Eleições em França
(texto inicialmente publicado no facebook em 5 do corrente)
Ah, como eu tenho saudades de ver um socialista no Eliseu! Mas, meu Deus, a que distância de Hollande, estava o último locatário socialista do palácio oficial do Presidente da República da França? Mitterand, o outro François, estará tão distante deste como, por exemplo, Angela
Merkel está muito longe de Helmut Kohl ou Nicolas Sarkozy a muitas milhas do próprio Jacques Chirac, para já não cometer o sacrilégio de chamar De Gaule a esta baixaria…
Apesar de o homem não ser brilhante, muito bom seria que o Eliseu mudasse de inquilino. É tempo de a França deixar de ser representada por um manifesto e sobranceiro chauvinista que, não conseguindo esconder a verdadeira pele, arma ao tolerante, rendido à condição de cãozito amestrado da chanceler alemã… Caricato mas perigoso, mal rodeado, teve tempo bastante para mostrar aos franceses que, depois de dez anos no poder – às de presidente há que somar as funções de ministro – é tempo de abandonar a ribalta da política.
A eleição de Hollande daria um alento muito grande à esquerda europeia, constituindo sério aviso às hostes liberais do velho continente, que continuam desenvolvendo uma estratégia de desmantelamento do designado Estado Social, espelho das virtudes e de conquistas civilizacionais fruto de lutas seculares, agora vergonhosa e indignamente desonradas, desbaratadas como se se tratasse de reles património.
Com os seus nove por cento de força residual, a decisão de François Bayrou no sentido de apoiar Hollande constituiu um significativo reforço de ânimo que, num momento de agonia alimentada por tanta dúvida em presença, não é suficiente para instalar a calma necessária.
E neste estado, cheio de dúvidas, até ao último momento, vou manter-me na expectativa. Já sei que vou passar um domingo de desassossego. Confio que um pouco mais de discernimento do eleitor médio francês acabe por vencer a treva que ainda paira.
E, para animar as hostes, aí tendes "La Marseillaise", na interpretação de Roberto Allagna que, na realidade, consegue ser convincente.
Apesar de o homem não ser brilhante, muito bom seria que o Eliseu mudasse de inquilino. É tempo de a França deixar de ser representada por um manifesto e sobranceiro chauvinista que, não conseguindo esconder a verdadeira pele, arma ao tolerante, rendido à condição de cãozito amestrado da chanceler alemã… Caricato mas perigoso, mal rodeado, teve tempo bastante para mostrar aos franceses que, depois de dez anos no poder – às de presidente há que somar as funções de ministro – é tempo de abandonar a ribalta da política.
A eleição de Hollande daria um alento muito grande à esquerda europeia, constituindo sério aviso às hostes liberais do velho continente, que continuam desenvolvendo uma estratégia de desmantelamento do designado Estado Social, espelho das virtudes e de conquistas civilizacionais fruto de lutas seculares, agora vergonhosa e indignamente desonradas, desbaratadas como se se tratasse de reles património.
Com os seus nove por cento de força residual, a decisão de François Bayrou no sentido de apoiar Hollande constituiu um significativo reforço de ânimo que, num momento de agonia alimentada por tanta dúvida em presença, não é suficiente para instalar a calma necessária.
E neste estado, cheio de dúvidas, até ao último momento, vou manter-me na expectativa. Já sei que vou passar um domingo de desassossego. Confio que um pouco mais de discernimento do eleitor médio francês acabe por vencer a treva que ainda paira.
E, para animar as hostes, aí tendes "La Marseillaise", na interpretação de Roberto Allagna que, na realidade, consegue ser convincente.
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