Heliodoro Salgado,
pedonal mas sem peões...
pedonal mas sem peões...
O espaço pedonal da Heliodoro Salgado está ferido de morte desde o início. Trata-se de um projecto mal concebido, cheio de polémicas soluções, mal concretizado quer a nível técnico quer estético que, jamais, poderia coincidir com características análogas às dos espaços que conhecemos noutros contextos nacionais e lá por fora.
Na Heliodoro Salgado, estamos em presença de um sarcófago que condenou os comerciantes locais à mais lenta das mortes. E, cumulativamente, temos a bruta evidência da ausência de gente a circular na artéria. Como negar tão flagrante quadro de falta de gente a circular? Então as pessoas a circular na via liberta de automóveis não era, precisamente, a o grande objectivo do projecto?...
E, como não, se o aspecto «conquistado» para os peões é nitidamente desagradável, cinzentão, nada tendo a ver com quaisquer conotações mais ou menos paradigmáticas de Sintra? E, como não, se o mobiliário urbano é de péssima qualidade? E, como não, se o pavimento chega a ser perigoso, com um historial bem recheado de episódios de valentes trambolhões, como, por exemplo, o de Maria José Ritta, mulher do Jorge Sampaio? E, como não, se, em dias de chuva, devido à indesejável mas conseguida impermeabilização do referido pavimento, se formam linhas de grossa água que encharcam os pés de quem se aventure, em especial, na subida da rua, contrariando enxurrada?
Tal como aconteceu na Primavera de 2004, vamos ter de voltar a promover umas Jornadas de reflexão sobre problemas da Estefânea em que, para além do cidadão comum, possamos ouvir a opinião de urbanistas, arquitectos, sociólogos que nos enriqueçam com o seu ensinamento já que não passamos de curiosos mas, isso sim, residentes informados, capazes de entender que o trabalho levado a cabo na Heliodoro Salgado, certamente, por uma equipa pluridisciplinar de arquitectos e engenheiros, deve ter tido como patrona a Nossa Senhora da Asneira de Sintra...
Há alternativas. Claro que há e sempre a favor dos peões. Basta haver um projecto em que, desejavelmente, todos participemos nas fases de diagnóstico e planificação - algo que, de modo algum, aconteceu «no tempo da outra senhora» - e nos termos do qual nos revejamos como munícipes sintrenses e fregueses de Santa Maria e São Miguel. Ah, é verdade, como condição sine qua non, a disponibilidade financeira bastante para concretizar a coisa. É tão simples como isto...
Sem comentários:
Enviar um comentário