[sempre de acordo com a antiga ortografia]

sábado, 22 de junho de 2013



Sintra,
Abegoaria da Quinta da Pena acaba de reabrir, hoje, 21 de Junho 
 
 
Não sei se poderão calcular a emoção de sintrenses que, como é o meu caso, há mais de quarenta anos, não tinham da abegoaria do Parque da Pena outra imagem que não fosse a da mais profunda degradação e que, em curtíssimo período de tempo, deparam com um espaço totalmente recuperado, com características exemplares, magníficas em qualquer latitude.

A verdade é que, sob a administração do Prof. António Lamas, Dr. João Lacerda Távares e Engº Manuel Baptista, liderando uma excepcional equipa de jovens técnicos, já estamos habituados a «cenas» que tais. A obra que esta gente tem concretizado é absolutamente impressionante e, no âmbito da recuperação do património, algo de ímpar em Portugal.

A Parques de Sintra (PSML) acabou de inaugurar - eu estive lá, acabo de regressar! - a segunda fase da recuperação da Quinta da Pena, que inclui a Abegoaria e novas cavalariças, para programas de turismo equestre. A primeira fase da reabilitação, iniciada em 2009, foi realizada ao mesmo tempo que a do Jardim da Condessa d’Edla, e teve um contributo do EEA Grants. A segunda fase, iniciada em 2011, hoje aberta ao público, foi financiada pela Parques de Sintra num total de 915.875 Euros, que dizem respeito à recuperação da Abegoaria (454.430 Euros), bem como às novas cavalariças (299.135 Euros), e ainda aos depósitos e equipamentos de combate a incêndios (162.310 Euros).

A Abegoaria, edifício do séc. XIX que foi incendiado em 1999, pouco depois do incêndio do Chalet da Condessa, foi completamente restaurado, inclui sala de exposições e conferências, e albergará não só os serviços de gestão da zona, turismo equestre, e projetos aí desenvolvidos, como um espaço para os hipomóveis que realizam passeios no Parque da Pena. O edifício construído nas traseiras da Abegoaria nos anos 1950-60, foi demolido para dar lugar a cavalariças para três cavalos Ardennais e quatro cavalos de sela e recreio, bem como instalações para tratamento dos cavalos, serviço de veterinário e ferrador, armazém de alimentos e materiais de manutenção. Junto das cavalariças foi construído um paddock, para aquecimento dos cavalos, utilizando madeira de acácia proveniente de limpezas florestais levadas a cabo pela PSML.

Atrás das cavalariças, e enterrado na encosta, foi também construído um reservatório para 600 m3 de água proveniente de minas, para combate a incêndios, limpeza dos animais e abastecimento do sistema automatizado de rega da Quinta da Pena. A necessidade de espaços para alojamento de cavalos surgiu com o protocolo assinado em 2010 com a Companhia das Lezírias, para a oferta de programas de passeios a cavalo, durante vários dias, em antigas propriedades reais: Lezírias, Mafra e Pena. Com estas infraestruturas a Parques de Sintra passa também a oferecer passeios a cavalo nas propriedades sob sua gestão, em percursos acompanhados por guias. As crianças poderão iniciar-se nas actividades equestres montando o pónei.

A partir de agora, com entrada directa pelo antigo Portão das Vacas, ou caminhando através do Parque da Pena vindos do portão principal ou dos Lagos, os visitantes poderão disfrutar da Quinta da Pena onde é possível contactar com animais de raças portuguesas (ovelhas, cabras, coelhos, aves de capoeira) e um pónei; partir para passeios equestres pelo Parque (a cavalo ou de charrete); desfrutar de passeios a pé por entre os jardins e hortas bem como dos locais de piquenique e, ainda, visitar a Abegoaria (que inclui as cavalariças e espaços de tratamento de cavalos, bem como uma sala de reuniões e exposições). A estas opções adiciona-se, naturalmente, a visita ao Jardim e Chalet da Condessa d’Edla, também situado na zona ocidental do Parque. Numa 3ª fase, na Quinta da Pena, serão recuperados o aviário e o complexo de estufas, e adaptada uma casa de apoio ao jardim para instalação de cafetaria.

Façam o favor de não demorar. Verão o espanto que vos espera!
 
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Acerca do mesmo texto no facebbok, eis um comentário de resposta a três amigos:
 
De facto, ainda não caibo em mim de tanta satisfação. Aquilo está estupendo. Estive com todos aqueles meus amigos - quero destacar os Engºs Nuno Oliveira e Daniel Silva bem como a Dra. Ana Oliveira Martins - da tal equipa de jovens a quem sintra tanto está a dever.
 
O Nuno é quem tem coordenado todo o trabalho de recuperação da Quinta, de tudo quanto é verde, jardins, estruturas de abastecimentos de águas, energias, toda a parte pecuária, um trabalho incrível, multifacetado, impecável. 
 
O Daniel é a alma da recuperação do Castelo dos Mouros onde, infelizmente, ainda não pude deslocar-me devido aos problemas de mobilidade que tenho tido. Assisti hoje à projecção de dados muito bem elaborados e documentados, que me deixaram rendido em relação aos trabalhos concretizados no Castelo, desde a vertente arqueológica até à disponibilização de instalações de interpretação do património, aos apoios logísticos, não há nada que tenha sido descurado.
 
Para nós, Emilia Reis, Guilherme Duarte, que, há décadas, já desesperávamos de viver algo de semelhante, é dia grande, não haja dúvida. Com o Presidente Fernando Seara e João Lacerda Távares, lembrávamos aquele dia em que, há dez anos, tive de chamar aldrabão, com todas as letras, ao biólogo Serra Lopes, na altura Presidente do Conselho de Administração da PSML. Lembra-se Emilia Reis desse tempo? 
 
Quanto a si, George Amaral Calmao, quando pensar nisso, lá mais para o Outono, fique sabendo que tem companhia para o passeio. Também monto e até tenho peneiras, deixe-me expressar assim, de montar bem. A PSML, posso anunciar porque estive observando bem, tem belíssimos cavalos lusitanos, nos termos de um protocolo com a Companhia das Lezírias, que vão proporcionar, a quem sabe, óptimos passeios. O que ali se perspectiva, meus amigos, é do melhor que se pode esperar. Claro que estou muito feliz e sei que, da vossa parte, o sentimento é o mesmo. Sintra merece o que por ali está a acontecer. Abraço a todos
 

 
 
 

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