[sempre de acordo com a antiga ortografia]

quinta-feira, 27 de agosto de 2009

Às fontes, às fontes,
numa pressa...


Uma nota muito breve para me congratular com a recentíssima limpeza das fontes de Sintra, em especial na freguesia de São Martinho. É um consolo para quem faz o caminho entre a Vila Velha e, por exemplo, a Quinta da Piedade, verificar o benefício de que foram objecto ainda que, lamentável e paradoxalmente, água seja coisa que não corre.

Infelizmente, depois deste registo tão positivo, não poderia deixar de me associar ao comentário de alguns conhecidos e amigos que chamam a atenção para o facto desta obra estar a realizar-se, precisamente, a poucos dias das eleições. E, se o efeito geral é satisfatório, não sei o que poderei escrever se generalizar a todas as fontes aquilo que presenciei numa delas.

De facto, tive oportunidade de me deter uns minutos observando, com o detalhe possível, o trabalho de dois operários na fonte dos Pizões. E o que vi, na verdade, não me deixou nada tranquilo. A sujidade residual, os líquenes, as escorrências de humidade não foram sistematicamente removidas e, tão somente, disfarçadas com a aplicação de uma lambuzadela de cor enquanto os azulejos levavam uma ligeiríssima lavadela.

Assim sendo, é Sol de pouca dura. Como não existem equipas de manutenção que, mais amiúde, procedam aos trabalhos que só se concretizam no fim de dois mandatos municipais, já se sabe que, nos próximos anos, estas fontes vão permanecer com o desolador aspecto do costume. Portanto, se quiserem vê-las ainda bonitas, durante umas semanas, mesmo sem água, façam o favor de se despacharem.

PS:

Para que conste, a Fonte da Sabuga ainda não foi limpa e está a precisar, coitada. Lembraria que, aqui há uns anos, sem qualquer competência, houve quem tivesse feito um escarcéu dos diabos porque foram retirados uns azulejos horríveis, que lá tinham sido colocados na década de cinquenta do século passado. Mais afirmavam as mesmas pessoas que, a curto prazo, os muros da fonte, enfim, nus como tinham vindo ao mundo, iriam ficar cheios de grafitos, às mãos de energúmenos.

O tempo se encarregou de desmentir a previsão de tão patuscos profetas da desgraça. Contudo, apareceram uns sinais nos muros da Sabuga, sinais de humidade de que é preciso cuidar. Aproveitaria a oportunidade para pedir, a quem se aprestar à concretização da obra em apreço, que, por favor, não tenha pressa e, por outro lado, de modo algum, siga o modelo do que acaba de ser feito nos Pizões...



3 comentários:

Heitor Pontes disse...

Caro João Cachado,
Este problema de só se fazer obra à boca das urnas é uma vergonha com que temos que contar em Sintra e noutros lugares enquanto vigorar este modo de governar que não respeita os direitos dos sintrenses e dos portugueses em geral. O atraso do país dá nisto. Em Oeiras o Isaltino, o Valentim em Gondomar, a Fátima em Felgueiras e em Sintra o «careca do Benfica» que fazem o que querem e quando querem com o aplauso dos ignorantes que ainda são muitos. Não admira que ganhem as eleições. Será que Ana Gomes consegue dar a volta a esta cena? Era muito necessário e ela é a única pcandidata à altura mas tenho muitas dúvidas.

Heitor Pontes

P. Soares disse...

Na estrada onde eu moro, há um ano que a valeta não era limpa. Agora ficou óptima mas não foi com este trabalho à minha porta que me compraram o voto.
P. Soares

Anónimo disse...

À pressa ás fontes... e ao Brasil tb pois que não se sabe o amanhã. è revoltante! Um certo adm. de um aespécie de empresa municipal foi no curto prazo de um ano 2 vêzes ao Brasil às custas da dita "empresa" com o propósito de uma pesquisa, etc e tal... o que é isto? tomam-nos por parvos?