[sempre de acordo com a antiga ortografia]

sexta-feira, 14 de dezembro de 2012


 
Efeméride europeia,
valha-nos Deus!
 
[publicado no facebook em 13.12.2012]


Faz hoje cinco anos o designado TRATADO DE LISBOA. Não se lembram? “Porreiro pá!”… Ah, assim, de certeza,não vos escapa a memória daquele alvar sorriso trocado entre os dois portugueses protagonistas de tão importante (??) evento… O Tratado, que levou cinco anos a ser negociado, jamais passará de documento ilustrativo de uma das mais significativas perdas de tempo da História da Construção Europeia. Tratado caduco, morto, morto. Um horror!

Julgo tratar-se de mais uma prova provada da falta de sentido de Estado dos líderes europeus. Ao longo de tanto tempo a queimarem as pestanas nas chancelarias, acabaram por parir um nado morto mas convencidos de que tinham gerado um produto diplomático do mais alto gabarito. Não se enxergam, de facto, a falta de discernimento é máxima.

Nunca os cidadãos europeus, por sua própria vontade, estiveram tão mal servidos de decisores políticos que, real e perversamente, desempenham os seus cargos na sequência de processos eleitorais regulares, em Estados Democráticos de Pedro Direitoois, então, comemora-se hoje a efeméride de um Tratado que, ingloriamente, está afectado por este triste determinativo conotado com a nossa capital que, assim, mais triste fica.

E, a propósito de factos tão importantes (??) quanto este de triste memória, não sei até que ponto é que, mais auspiciosa será a decisão que ontem resultou de uma reunião das instâncias europeias, no sentido de se instaurar – quando convier aos alemães, lá para 2014 – um mecanismo europeu de supervisão bancária.

Ou muito me engano ou, mais uma vez, outro português, para além de Durão Barroso, vai ficar intimamente relacionado com tão douta decisão. Claro, Victor Constâncio, pois quem havia de ser senão o actual Vice-Presidente do Banco Central Europeu que, depois de tirocínio tão demonstrativo das suas capacidades de supervisor nacional, nos casos do BPN e do BPP, está mais do que credenciado para a nobre missão europeia que dele se espera… Valha-nos Deus!

Um mundo de farsantes, este, o nosso. Permitam que o lembre da melhor maneira, com música, recorrendo à cena final do "Falstaff" de Verdi. Deixo-vos com uma excelente versão. Não vão precisar de tradução.Bom visionamento! Boa audição!

http://youtu.be/49oAEKQsdgc


Facciamo il parentado
E che il ciel vi dia gioia.

Evviva!

Un coro e terminiam la scena.
Poi con Sir Falstaff, tutti,
andiamo a cena.

Tutto nel mondo é burla.
L'uom é nato burlone,
La fede in cor gli ciurla,
Gli ciurla la ragione.
Tutti gabbati! Irride
L'un l'altro ogni mortal.
Ma ride ben chi ride
La risata final.
 
 

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