[sempre de acordo com a antiga ortografia]

quinta-feira, 4 de agosto de 2011



A voz dos colaboradores


De facto, tenho muita sorte com os comentários que chegam ao sintradoavesso. Este, ainda a propósito de Estefânea de Sintra, 3 instantâneos, é de tal modo substancial que, tal como dois dos precedentes, bem merece destaque de primeira página. Assim é um descanso porque me dispensam de trabalho...

Aí vai a transcrição:

"Por falar em turismo e desleixo, na Vila Velha....Na Vila Velha existia um posto de turismo com empregados sintrenses, dedicados e conhecedores das riquezas de Sintra. Sabiam receber e divulgar e mantinham o turismo a funcionar de manhã à noite.

Agora o Turismo foi entregue a estranhos, ou seja a uma empresa privada chamada Associação de Turismo de Lisboa, a qual só visa o lucro, que recebe dinheiros da Câmara, do estado, da concessão do jogo do Estoril (800 000 Euros/ano igual a quase 500 contos por dia), conforme notícia em revista da própria Associação publicada em Janeiro de 2010.

Como é que o turismo de Sintra abre mão destas verbas e as entrega de bandeja a uma empresa privada e sem concurso? E entrega um edíficio público, histórico, num local previlegiado, também sem concurso? E deixa essa empresa montar um negócio no r/c do edíficio com artigos de artesanato que nada tem a ver com Sintra e nada beneficia os artesãos da região? E faz concorrência aos comerciantes locais vendendo postais?

E a informação? Abrem a meio da manhã e fecham a meio da tarde?É ver os turistas a bater com o nariz nos portões a partir das seis da tarde quando antes fechava, se bem me lembro às 20 horas. Sintra está mesmo do avesso, só muda para pior. Só temos aquilo que nos deixaram, e não se faz nada para melhorar. Pena.

Uma boa notícia:Descobri por acaso, que quem mora no concelho de Sintra, aos domingos de manhã, não paga no Palácio e Jardins da Pena, no Castelo dos Mouros, no Convento dos Capuchos e em Monserrate. Boas caminhadas. Com estima

José Carlos O. Sampaio"


5 comentários:

Anónimo disse...

O Sr. Sampaio tem toda a razão. A Câmara de Sintra só falta vender o Palácio da Vila a privados... Quando se vende a privados e há melhoria de serviço é de aceitar. Mas em caso contrário até se podem pôr muitas reticências quando se faz sem concurso público.

JAC disse...

O Turismo fecha a meio da manhã e da tarde???? Essa é mesmo inconcebível numa Vila Património Mundial? Tem a certeza?

Será que algum dos leitores e comentadores deste blog sabe o que é feito do Museu Regional de Sintra(que além da exposição permanente composta de objectos que iam desde peças arqueológicas da época pré-histórica até pinturas a óleo do século XX, também tinha exposições temporárias - que se situava no 1º piso do edifício do turismo)e das obras que lá se encontravam?

José Carlos O. Sampaio disse...

Resposta ao 1º anónimo:
Atenção, aqui que ninguém nos ouve:
Foi tudo muito bem cozinhado.
A Câmara de Sintra não vendeu o Turismo, ofereceu-o de bandeja com o edifício, subsídios (os tais 500 contos por dia) e não só....
Quem lá está agora, funciona como uma agencia de viagens,ou seja cobra aos hoteleiros uma cota mensal e uma percentagem choruda sobre os quartos que reserva.
Quem não reparte, náo tem clientes.
É só facturar a favor do privado.
Eu e muito boa gente, também gostariamos de ter um negócio assim.

Quanto ao Palácio da Vila, também precisa de reformas. Nas chaminés e em quem lá manda, pois fechar 60 dias por ano (4,as feiras e mais alguns dias) e fechar às 17 horas é o mesmo que dizer aos turistas para procurarem ouras paragens.

Resposta a JAC:
Basta passar na Vila entre as 9 e as 10 ou depois das seis e ver as centenas de turistas com ar desorientado frente ao portão do Turismo e a não compreender o porquê de estar fechado pois,nem um simples horário de funcionamento ou um pequeno mapa afixado existe. Há desleixo, desprezo e falta de visão periférica ou seja só vêm o vil metal.

Quem agora dá mais informaçõs no largo da Vila são os agentes da GNR (aos 3 ou 4 de cada vez), enquanto os carros são assaltados junto ao Castelo e na Serra, sentem-se mais seguros cá em baixo. Eu também.
Cada vez dou mais razão ao ZÉ Povinho.
Sempre com um amargo de boca,
José Carlos O. Sampaio

Fernando Castelo disse...

Meu caro Amigo João Cachado,

Ao ler um comentário de JAC, sinto-me na obrigação de prestar alguns esclarecimentos.

Fez muito bem JAC em voltar a referir as suas preocupações sobre o antigo Museu Regional de Sintra.

Já tinha sido levantada essa questão, na altura em que, por especial favor do meu Amigo, eu também colocava neste blogue alguns artigos.

Quando da primeira vez que a pergunta aqui foi feita, há longo tempo, procurei obter mais informações. Utilizei um endereço electrónico que, infelizmente usava (e receio que ainda use)dados que permitem a confusão com a entidade oficial "Museu de Odrinhas", pelo que não tive respostas.

Julgo, mesmo, que deveria ser tomada uma posição oficial, pois há quem escreva para uma entidade que, segundo julgo saber, utiliza o nome do Museu de Odrinhas, levando a que muitos lhe escrevem na convicção de que estão a escrever para o Museu ligado à Sintraquorum. Depois não terão respostas.

Feita esta introdução, direi que, depois de obter e escrever para o endereço correcto,em 2 de Novembro de 2010, recebi um esclarecimento da Direcção do Museu Arqueológico de S. Miguel de Odrinhas (MASMO), segundo a qual TODO O ACERVO ARQUEOLÓGICO DO MUSEU REGIONAL DE SINTRA FOI TRANSFERIDO PARA O MASMO, onde se encontra a ser "objecto de tratamento laboratorial com vista à sua futura montagem expositiva".

Não sei se é essa a situação actual.

Na altura, como existiam outros casos a esclarecer, não foi prestada a informação adequada, falha minha de que me penitencio.

Entretanto, como criei o meu próprio blogue http://retalhos-de-sintra.blogspot.com nunca mais me lembrei da resposta que JAC merecia.

De qualquer forma, ao meu Amigo e a JAC o meu pedido de desculpas, mas são tantas as coisas que nos preocupam que alguma acaba por falhar.

Um abraço,

Fernando Castelo

Ricardo Duarte disse...

Prof. João Cachado e restantes intervenientes,

Em relação às dúvidas aqui levantadas julgo que posso ajudar. As obras pertencentes ao antigo Museu Regional encontram-se na sua grande maioria embaladas no edifício do Museu Ferreira de Castro, em concreto onde funcionou o Museu do Brinquedo, as quais constituem a Colecção Municipal de Arte. Digo a maioria porque algumas encontram-se presentes em dependências da Câmara, como o Palácio Valenças, ou em gabinetes de vereadores. A Colecção contempla cerca de 3500 obras e não tendo a grande maioria valor artistico de especial importância, mereciam melhor espaço do que um simples armazém húmido e sem as condições ideais de conservação.

Somente a dedicação dos funcionários camararários vai permitindo que não se percam de vez, merecendo pois uma visita as exposições temporárias que vão montando no Museu Ferreira de Castro.

Ora, a tal dedicação dos funcionários, coordenados por outro Técnico, originou que há alguns anos fosse criado um Museu virtual que serviria de mostra a essas peças. Foi-me informado por um amigo que participou nesse projecto que o site não se encontra publicado porque a Câmara na altura não achou justificável dispender dinheiro para pagar o dominio de internet...

Compreensivel? Não. Por isso tenho a ideia de, em conjunto com mais algumas pessoas que já manifestaram interesse, oferecer à Câmara o valor do pagamento do registo para assim ficar publicado esse projecto. É que, dependendo das caracteristicas do website, existem dominios a partir de 50 euros por ano...