[sempre de acordo com a antiga ortografia]

sexta-feira, 5 de março de 2010

Eis um texto de Fernando Castelo que, tendo chegado como comentário, vem à primeira página pelo merecido destaque.



Quinta do Relógio,
polémica insistência





É uma pena que os actuais decisores de Sintra, que apenas ficarão na história pelos pedidos de empréstimo de milhões, não garantam que as Actas das Sessões estejam acessíveis através da internet. Talvez porque o custo não justificará o recurso a um qualquer sindicato bancário.



Algumas Actas, pelo menos das sessões privadas, revestem-se de pormenores interessantes. Numa breve incursão pela Acta da Sessão de 10 de Fevereiro último, nota-se que, entre uma Proposta do Vereador Batista Alves (julgo ser Baptista Alves) sobre a utilização de uma loja no mercado de Queluz e outra do Vereador Lino Ramos para um contrato-programa com a Associação de Atletismo de Lisboa e mais um subsídio de 3000 euros, não poderia estar melhor encaixada a Proposta subscrita pelo Presidente (100-P/2010) para a celebração do pedido de empréstimo de 26.606.629 euros que inclui a QUINTA DO RELÓGIO.



Somos levados pela estranheza de tão enorme vocação para aplicar 6.750.000 euros num bem cuja recuperação tem um valor inimaginável e de que se desconhecem os fins em vista. Tanto mais que se sabe, ou pelo menos se sente, a falta de vocação e a incapacidade para resolver graves problemas com incidência no bem-estar dos munícipes e no desenvolvimento económico e turístico - e de imagem - de Sintra, como é o caso de ausência de parques de estacionamento periféricos, acessos à Pena ou a recuperação das casas degradadas e "embrulhadas" na da Volta do Duche.



Dá que pensar. Talvez mais cedo do que tarde, se conheçam os contornos da insistência nesta transacção, que justifica as maiores reservas por parte da oposição camarária, embora apenas o PS tenha votado contra. Resta acrescentar que, na mesma proposta, também aparece o Complexo Desportivo de Fitares que por razões conhecidas deixou de servir a comunidade. Mais 4.800.000 euros.Por fim, doirando a pílula, são as Escolas Básicas, onde as ampliações em nove (9) envolvem 13.056.629,12 euros (veja-se o pormenor do acerto em cêntimos), correspondendo a uma média por escola de 1.450.736,57 euros.



Ficam, isso sim, grandes preocupações para o futuro, porque seremos nós, os munícipes, que nada vêem, quem terá de suportar os custos de medidas que nós próprios desconhecemos. Depois, os responsáveis batem asas e partem com o futuro mais assegurado e risonho.



Fernando Castelo


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NB: A propósito, ler os textos aqui publicados em 14 de Janeiro deste ano.


3 comentários:

Anónimo disse...

Já que ninguém se manifesta, cá vai uma opinião. A aquisiçao da Quinta do Relógio de facto dá um jeitão daqueles não só ao proprietário ,mas também a quem medeia o chorudo negócio, logo aqui a coisa requer a devida atenção.A reconversão da propriedade em polo turistico/cultural ligado à Quinta da Regaleira, è de chorar e não è de chorar a rir! Vai servir tudo isto para a tachada do costume, as amigas dos amigos do seara,como aquela que por lá anda e que parece ter como nome próprio, drª.
Nunca Sintra foi tão deprimente!
Ricardo Santos

Anónimo disse...

É a chamada inépcia de luxo, salários principescos para a função de recepcionista!

Anónimo disse...

Essa deve ser a drª drª que fez mestrado em drª e que se prepara para ser a futura mestre drª administradora daquelas bandas. Comem-se vivos uns aos outros!