[sempre de acordo com a antiga ortografia]

sábado, 13 de junho de 2009

Festival de Sintra 2009,

Quarenta e quatro
(continuação)


Outra estrutura, outro conforto…

Considero-me entre aqueles que, não pondo em causa o convívio da Música e da Dança, opinam no sentido de que, provavelmente, o Festival de Sintra poderia ter lucrado com a opção de as tornar independentes. Se assim tivesse acontecido, como chegou a ser equacionado, o Festival de Sintra permaneceria apenas com uma proposta de Música, libertando a outra vertente para período diferente do calendário anual.

Naturalmente, aquela arrumação tudo facilitaria, desde logo, ao nível da concepção das respectivas grelhas de programação. Todavia, menor não seria a vantagem para os públicos destinatários e, nos difíceis tempos que correm, também para os mecenas institucionais e particulares que, cada vez mais, dispõem de verbas menos significativas para o patrocínio de eventos cuja natureza só ganha com uma clara definição de contornos.

A perspectiva de concretização de uma tal estrutura, fruto da individualização da componente musical – e, agora, apenas acerca desta me pronuncio - permitiria que o público fosse objecto de uma oferta específica mas global, no quadro de uma proposta temática, propiciando uma experiência tão mais enriquecedora quantas mais pontes de afinidades culturais lançasse.


(continua)


PS:

Na próxima segunda-feira, apresentarei as minhas notas de apreciação acerca do primeiro evento da componente musical do Festival de Sintra, mais precisamente, o concerto do passado dia 7 de Junho, com a orquestra Gulbenkian, sob direcção de Maxim Vengerov.

Pela boca morre o peixe, dirão alguns, lembrando ter eu afirmado que não me pronunciaria sobre espectáculos do Festival de Sintra. Corro o risco de ter sido apanhado na ratoeira das minhas próprias palavras porque me parece valer a pena. É que, na realidade, se tratou de uma singular ocasião, como poderão avaliar se, depois de amanhã, tiverem a curiosidade de aqui voltar.





1 comentário:

Pedro Oliveira disse...

Meu caro João,

Eu sou totalmente de opinião que o Festival fosse só de música. Isso não impede que possa haver cinema e poesia mas sempre em relação com o tal tema geral do festival. Parece que deve manter aquela feição romântica mas não só piano. Há belos trios, quartetos, quintetos e canto que não entendo porque razão o festival de Sintra não explora.
um abraço

Pedro Oliveira