[sempre de acordo com a antiga ortografia]
quinta-feira, 2 de julho de 2009
Outras músicas
A Fundação Gulbenkian é uma casa que conheço desde os meus quatorze anos, quando, muito antes de dispor do magnífico edifício da sede na Avenida de Berna, começou a apresentar as suas actividades relacionadas com o mundo da música, nomeadamente, a orquestra de câmara na formação inicial de uma dúzia de elementos, para além do coro e grupo de bailado um par de anos mais tarde.
Portanto, permanente e constantemente, desde os tempos do Tivoli – e, é verdade, do Politeama, onde ainda assisti a muitos espectáculos do ballet Gulbenkian – sou daqueles que têm acompanhado e beneficiado de programas, invariavelmente de grande qualidade, desta que é considerada uma das instituições de referência mundial no domínio da promoção de eventos que obedecem a temporadas regulares, com intérpretes do mais alto nível.
Tenho a felicidade e o privilégio de, também há décadas, me deslocar regularmente aos lugares onde se faz a melhor música por esse mundo fora. Assim sendo, consigo fazer o balanço geral de milhares de eventos a que assisti ao longo da vida, podendo concluir que não seria quem sou sem o inequívoco contributo da Gulbenkian para a minha formação, não só como melómano, que é coisa secundária, mas, essencialmente, como pessoa.
Como sabem, as temporadas musicais decorrem entre fim de Setembro, princípio de Outubro e prolongam-se até Junho do ano seguinte. Claro que, só na Gulbenkian, são dezenas e dezenas de recitais e concertos com a orquestra da casa, orquestra e coro, orquestra convidada residente, ciclos de canto, piano, música de câmara, música antiga, contemporânea. Semanas há em que lá vou cinco vezes. É quase uma segunda casa.
Ninguém contesta que a FG seja um paradigma de organização. Claro que não dou novidade alguma. No entanto, só para que tenham ideia do apuro a que chega, conto-vos o que sempre acontece por esta altura do ano em que se adquirem os bilhetes.
Como todos os antigos assinantes, sou favorecido por um regime de renovação das várias assinaturas nos termos do qual, ainda durante o mês de Junho, tudo fica resolvido. Findou a temporada precedente, no dia 2, com um último recital do ciclo de piano, em prestação inolvidável de Sequeira Costa. Pois, passados quinze dias, já tinha em meu poder todos os cerca de setenta bilhetes para 2009-10! E, três dias antes, com a proverbial simpatia, a Sra. D. Faustina da bilhética, ainda telefonou duas vezes a desfazer dúvidas acerca dos meus pedidos.
Em Portugal? Pois é. Contudo, apesar de sedeada em Lisboa, a realidade da Gulbenkian não é o que poderá considerar-se à portuguesa…
(continua)
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Atenção:
Podem os leitores continuar a comentar a actual edição do Festival de Sintra no sintradoavesso. Basta aceder ao texto Revisão da matéria publicado no dia 18 do corrente.
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