[sempre de acordo com a antiga ortografia]

sexta-feira, 2 de novembro de 2012



DIIS MANIBUS,
Rituais da Morte durante a Romanidade


Datas: 2 de Novembro a 30 de Dezembro
Local: CASINO DE SINTRA

 
“Tendo como ponto de partida as atitudes do Homem perante a Morte, a exposição dá a conhecer um importante conjunto de materiais arqueológicos descobertos na região de Sintra, com especial destaque para aqueles que testemunham as várias práticas aqui utilizadas, naquele domínio, durante o largo período que se estende desde os inícios do Império até aos finais da Antiguidade Tardia.

Ao longo de um tempo tão dilatado, de cerca de sete séculos, assistimos a uma inevitável evolução – e mesmo alteração – de alguns dos aspectos inerentes à matéria abordada, reflectindo as dinâmicas e  transformações culturais verificadas no decorrer da Romanidade, mudanças essas que se detectam também nas várias necrópoles representadas nesta exposição.  De facto, as mais antigas sepulturas expostas remontam ainda ao tempo de Augusto, na transição da Era, sendo as mais tardias do século VIII d.c., altura em que a Romanidade se caracteriza já pela sua completa e assumida cristianização. (…)”

Citei palavras do desdobrável de apresentação desta estupenda exposição.  A proposta em apreço é constante de um percurso através da qual todos aprendemos algo mais, acerca de uma dimensão importantíssima do conhecimento de nós próprios, como comunidade residente há milénios numa região riquíssima de vestígios que não pára de nos surpreender.

Concebida com evidentíssimas preocupações didácticas e manifestos objectivos pedagógicos, quem vier até ao ‘Casino’ vai encontrar sucessivas pistas para o entendimento da Romanização e da Romanidade na região de Sintra, acedendo a específicos domínios, como a diversidade das estruturas funerárias, os rituais funerários ou a nova concepção da morte com o cristianismo.

Naturalmente, estão programadas visitas guiadas. De qualquer modo, posso garantir-vos que é absolutamente esclarecedora e da máxima competência a informação disponibilizada para explicitação de todas as peças com que deparam.

 Como terão compreendido, a inauguração da exposição, num dia com a carga cultural daquele que hoje celebramos, tem tudo a ver com o cerne das questões em presença. Finalmente, gostaria de sublinhar que tudo quanto irão encontrar obedece a uma procura de inteligibilidade que nunca será demais sublinhar, preocupação de toda uma equipa de gente habituada a estas lides, sob a direcção dos queridos amigos, historiadores e arqueólogos José Cardim Ribeiro e Teresa Simões.

Já repararam que vos convidei para virem até ao ‘Casino’. Fi-lo porque sei não haver, em Sintra, quem não saiba o que é o ‘Casino’ e não esteja familiarizado com a designação. E toda a gente também sabe que, neste casino, jamais houve concessão de jogos de azar. O casino que ali funcionou era um espaço altamente sofisticado, totalmente propício às manifestações culturais mais diversas, vocação essa inicial que o Presidente da Câmara pretende evidenciar com a recentíssima apresentação de uma proposta que, precisamente, pretende oficializar e formalizar a designação que, desde há quase noventa anos, anda na boca do mundo sintrense.

Uma recomendação final, especialmente dirigida aos pais e avós. Venham ao Casino ver esta iniciativa cultural tão oportuna da Câmara Municipal de Sintra e, naturalmente, façam-se acompanhar das criancinhas lá de casa. Surpreendam-se, vejam  como a miudagem adora esta temática. Garanto eu!


 

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