[sempre de acordo com a antiga ortografia]

quarta-feira, 9 de novembro de 2011



Surpresa, surpresa!...


Hoje, só ao fim da tarde, me foi possível fazer a caminhada dos seis quilómetros à hora. Escrevo assim, com este à-vontade, sobre uma prática quotidiana que muito me beneficia porque, muito para além da minha vontade, esse meu hábito é do domínio público. Ao passar pelas ruas, lojas, vou sendo saudado, há pessoas que, ao volante dos seus automóveis, me cumprimentam, gente que só reconheço depois de reconhecer o carro…

Sim, de facto, devo já ter-me transformado em mais uma das personagens da cena sintrense e, muito possivelmente, até já terei uma alcunha, do género o andarilho ou coisa parecida… Em Sintra, infinitas são as possibilidades de variar o percurso e, cada uma, sempre gratificante. Tal não significa que não depare com as irritantes situações que não me tenho cansado de denunciar, tanto aqui como na imprensa regional, ao longo dos anos.

Palmilho caminhos variados, é certo, mas mantenho-me fiel a algumas opções que, pelas suas características, contribuem para o meu bem-estar físico e mental. Não consigo passar o dia sem estas andanças. E, esteja onde estiver, em Portugal, no estrangeiro, mesmo com muita neve e temperaturas bem negativas, os seis quilómetros à hora são para cumprir. Mas não posso desviar. Voltemos a Sintra.

Uma das alternativas, que muito frequento, é a que passa pela Regaleira para, dali me encaminhar ou para a Fonte dos Amores ou para o Caminho dos Castanhaes. E, de acordo com o que tive oportunidade de convosco partilhar, foi entre os Pisões e a Regaleira que deparei com o despautério que referi, em 14 de Outubro e ontem mesmo, ou seja, a vala a toda a largura da estrada que, tão despudoradamente, se eternizava para escândalo de peões e condutores.

Ora bem, de ontem para hoje, a coisa foi arranjada. Acabou o saibro, acabaram as poças de água e, muito civilizadamente, foi aplicada a camada de alcatrão que o problema reclamava como única solução. Infelizmente, não poderei afirmar que agora está tudo impecável. De facto, não está. Na valeta, junto ao passeio, acumulou-se lama que podia ter sido e não foi removida. Acabará por desaparecer por obra e graça da água das chuvadas?

Esperemos que sim. Desconheço e pouco interessa se a minha chamada de atenção pesou alguma coisa para o desfecho da questão. A intervenção cívica de alguns sintrenses, entre os quais me incluo, de denúncia de situações como a do caso vertente, não se concretiza por qualquer vontade de protagonismo. Acontece, por bem e por amor a Sintra. Por vezes, os autarcas distraem-se. O nosso dever é não permitir que sosseguem…

Não fazem mais do que o seu dever? Não são pagos para isso? É caso para agradecer? Eu acho que sim. Não só por uma questão de boas maneiras, no quadro da elegância que deve pautar as relações entre munícipes preocupados e os eleitos, mas também porque, fundamentalmente, é Sintra que agradece. E, se há coisa que me dá gozo, é assumir a voz de uma Sintra reconhecida por um carinho que lhe é feito.

Hoje, ao fim da tarde, já com alguns candeeiros de iluminação pública a acender, tive o gratíssimo prazer de ver remediado uma daquelas irritantes situações. Foi um benefício suplementar da caminhada. Por isto, então, muito obrigado, Senhor Presidente. Olhe, já agora, replique a mesma atitude tantas quantas as vezes necessárias!...


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