[sempre de acordo com a antiga ortografia]

quinta-feira, 1 de março de 2012

Comparando [I]

Venho propor-vos um exercício de comparação. A mesma peça - Concerto para Piano e Orquestra No. 4 de Beethoven, segundo andamento - neste momento, na interpretação de Maria João Pires. Atenção que, já de seguida, terão Artur Pizarro. Mesmo com orquestras e maestros distintos, podem chegar a algumas conclusões.

http://youtu.be/J5oC5_RCaSI
MARIA JOAO PIRES - RICARDO CASTRO - Beethoven
youtu.be


Comparando [II]


Pois. A Orquestra é estupenda, Sir Charles Mackerras a dirigir, enfim, não é bem a mesma coisa do que a Orquestra da Baía, sob a batuta de Ricardo Castro. Mas o exercício de comparação para o qual vos desafiei não é perverso. Concentrem-se e tirem as vossas conclusões.


http://youtu.be/HS4LgImLEg0
Artur Pizarro - Beethoven Piano Concerto No 4 mov II - Mackerras
youtu.be


Fim de comparação!

Naturalmente, jamais esperaria que, após a comparação entre as interpretações do desafio precedente, surgissem conclusões muito doutas, acerca do fraseado, do 'touché', do' legato' ou do 'rubato'...

Se qualquer intenção havia da minha parte, ia apenas no sentido de que, mesmo sem pressupor que aqui viria escrever qualquer comentário, o ouvinte interiorizasse a diferença. A impressão suscitada, essa, merecerá sempre reflexão. Outra coisa bem diferente mas natural e afim, será expressão resultante da mencionada reflexão. Essa será sempre mais simples quando verbalizada em grupo, portanto, presencialmente e, se possível, com a intervenção de um pivô, de um animador que introduza e propicie elementos de análise e facilite a partilha do caminho de acesso a mais conhecimento.

Finalmente, aquilo que considero um presente absolutamente extraordinário. Preparem-se porque vão aceder a uma leitura antológica e muito sábia da mesma peça, portanto, o 2º andamento do Concerto No. 4 de Beethoven, por Wilhelm Backaus, ainda hoje considerado o intérprete de referência desta obra.

Com esta excelente orquestra, a Sinfónica de Viena - atenção que não é a Filarmónica de Viena - e Karl Böhm a dirigir, é um momento de rara Beleza. Ah, pois muito naturalmente, deixa de haver qualquer hipótese de comparação...

Boa audição!

http://youtu.be/AceX_ilPDfs
Beethoven Piano Concerto n. 4 - II mvt. - Wilhelm Backhaus (Piano)
youtu.be

3 comentários:

Sintra do avesso disse...

Transcrição do facebook onde este texto foi publicado há dias:

Ricardo Matoso gosta disto..

João De Oliveira Cachado

Não se esqueça de que este é o primeiro termo de comparação com uma outra interpretação que propus logo de seguida.
Terça-feira às 22:10

Natalia Carvalho

Gosto muito de Maria João Pires,como já disse a minha sobrinha na Suiça andava desde os quatro anos na conservatória um dia fizeram um conserto dos alunos e a convidada foi a Maria João Pires,e para nossa vergonha os emigrantes não deram a mínima importância:-os únicos Portugueses que estavam a assistir era-mos nós os família,sinceramente tive vergonha,mas enfim!!! Gostei Professor11bjs ♥
Terça-feira às 22:24


João De Oliveira Cachado

Mas, então, a comparação? Já ouviu o Artur Pizarro tocando a mesma peça? Está logo a seguir a esta. Abraço
Terça-feira às 22:26

Natalia Carvalho

Sim ouvi,Mas quem sou eu para comentar o gosto, ou não gosto,sem saber explicar o porquê; sei que há algo que me atrai mais na primeira!!!
Terça-feira às 22:36

Sintra do avesso disse...

(Cont) :

gostam disto:
Duarte Nunes
Luis Miguel Correia Lavrador
Natalia Carvalho
Ana Paula Sena Belo
Chábeli de Castro-Camacho

[foram manifestos relativos a Comparando II]

Sintra do avesso disse...

Do Facebook, Comentários a "Fim de comparação":

Chábeli de Castro-Camacho e 2 outras pessoas gostam disto


João De Oliveira Cachado

Só a acrescentar que a minha provecta idade concede vantagens incomparáveis. Eu ainda assisti a concertos por Backhaus e Karl Böhm. Não esta peça mas outras, igualmente, inolvidáveis. E, antes de mim, o meu pai já contava episódios fabulosos protagonizados por este pianista. Cá em Lisboa, no Tivoli, tocou ele nos anos quarenta um concerto no fim do qual, em extra, ofereceu uma redução a piano da Abertura de "Os Mestres Cantores de Nuremberga" de Richard Wagner. Meu pai, que era pessoa frequentadora dos bastidores, sabendo o que lá por dentro se passava, dizia que Backhaus tinha bebido um bocado a mais mas sem o qual aquela peça jamais teria sido interpretada como foi. Enfim.a História da Música, em particular, a História da Arte, em geral, está cheia destas 'ajudas' líquidas. E não só...

Ontem às 9:48

Luis Miguel Correia Lavrador

É realmente um presente extraordinário que eclipsa por completo as propostas anteriores. Magnífico!
há 18 horas

João De Oliveira Cachado

Ainda bem que o Luís é sensível a esta maravilha. Este registo é absolutamente precioso. Aqui, outro é o tempo da Música. Esta é a forma acabada do paradigma. Há tantos anos! Mas, por exemplo, no caso das Sonatas para Piano do mesmo Beethoven, o paradigma aconteceu muito antes, no final dos anos trinta, com Artur Schnabel. Por isso, como não rir e sorrir condescendentemente, quando, quase todos os meses, aparece mais uma leitura as Sonatas ou dos Concertos anunciada como «definitiva» pelos ignorantes locutores do programa da manhã da Antena Dois. Para saber de Backhaus, de Schnabel, de Haskil, a 'volta' é outra...

há 17 horas