Alagamares
e a Defesa do Património de Sintra
Como sabem, hoje mesmo a Alagamares leva a efeito uma iniciativa do maior interesse, juntando no restaurante Apeadeiro, pelas 20,30, todos quantos quiserem não só amesendar, mas também discutir a revisão do Plano de Urbanização de Sintra (dito De Groer). Claro que é imperativo estar presente.
Em boa hora, a Associação Alagamares preencheu o vazio do lugar deixado pelo silêncio de quem, tendo-se arrogado, durante tantos anos, na defesa do património de Sintra, vinha manifestando sinais de um cansaço incompatível com as solicitações do terreno, cada vez mais exigente de uma clara, eficaz, pedagógica e permanente presença.
Ora bem, ao contrário do que estava sucedendo, perante o desagrado de tantos sintrenses, a Alagamares – que, note-se bem, não me passou procuração – sem privilegiar qualquer estratégia de rejeição de contundência normal em casos congéneres, tem acolhido lutas como a de Seteais, evitando e conseguindo não ultrapassar os limites da intervenção cívica afim da defesa do património.
A Defesa do Património de Sintra, contrariamente à opinião de quem se abriga sob o chapéu de uma designação tão conveniente como equívoca, não é couto de ninguém e, muito menos, de quem não está habilitado nem talhado a enfrentar duras lutas que, muito pouco, ou nada têm a ver com o dano eventualmente causado a umas florzinhas mais ou menos desprotegidas…
Na realidade, também em Sintra, lugar de apetites devoradores, a Defesa do Património pressupõe uma actuação integrada, em articulação com as mais diferentes frentes de luta, por exemplo, nos domínios da circulação automóvel, do estacionamento dissuasor e de proximidade, da reorganização dos fluxos de tráfego, ou do regime de horários de cargas e descargas.
Trata-se de uma luta de titãs, que exige a intervenção dos mais diferentes agentes, privilegiando o envolvimento empenhado das famílias e, em especial, dos professores e outros trabalhadores da Educação porque lidam com e investem no produto de maior potencial que é o cidadão do futuro. Considero que a Alagamares percebeu tudo isto. De certeza que, dos outros, o mesmo não se poderá afirmar.
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