A vida é uma farsa!
Conhecer Sir John Falstaff é tarefa que, pelo menos, nos transporta a “Henrique IV” e “As alegres comadres de Windsor”, a um Shakespeare renascentista que, com o século dezanove quase a terminar, empresta a Arrigo Boito a matéria essencial com a qual comporia a personagem apresentada a Verdi como protagonista do seu libreto.
Sem margem para qualquer dúvida, é a partir daquele texto, e, portanto nesta ópera “Falstaff” que o compositor escreve as melhores páginas da sua música. Verdi excede-se no engenho burilado em oficina longa para nos legar belíssimas páginas de um testamento que continuamos a honrar sempre que, ouvindo-lhe a obra, o celebramos.
O final é estupendo. É uma súmula da vida. Se as palavras estão ao nível da ideia de proverbial sabedoria que se pretende salte para a cena, o público só partilha e se empolga quando, do fosso da orquestra, lhe chegam os acordes, geniais a todos os títulos,remetendo para o turbilhão de um tempo que vive, que passa e vai escoando nas mãos do truão que o Homem é. De certeza que não é preciso tradução…
Bom visionamento. Boa audição!
http://youtu.be/7E4S-E2qAX8
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