[sempre de acordo com a antiga ortografia]

quarta-feira, 18 de janeiro de 2012


Gustav Leonahrdt
(1928-2012)


Morreu anteontem aquele que, sem dúvida alguma, foi o grande mestre cravista dos últimos sessenta anos. Este holandês austero, perfeita anti vedeta, veio tocar a Portugal várias vezes pelo que, se bem consigo lembrar-me, pude beneficiar da sua arte em Lisboa, na Gulbenkian, na igreja convento da Graça, em Mateus e em Póvoa de Varzim.

O que devemos a Leonhardt é, não só a interpretação fidedigna de um repertório barroco que ajudou a estabelecer, mas também uma actividade pedagógica que marcou gerações de músicos e que, em definitivo, devido a múltiplas gravações e estudos em que esteve envolvido, há-de continuar a constituir um marco de absoluta referência.

A sua gravação das Variações Goldberg, datada de 1978, acompanha-me para todo o lado. Ouço-a e tenho dificuldade em dela descolar para ouvir outras fabulosas interpretações. Padronizou e nada mais há a fazer que altere a minha capacidade de percepção. Constantemente «encostado» a J.S. Bach, também ficará para a História da Música o seu estudo A Arte da Fuga de J.S. Bach onde tudo ficou dito sobre o assunto.

Quem não dispensar essa coisa efémera que é a física imagem de alguém, pois que veja ou reveja o filme de Jean Marie Straub Crónica de Anna Magdalena Bach, datado de 1967 que, em Gustav Leonhardt, tem um assumido protagonista do grande compositor do período barroco. Deixo-vos essa oportunidade. Bom visionamento.

http://youtu.be/8Au2_df1n4A

Anna Magdalena Bach-en Kronikea.avi http://www.youtube.com/

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