[sempre de acordo com a antiga ortografia]

terça-feira, 31 de janeiro de 2012

Recado de Salzburg,
a pensar em Monserrate

Como sempre, é com o maior gosto que passo a divulgar a exposição que chegou ao meu conhecimento através do bom trabalho de Maria do Céu Alcaparra, da Parques de Sintra Monte da Lua. Infelizmente, não poderei estar presente porque, como sabem, por ocasião da Mozartwoche, continuo em Salzburg. Mas, logo que regressar, não vou perder esta que se me afigura uma curiosíssima proposta.

Neste momento, eu estou muito longe. Mas os meus amigos, tão perto de Monserrate, não percam a oportunidade. Não tenho a menor dúvida de que o acolhimento será o melhor, como já nos habituou o Prof. António ressano Garcia Lamas e a sua equipa de colaboradores.

Abraço a todos,

João Cachado



Exposição de fotografia em suportes alternativos

“Camilla Watson - Mistérios de Monserrate”

- Fotografias impressas em papel de algodão- Biombo e mesa com impressão direta na madeira -

Patente de 3 de fevereiro a 25 de março
Imagens em: http://62.28.132.233/1328012709.zip
(créditos Camilla Watson)

Sintra, 31 de janeiro de 2012 –

A Parques de Sintra receberá, a partir do próximo dia 3 de fevereiro (Sexta-feira), no Palácio de Monserrate (Sintra), a exposição “Camilla Watson - Mistérios de Monserrate”, integrando fotografias captadas por Camilla Watson no Parque de Monserrate durante os últimos 8 meses.

As imagens expostas encontram-se impressas em papel de algodão, e a exposição inclui também um biombo e uma mesa com impressão de fotografias diretamente sobre madeira marítima. Este trabalho marca a diferença pelo local que retrata e também pelos métodos de impressão.

Com imagens a preto e branco, impressas sobre papel de algodão através da aplicação a pincel de uma emulsão líquida de prata, as fotografias apresentadas revelam um olhar diferente sobre a beleza e a magia de Monserrate, tratando-se do primeiro trabalho de Camilla Watson sem pessoas nas fotografias.

A fotógrafa utiliza uma emulsão fotográfica gelatinosa, rica em prata, que começa por liquidificar em banho-maria. Este líquido é aplicado a pincel, no escuro, sobre a superfície escolhida: mosaico, madeira, parede, ou simplesmente papel. Após secagem com um ampliador ou um projetor de slides (para superfícies maiores) expõe a superfície a um negativo preto e branco. O processo de câmara escura completa-se com um revelador, banho de paragem e fixador.

O trabalho desta fotógrafa distingue-se pela experimentação de novos suportes, com fotografias impressas diretamente em pedra, madeira, mosaicos e mesmo nas paredes das casas, utilizando uma câmara escura móvel que ela mesma desenhou.

Camilla explica que “não tinha uma lista do que queria fotografar, fui com a mente aberta e fotografei só as coisas que me chamavam: a água, cascatas, pedras, peixes, as raízes das árvores; voltei no inverno e atraíram-me as sombras longas e as árvores sem folhas - luminosas no sol baixo de inverno”, acrescentando ainda que espera que “as pessoas sintam a magia do parque; não acho que vão sentir a falta da cor nas fotografias do jardim a preto e branco, porque apesar de as cores terem a sua beleza, também podem ser uma distração”.

Sobre Camilla Watson

Nasceu no Reino Unido em 1967 e começou a sua carreira como fotógrafa de cena de teatro, tendo-se depois dedicado à reportagem e ao retrato. Entre 2001 e 2004 viveu em São Paulo, onde foi convidada pela ONG Meninos do Morumbi para ensinar fotografia a jovens residentes nas favelas, e de cuja experiência resultou “São Paulo - Belo Horizontes”, a sua primeira exposição em Lisboa.

Posteriormente passou por S. Tomé, Moçambique, Etiópia e África do Sul, continuando o seu percurso na área da reportagem ligada a ONG's.Em Lisboa, onde vive há 5 anos, tem desenvolvido atividades com a comunidade da Mouraria, (incluindo como sócia da associação “Renovar a Mouraria”) e a Câmara Municipal de Lisboa tem apoiado alguns dos seus projetos.

Entre estes encontram-se “Tributo” e “Dentro-Fora/Passado-Presente”, integrados na iniciativa “TODOS 2010” e "TODOS 2011", que consistiram na impressão de fotografias dos moradores diretamente nas paredes das casas, utilizando uma câmara escura móvel que a fotógrafa desenhou. Estes trabalhos foram igualmente expostos no Arquivo Municipal - Núcleo Fotográfico.

Sem comentários: