PRESIDENTE DA REPÚBLICA E SINTRA
Eles estavam lá! Insiste-se que estavam presentes, para que não sacudam para o lado.
Na breve passagem por Sintra, O Presidente da República fez declarações com muitos dos destinatários presentes. As câmaras televisivas mostraram.
A necessidade de "boas práticas locais" e que "é preciso muito cuidado na definição das prioridades" assentaram que nem luvas de pelica nos autarcas, ficando clara a exigência de muitas cautelas na gestão dos dinheiros públicos e dos investimentos.
Mas é essa a realidade do que se passa em Sintra?
Escutando as palavras de Cavaco Silva, salta-nos logo à memória a ameaça - o pedido de empréstimo para aquisição da Quinta do Relógio, proposto por Fernando Seara ameaça mesmo as finanças e o futuro dos munícipes - de se gastarem mais de 6 milhões de euros num bem improdutivo, que só enriquecerá os vendedores.
Nestas coisas, não há ABSTENÇÃO que se invoque, porque o bem-estar da colectividade não pode estar à mercê de qualquer "distanciamento".
Depois do "Monteiro dos Milhões", entrámos, pelas mãos de quem pouco tem a ver com Sintra, no Município dos Milhões...a crédito. Em Novembro de 2008 um empréstimo de 10.000.000 de euros; em Fevereiro de 2009 de 50.000.000 de euros a título de "construção e ampliação de novos equipamentos escolares"; Dezembro de 2009 mais 10.000.000 de euros; Em Janeiro de 2010 o empréstimo proposto foi de 26.607.629 euros (envolvendo a referida Quinta do Relógio, o Complexo de Fitares por 4.800.000 euros e "ampliação de equipamentos educativos" por 13.056.629,12 euros).
Será que o Dr. Passos Coelho, empenhado na sua Cruzada de Virtudes da Era Moderna, ainda não teve tempo de se debruçar sobre a vida sintrense e os mistérios que a mesma envolve?
Ontem, foi dito que a escola de Serra das Minas está a fornecer aos seus alunos uma refeição quente 365 dias por ano, mantendo o refeitório aberto durante as férias. O facto, podendo querer justificar dificuldades financeiras, leva-nos a repensar na forma como se "distribuem" dinheiros públicos em Sintra, que nos deixa muitas vezes abismados.
É uma pena que os cidadãos não acompanhem as deliberações da Câmara, apesar de muitas delas já não indicarem os montantes envolvidos, nomeadamente nas que agora se apelidam de "Contrato-Programa".
Ficariam a saber para onde vão milhões de euros. Notariam contradições inacreditáveis, se tivermos em conta que até associações de idosos ou outras de índole social por vezes não beneficiam de instalações condignas ou confortáveis, mas um Núcleo de Árbitros de Futebol "arrecadou" entre 2008 e 2009, qualquer coisa como 70.000 euros.
Pode o Presidente da República falar em "boas práticas locais", que os seus objectivos serão sempre contrariados enquanto Sintra não acabar com a política de distribuição de subsídios com os mais diversos pretextos, de onde resultam, certamente, muitos votos.
Antes deveria aplicar os dinheiros directamente no efectivo desenvolvimento local, aos níveis social, cultural e desportivo. Até lá, a indignação terá de ser a principal arma dos munícipes.
Não nos podemos calar.
Fernando Castelo
(Para aceder às "Deliberações" Camarárias:
2007
http://www.cm-sintra.pt/Categoria.aspx?ID=190
2008
http://www.cm-sintra.pt/Categoria.aspx?ID=241
2009
http://www.cm-sintra.pt/Categoria.aspx?ID=253
2010
http://www.cm-sintra.pt/Artigo.aspx?ID=4592
2 comentários:
João Cachado,
Agora o Seara anda armado em ministro dos assuntos sociais de Sintra. Só faltava mais esta... Já tem desculpa para não fazer o que deve. Mas náo tem desculpa para comprar o que não pode nem deve.
Carla Figueiredo
É fantástico como a Câmara gasta o nosso dinheiro e a esbanjar desta maneira é dificil que sobre o dinheiro para fazer o ue é preciso.
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