses, 'und mich' i.e., e 'para mim', indicando que ele próprio também a estreou. A propósito desta obra que exige irrepreensíveis dotes vocais, gostaria de vos contar o episódio absolutamente verídico, cujos meandros, como privilegiado membro do Mozarteum de Salzburg, acompanhei em 2006, ano do jubileu mozartiano, por altura do seu 250º aniversário.

Para o concerto de gala do dia 27 de Janeiro, no Grosses Festspielhaus, a Fundação do Mozarteum tinha convidado René Fleming que interpretaria esta peça acompanhada ao piano, nem mais nem menos do que por Mitzuko Ushida. Portanto, como se depreende, tudo ao mais alto nível mundial. Pois bem, praticamente sem qualquer hipótese de substituição, o agente de René Fleming informou o Mozarteum de que a diva não se sentia particularmente «confortável» para a interpretação da ária, sugerindo que fosse apresentada uma alternativa…

Garanto a veracidade deste documento. Eu li-o. Se bem entendem, nas entrelinhas, e, por outras palavras, preto no branco, o que René Fleming dava a entender era que, pelo menos, naquela altura, o seu gabarito não chegava para cantar 'Ch’io mi scordi di te'. E, com indisfarçável sobranceria, ainda pedia que tratassem, isso sim, de lhe apresentar uma outra proposta, enfim, mais acessível…

Bem, com quem ela se meteu! Se lhe passou pela cabeça que o Mozarteum alteraria uma vírgula ao convite inicial, deve ter ficado siderada quando leu a resposta inequívoca – à qual eu também tive acesso – em que a Fundação reiterava o que havia proposto, esclarecendo mesmo o seu objectivo de apresentar uma obra de grande dificuldade em que, também naquela especialíssima gala, mais uma vez, o génio de Mozart estaria bem patente.

Resumindo e concluindo, a Fleming «borregou». E, para a substituir, servindo-se de meios que mais nenhuma casa em todo o Mundo se poderá gabar, o Mozarteum conseguiu que, 'em cima da hora', Cecilia Bartoli assegurasse a interpretação da obra que Mozart compusera para a Storace duzentos e vinte anos antes. Com um profissionalismo a toda a prova, a Bartoli foi excelente, mal tendo tempo para se preparar.

Tendo tido oportunidade de assistir ao concerto incluído na 'Mozartwoche' de 2006, até posso confirmar, como então escrevi numa crítica, que a Bartoli cantou a ária evidenciando uma coloratura um tanto ou quanto mais floreada que o exigível, fugindo algo ao classicismo da peça, e propondo contornos mais barrocos, registo em que é exímia.

Pois bem, em primeiro lugar, gostaria de vos propor um registo dessa interpretação em que, além do famoso mezzo, se juntam os prodígios da Filarmónica de Viena sob a direcção de Mutti e Mitsuko Uchida. [I] E, seguidamente, uma gravação em que a mesma peça é interpretada, nem mais nem menos do que por uma estupenda René Fleming e Christoph Eschenbach, no piano obbligato e na direcção da orquestra. [II] A gravação foi obtida num concerto ao vivo em Paris, em 2002, portanto, quatro anos antes do convite do Mozarteum, altura em que Fleming estaria mais «confortável» para a abordagem da ária. Comparem e tirem as vossas conclusões.


Boa audição!


(*) Texto aqui publicado em 27.12.2013;
(**) A versão inicial de "Idomeneo, rè di Creta" foi estreada em 29 de Janeiro de 1781 no Residenz Theater (actualmente, Cuvilliées) em Munique. Data de cinco anos mais tarde, a versão que Mozart prepara para a estreia em Viena, que ocorre em 13 de Março de 1786, versão esta que compreende 'Non temer, amato bene' a ária de 'Adamante' com que inicia o II Acto. Interessante lembrar que o acompanhamento «obbligato» era assegurado por violino e não pelo piano, como na ária de concerto.




http://youtu.be/oPOn4sphnL0 [I]
http://youtu.be/lHrYNb52jug [II]

 

sexta-feira, 26 de dezembro de 2014


Património de Sintra,
divulgar a identidade

[Transcrição do artigo publicado na edição do dia 19 de Dezembro de 2014 no 'Jornal de Sintra'. Trata-se de uma questão à qual, mais especialmente, há dez anos a esta parte, tenho dispensado alguma atenção.

Recentemente, revelando uma sensibilidade que já me parecia pouco provável, a Câmara Municipal de Sintra está a interessar-se pelo assunto, tendo-me solicitado a colaboração que estou a prestar na justa medida das minhas limitadas possibilidades.
 
A vossa compreensão para o facto de não poder dispor dos recursos gráficos do original publicado no JS que, aliás, para todos os efeitos, poderão consultar no 'site' respectivo]

Património de Sintra,
divulgar a identidade

É perfeitamente e comum e geralmente aceite a estafada ideia de que Sintra é terra com uma vocação turística indesmentível. Pois admitamos que assim seja: beleza paisagística, património natural e edificado, gastronomia, cultura local e outros pertinentes atributos, na realidade, tudo parece concorrer no sentido de não pôr em causa a referida noção.

No entanto, se tivermos em consideração, por exemplo, o modo displicente como nos permitimos mostrar e apresentar Sintra a quem a visita, logo se instala a dúvida, não em relação à tal vocação mas, isso sim, quanto a estar à altura dos desafios colocados por esta pródiga e soberba terra.

Introdução tão geral autorizaria um infindável número de abordagens, desde a incapacidade de obstar ao desleixo e estado de abandono a que estão votados tantos edifícios em pleno centro histórico, até à inércia letárgica que tem inviabilizado o ataque aos problemas do estacionamento, a gestão dos fluxos de tráfego (indutores, alguns, do encerramento de determinadas vias à circulação de viaturas automóveis que não as prioritárias) a imposição de um regime civilizado de cargas e descargas, etc, etc.

Vão permitir um parêntesis para lembrar que ninguém poderá afirmar que tais questões têm sido alheias às nossas preocupações. Pelo contrário, têmo-las partilhado com os leitores ao longo dos anos, jamais nos subtraindo a qualquer contributo, estritamente motivados pelo desejo de animar o debate que tais problemas sempre suscitam.

 
Legendas, por favor
 

É nesta linha de actuação, portanto, meramente de serviço cívico, que hoje nos debruçamos sobre o parapeito da janela que Sintra abre aos visitantes, deixando que espreitem o que de mais interessante tem para oferecer à curiosidade de quem se desloca, por vezes, de tão longe, e, não raro, permanecendo tão pouco tempo.

Não temos a veleidade de vir propor algo de original já que nos baseamos em exemplos conhecidos, apenas trazendo à colação práticas comuns a outros destinos que, tal como Sintra, são geralmente aceites como turisticamente vocacionados. Indo directamente ao cerne do problema, tudo isto para introduzir uma questão absolutamente vital à actividade turística, qual seja, em tempo oportuno, muito sinteticamente, com a maior eficácia, a necessidade de  transmitir toda a informação que é suposto fornecer acerca de determinado local.

Simples? Sabemos que não é coisa simples de concretizar, pressupondo o envolvimento de uma equipa que, para além do historiador, divulgador cultural, contará ainda com peritos de comunicação, tradução, semiótica, etc. Provavelmente, se pensarmos em casos concretos, facilitada ficará a tarefa que nos propusemos concretizar nestas linhas da rubrica de um concelho adiado que, quem nos dera, oxalá não se perpetue.

Um lugar, três casos…

Consideremos três casos contíguos e paradigmáticos: a Quinta da Regaleira, a Quinta do Relógio e o esplêndido monumento vivo que é aquele sobreiro, mesmo à beira da estrada, à direita de quem, poucos metros adiante vai iniciar a subida da rampa. Nada, absolutamente nenhuma informação ali existe que esclareça o passante quanto à singularidade das três peças de património.

Falta, claro que falta, toda a informação que, in loco, deve estar disponível, em reduzidas dimensões, legível à curta distância de cerca de um metro, contendo apenas meia dúzia de frases imprescindíveis à localização da peça no tempo e no espaço, dando conta de qualquer episódio de interesse relevante.

Quanto aos exemplos em referência, cada edifício disporia de uma placa ou pequeno painel, informando sobre a estética revivalista romântica da sua arquitectura, esclarecendo acerca dos proprietários iniciais promotores da construção, dos artistas envolvidos, das curiosidades mais notáveis, tais como toda a simbologia maçónica da Regaleira, ou o facto histórico de D. Carlos e D. Amélia terem passado a lua de mel na Quinta do Relógio. A propósito da árvore, além das referências botânicas identificativas da espécie, importaria mencionar os escritores que ali se detiveram e a especial relação que a referida rainha com ela estabeleceu.

Circuitos

Em pleno coração do centro histórico, justificar-se-ia a existência de informação acerca da zona da Judiaria junto ao arco de acesso, à esquerda de quem sobe a rua a caminho da Piriquita. E, em sentido contrário, outra placa ou painel referenciando a Rua do Açougue, remota reminiscência do as-soq árabe, mesmo sob a esplanada do Café Paris. Estas, apenas duas das etapas de passagem de um circuito medieval de Sintra a promover com outros motivos do maior interesse.

Como não lembrar, igualmente, entre tantas que poderíamos citar, noutra zona da sede do concelho, as obras de Norte Júnior, Adães Bermudes, Raul Lino, ainda sem qualquer identificação? Naturalmente, a informação a disponibilizar, ainda que significativamente reduzida, obedeceria sempre a um mesmo modelo padrão de painel-placa, talvez com a aposição de um pequeno símbolo cromático, identificador de certo circuito - medieval, romântico, queiroziano ou outros - em coerente articulação com a que aparece nos folhetos turísticos, tanto em termos do estilo informativo como no aspecto gráfico.

Será difícil pôr em marcha semelhante plano de identificação e divulgação de todos os lugares de interesse de Sintra? Será difícil de entender que este tipo de informação é, pelo menos, tão essencial como o dos folhetos e mapas distribuídos pelo Turismo? Muito trabalho? Mas tão aliciante, tão útil, urgente e necessário!

Recentes evoluções 

Com ligeiras alterações, os parágrafos que acabam de ler fazem parte de um artigo que subscrevi, subordinado ao título “Um turismo às claras”, publicado pelo Jornal de Sintra em 15 de Abril de 2005. Escusado seria acrescentar que o conteúdo não suscitou qualquer reacção por parte da autarquia. No entanto, tal circunstância não me desmotivaria quanto à pertinência das propostas em apreço, já que é inequívoco o seu evidente propósito de divulgação do património, uma preocupação que me anima desde que, na década de setenta, comecei a militar nestas causas.

Por isso, nas redes sociais, continuei a abordar o assunto com bastante frequência, ou seja, sempre que se me afigurou pertinente e a propósito. E, neste mesmo jornal, nunca desistindo da ideia, uns anos mais tarde, mais precisamente, em 7 de Setembro de 2012 e 8 de Novembro de 2013, respectivamente, através dos textos “Sintra, legendas no património” e “Património de Sintra, da necessidade de bilhete de identidade”, fui insistindo na esperança de que um destinatário mais receptivo acabasse por se render à evidência…

Neste contexto da persistência, apenas me resta confirmar que água mole… Há uns meses, Rui Pereira, Vice-Presidente da Câmara Municipal de Sintra, punha-me ao corrente da sua decisão de acolher as sugestões constantes dos artigos aludidos. Com natural regozijo  e, na justa medida das minhas possibilidades, não poderia ter ficado mais receptivo ao desafio que me lançou de colaborar com os serviços culturais da CMS com vista à efectiva realização do projecto.
 
Pois bem, foi com esse objectivo que, há poucos dias, no Roseiral, troquei impressões com os técnicos a quem foi cometida a tarefa da concretização. Como poderão calcular, haverá que equacionar uma extensa série de itens, que se perspectivam em enquadramentos muito variados, desde a concepção dos textos, em Português e Inglês, às dimensões das placas, ao design a observar, aos padrões estéticos, aos caracteres a utilizar, cromatismo, suportes, materiais, etc.
 
Na ocasião fiquei a saber que, na mesma placa, também passaremos a contar com uma outra vertente absolutamente aliciante e, de facto, já disponível em relação ao património afecto à Parques de Sintra Monte da Lua. Portanto, em perfeita sintonia com a actual disponibilidade e de acordo com a procura das franjas de público mais despertas e sensíveis à tecnologia mais avançada no campo da partilha da informação, os serviços culturais vão privilegiar a introdução dos designados QRCodes na concepção global do projecto em questão.
 
 
Em Inglês, a sigla QR significa ‘Quick Response’. Na realidade, bem podemos afirmar que se trata, isso sim, de uma ‘resposta instantânea’. Ao aproximar o smartphone da placa, o utilizador poderá receber todas as informações que estiverem armazenadas edisponíveis no momento, acerca do bem patrimonial em questão. Ao passo que a informação escrita, a disponibilizar através da placa, será muito sucinta mas definitiva, já no que respeita ao QR, ela pode ser modificada conforme as conveniências.
 
 

Como podem verificar, belíssimas notícias que, a concretizarem-se num prazo razoável, passarão a beneficiar todos os públicos interessados, desde o tradicional àquele  que não dispensa os suportes tecnológicos mais avançados. Actualmente, a PSML já utiliza um modelo. A ex-Junta de Freguesia de São Pedro Penaferrim utilizou outro, muito operacional, para identificação do designado ‘Roteiro Medieval’. É tempo de analisar e de fazer opções.

Não tenho a mais pequena dúvida de que há todas as condições para fazer um trabalho decente.

 
[João Cachado escreve de acordo com a antiga ortografia]