[sempre de acordo com a antiga ortografia]

quinta-feira, 18 de junho de 2009

Revisão da matéria



Ainda hoje mesmo, o texto A Favela, datado de 5 do corrente, continua a suscitar o interesse e longos comentários de leitores, em especial da Freguesia de São Pedro, que aproveitaram a circunstância da publicação, para se pronunciarem, não só especificamente acerca do caso, mas também sobre questões com ele telacionadas.


Também o ciclo de artigos dedicados ao Festival de Sintra, nomeadamente, os referentes aos dias 1,9, 10, 11, 12, 13, 14, 15, 16 e 17 de Junho, desencadearam uma série de reacções que, sinceramente, não esperava se manifestasse com tanta vivacidade.


Nestes termos, uma vez que, só na próxima segunda-feira, dia 22, o sintradoavesso voltará a propor outro assunto, muito gostaria de, novamente, chamar a atenção de todos, tanto para os referidos textos como para os comentários decorrentes. Enfim, eis o convite à revisão da matéria dada...



18 comentários:

José João M. S. Arroz disse...

João,

Sabendo como são escassas as reacções nos blogues do género do teu, estou espantado com a participação. Para te dizer a verdade, gostava que houvesse mais controvérsia. Parece que está toda a gente de acordo connosco e aqueles que não estão, também não aparecem. Não percebo porque não se pronuncia a organização do Festival de Sintra. Enfim, devem saber no que estão metidos. Conforme já disse, é com grande desgosto que prevejo o fim do Festival de Sintra como foi. Agora é outra coisa. Acabei Há pouco de ler o comentário da Luísa Craveiro. Claro que se arrisca a que lhe chamem elitista. Mas os festivais de música nunca foram, não são nem alguma vez serão espectáculos para o povo, nem aqui nem nalgum dos lugares que conhecemos por esse mundo fora. Até parece que Sintra está com pressa de renegar a herança mecenática da Marquesa de Cadaval. A organização do Festival de Sintra parece que não está a aguentar com a conotação aristocrática que Olga Cadaval confere às passadas dezenas de anos de eventos tão nobres. Como outras pessoas têm dito, Alcobaça, Estoril, Póvoa de Varzim, Leiria, o Festival do Algarve, etc, continuarão a fazer o que Sintra não quer.
Abraço grande

J. J. Arroz

Artur Sá disse...

Amigo Dr. Cachado,

De acordo com este seu texto, só na segunda-feira próxima volta a publicar. Por favor não venha outra vez com este assunto que isto já deu o que tinha a dar. Ña verdade o Dr Arroz já lembrou e apontou muito bem a questão porque a direcção do festival não vai dizer mesmo nada sobre a confusão que arranjaram com essa coisa dos contrapontos. Portanto faça o favor de partir para outro assunto.Cumprimentos,

Artur Sá

Eduardo Alves disse...

Caro João,
Aqui estou mais uma vez.Como escreveu o nosso comum amigo José João, eu também fiquei surpreso com as reacções Por isso
não concordo com Artur Sá. Aliás, ainda há muita confusão. Tenho falado com pessoas que ainda não compreenderam a razão de ser desta questão. Por isso acho que devemos manter a coisa em aberto.
Como tenho tempo vou tentar explicar como se estivesse a falar com alguém muito estúpido.
Disseste muito bem: falta lógica interna à programação actual de tal modo que os "contrapontos" (contra-pontos)do Festival de Sintra se apresentem como alternativa aos "pontos" do Festival de Sintra.
Mas então quais são os "pontos" do
Festival de Sintra?
No que respeita a vertente musical, por exemplo neste ano os "pontos" são os eventos das «fronteiras longínquas». Isto significa que tu pretendes que os "contrapontos" deviam aparecer na grelha do Festival numa relação lógica e sem ambiguidades com aquelas «fronteiras longíquas».
Para isso era necessário saber que tema é este. Porque designaram assim a componente musical? Supondo que é por os intérpretes virem da China ou da Coreia então os "contrapontos" de teatro, música para crianças, exposições, ópera etc, tinham de se apresentar com uma relação neste contexto destes países asiáticos.
Isto é fácil de entender. Esta lógica é que funciona de maneira que as coisas não sejam «desgarradas» como tu escreveste.
Como sei que esta é que é a lógica dos "contrapontos" que o Abbado pôs a funcionar em Salzburgo, sei que é disto que estamos a falar. Sei que já explicaste isto muito bem aí em Sintra e que até conversaste com responsáveis da organização. Por isso não compreendo como insistem na apresentação de um festival sem coerência.
Se o actual Festival de Sintra só pretende que os "contrapontos" surjam para conquistar outros públicos além do tradicional, assim afasta o tradicional que era fiel a um modelo que funcionava para propor uma coisa sem pés nem cabeça que até pode chamar muita gente...
É lamentável. Felizmente há programadores e directores como o Alexandre Delgado em Alcobaça ou Piñeiro Nagy no Estoril que não incorrem nestas tácticas fáceis mantendo e aumentando a qualidade e fidelizando o seu público. Oxalá se consiga alterar alguma coisa. Abraço
Eduardo Alves

Josá Ribeiro disse...

Caro João Cachado,

O problema não reside apenas na falta de competência do/a/s programador/a/s. Podem ser incompetentes mas dependem de poderes locais e centrais que frquentemente são ignorantes e raramente estão à altura. Em Sintra, como sabes tão bem como eu isto é flagrante. Na minha opinião também é preciso preparar o público. Não estamos na «tua» Áustria, em Salzburg, Graaz ou Viena que tão bem conheces. Nem em Bayreuth com o «nosso Wagner». É preciso preparar esta gente que nem sequer sabe estar num concerto. Conta comigo.
José Ribeiro

Pedro Salvador disse...

Prezado João Cachado,


Como tantos nossos conhecidos eu também deixei de frequentar o festival de Sintra. Portanto, não fui assistir àquela fantochada do Vengerov arvorado em maestro. Ouvi o Henrique Silveirae a Ana Rocha no sábado passado na Antena 2 e percebi logo o que o Cachado confirmou no seu artigo. Noutro dia um nosso conhecido musicólogo cujo nome não escrevo para não o comprometer dizia que Sintra agora tem um festival de programa suburbano. É um desgosto, João Cachado. Saudações cordiais
Pedro Salvador

Irene Relvas disse...

Fui ao recital do passado dia 13 em Seteais. Não havia condições para ali realizar aquele evento. Estava quase mesmo desagradásvel, perdia-se o som. Não percebo como o Festival de Sintra arrisca música ao ar livre quando se sabe que o tempo em Sintra é sempre uma interrogação, tendo o Palácio da Pena como sítio ideal para um duo de violoncelo e piano.
Tenho acompanhado este debate com muito interesse e estou de acordo com a maioria das pessoas. Conheço algumas e respeito-as sabendo que têm a mesma pena que eu por o Festival de Sintra estar num mau momento. Não entendo a necessidade dos tais contrapontos mas a aceitar só como já escreveram o João Cachado e Eduardo Alves. Assim são uma confusão sem qualquer lógica.
Irene Relvas

Rosário Seixas disse...

João Cachado,
Não dou novidade nenhuma pois você estava lá, aquilo ontem em Alcobaça foi uma loucura. Disse o Alexandre Delgado que foi a maior enchente de sempre naquele local de um evento musical, cheio a abarrotar, com gente em pé e o Mosteiro de Alcobaça é enorme. Veio gente de todo o lado. à minha frente estava um grupo de Évora e mais à esquerda gente de Águeda. Jordi Savall a solo com a viola da gamba uma maravilha irrepetível. Li ontem no seu blogue o que Irene Relvas escreveu sobre o recital em Seteais do Festival de Sintra e também escutei sobre o mesmo recital a crítica Ana Rocha no programa da RDP2: falta de condições e pouco público. Em comparação com o que vimos ontem até mete dó. O Festival de Sintra não merecia cenas tão tristes.
Rosário Seixas

Rodrigo Soares disse...

Acabei de ler o que João de Mello Alvim, director do Chão de Oliva escreveu no Jornal de Sintra em resposta ao artigo «Quarenta e quatro» do João Cachado. Julgo que seria bom transcrever aqui no blogue para que os interessados possam comentar até porque muitos que têm comentado não têm acesso àquele jornal. Assim, espero que apareça o texto para dar a minha opinião. R. Soares

Sintra do avesso disse...

Caro Rodrigo Soares,

João de Mello Alvim - pessoa por quem tenho o maior apreço - fez uma série de considerações acerca do meu artigo «Quarenta e quatro», publicado no Jornal de Sintra em 12do corrente e, também neste blogue, nos dias 12, 13 e 14. Embora haja algumas ideias com as quais não estou de acordo, não há matéria bastante para entrar em diálogo e, muito menos, em qualquer polémica. Eu tive o meu espaço e o João Alvim o dele. Ponto final. Acerca do assunto, parece-me não haver qualquer conveniência em continuar a abordá-lo no Jornal de Sintra.

Como compreende, não me compete pedir a João Alvim autorização para transcrever no sintradoavesso o seu escrito de dia 19 subordinado ao título «Romper com a ambiguidade e afirmar uma identidade». Todavia, se nisso vir algum interesse, João Alvim só terá que me comunicar essa vontade. Claro que estas páginas estão abertas tanto às suas como às opiniões de todos quantos aqui queiram partilhar ideias.

João Cachado

Rodrigo Soares disse...

Continuo na minha. Parece-me que haveria vantagem para todos com a publicação do artigo de João de Mello Alvim neste blogue. Não insisto e espero que o director do Chão de Oliva tome a iniciativa de o solicitar.
Considero que não se põe o problema da identidade do festival de Sintra porque não é preciso procurá-la mais como parece que J.M.Alvim conclui. Ela já existia há muito tempo com a relação ao piano do período romântico. Mas acho que se pode relacionar com teatro, poesia, artes plásticas, ópera, etc. e introduzir espaços e momentos destas artes como contraponto, como já escreveram João Cachado, José João Arroz e Eduardo Alves.
Mais uma sugestão para o João Cachado: porque não apresenta todos os comentários ao festival como se fossem um texto do blogue?
R. Soares

Luís Noronha disse...

João Cachado,
A não ser o caso de Sequeira Costa, que está cada vez melhor, os outros pianistas portugueses são nomes de terceira ou quarta categoria em termos internacionais. No estrangeiro ninguém conhece Rosado ou Burmester. Já não se passa o mesmo com Pizarro.
Até no que era a tradicional aposta do piano romântico, o festival de Sintra já não é uma sombra do que era. Assim não admira que tenha de dar bilhetes a toda a força para não ter as salas mais vazias.
Quando se compara com o Festival de Alcobaça é quase maldade. o Cistermúsica é fruto da competência enquanto Sintra é um caso de programação de responsabilidade duvidosa.
Luís Noronha

Gonçalo Galvão disse...

O programa do Festival de Sintra significa muito simplesmente que estão sem dinheiro. Como não se fazem omeletes sem ovos é escusado comparar com os anos gloriosos. Agora aparecem uns pianistas chineses e coreanos e uns portugueses que o Vasco R.B. classificou muito bem além dos tais grupos que podiam aparecer noutra moldura qualquer.
O Festival de Sintra não engana ninguém porque não é gato por lebre. É uma coisa pobrezinha e às vezes num palácio grandioso ou muita parra e pouca uva à mistura com falta de competência e imaginação.
G. Galvão

Rui Tolentino disse...

João Cachado,
Gonçalo Galvão vai desculpar mas não parece que no Festival de Sintra haja falta de imaginação. Nós que somos muito estúpidos é que não percebemos mas devem ter descoberto alguma relação entre a "Tosca" de Puccini e os concertos para bebés, mais "O Pequeno Alfaiate" dos Irmãos Grimm em bailado e o "Magnificat" de António Leal Moreira ou a "Missa a quatro vozes" do António Cláudio da Silva Pereira, mais o Retratinho do Fernando Lopes Graça e a exposição de escultura "Alegro", só para pegar em meia dúzia de exemplos.
Falta dinheiro mas há muita imaginação e quanto à competência quando explicarem o nexo entre as peças do programa-puzzle então eu e todos nos rendemos a tanta inteligência. Em Sintra são muito criativos, deve ser do ar marítimo em colisão com o ar da serra que provoca aquelas diarreias.
Por mais que se explique não percebem que um programa de festival tem que ser coerente mesmo nos contrapontos. Um dia talvez percebam que os contrapontos podem existir mas com uma relação que se perceba com o resto.
Também já li o texto do Alvim no Jornal de Sintra e chego à conclusão que enferma do mesmo mal. Que grande confusão ao pensar que você só está voltado para os festivais de música, em sentido restrito. Se ele soubesse o que é Lucerna e Salzburg não escrevia aquilo. Acho bem a posição do João Cachado. Já explicou tudo o que havia para explicar. Aliás o José João Arroz e o Eduardo Alves também deram bons contributos. Só quem não quer é que não admite a razão que temos (perdoe incluir-me assim no grupo...)
Um abraço
Rui Tolentino

Carlos Albino disse...

Caro João Cachado,
Até mete dó. Assim nem dá gozo bater no ceguinho. O Festival de Sintra tem as casas às moscas. Quiseram chamar público de qualquer maneira e saíu o tiro pela culatra. Perderam a identidade e não ganharam nada.
Carlos Albino

Joaquim Corado Velez disse...

Parece que o recital do António Rosado no Palácio da Vila não foi nada de especial a ter em linha de conta a crítica de Henrique Silveira (do blogue criticomusical) no programa de sábado passado na Antena Dois, que afirmou que o pianista não se tinha adaptado à sala. É sobre este pormenor que venho lembrar que o João Cacchado Há uns anos disse exactamente a mesma coisa a propósito do recital de um grande pianista (também na Sala dos Cisnes)de que não me lembro agora o nome. É preciso saber muito para se chegar a essa apreciação que julgo que tem a ver com acústica. Enfim, como se verificou não deve ter feito falta nenhuma deslocar-me de Vila Franca a Sintra.
Corado Velez

Anónimo disse...

Amigo João,
Você (como Rui Tolentino no dia 26)é uma pessoa de má língua. Se vir bem as coisas talvez a organização do Festival de Sintra encontre uma relação entre o Barão Scarpia, como um papão a atormentar os pobres meninos e meninas dos concertos para bebés. Como vê é sempre possível estabelecer uma ligação e assim nunca há falta de lógica interna no festival. Ainda outro exemplo com relação à mesma ópera: o Magnificat (neste caso do Leal Moreira) a glorificar qualquer mulher e e não apenas a Virgem Maria, lá ia apanhar a Tosca também.
João Cachado, a ignorância está no poder aí em Sintra com os contrapontos ou na Antena Dois com a direcção do João Almeida. Deixe-se de lutas que essa gente vai cobrir-se de ridículo até caír desamparada sem que você se rale. Um grande abraço, Rui Gordo

André Neves disse...

Caro João Cachado

O Festival de Sintra está a acabar.Não dou nada pelo recital de Pedro Burmester, pianista muito irregular. Mas não vou perder o Sequeira Costa, único artista que me faz ir ao festival. o Eduardo Alves, nosso amigo comum, chamou-me a atenção para as opiniões que aparecem no seu blogue acerca da programação do festival. Parece-me que não é só a falta de lógica interna porque, excepto um caso ou outro, os artistas são pouco conhecidos ou mesmo desconhecidos.Deve haver muita incompetência e muita falta de meios. Felizmente vão começar os festivais de Espinho, do Estoril e de Póvoa de Varzim com óptimos programas valendo a pena estar muito atento e deslocar-se ao Norte.Só não percebo é como Sintra se deixou ultrapassar completamente por estes casos. Na realidade, as pessoas que estão ligadas às programações destes três festivais são muito competentes.
André Neves

Mª Suzete Grilo disse...

João Cachado,
O seu texto de hoje é sobre a excelência da Gulbenkian. Mesmo sem saber como vai continuar gostava de dizer que tão perto de Lisboa e com o mesmo director artístico ainda menos se compreende como Sintra chega ao baixo ponto actual.
Cumprimentos,
Suzete Grilo