[sempre de acordo com a antiga ortografia]

terça-feira, 30 de julho de 2013


Aeroporto da Portela

[Texto publicado no facebook, 17.07.2013]


Lembram-se de Jorge Coelho, Ministro das Obras Públicas, convocar a comunicação social para anunciar que, estando esgotada a capacidade da Portela, não havia alternativa à construção de um novo aeroporto? E que seria na Ota?

Sustentando-se em estudos que nos custaram milhões, sucessivos governos foram confirmando a inevitabilidade da obra, com Mário Lino a gritar que, na O
utra Banda, jamais, jamais!![leia-se 'jamé']... Que estudos? Bem podemos perguntar. que a resposta sempre será a mesma: «encomendadíssimos», mascarando uma realidade que era preciso falsear a todo o transe...

Com que então capacidade esgotada... Tão esgotada que, agora, a Portela, com um novo terminal, aumenta para o dobro a recepção de passageiros! E, quanto ao TGV. Já alguém se esqueceu que, no governo Barroso, houve quem tivesse negociado com a Espanha não uma mas três linhas de alta velocidade?

Que ricos estudos! E, pois claro, há quem os assine. E há quem os pague, a peso de ouro, Secretários de Estado e Ministros que, em nome do povo, se permitem promover em tais embustes.

Estudos da mesma natureza daqueles que sustentaram a construção de auto-erstradas que estamos a pagar, no contexto das PPP, vias sem circulação, as tais estradas fantasma... Aldrabices horrorosas que serviram para encher os bolsos de construtores e de mais algumas entidades que será bom desvendar no mais curto prazo possível.

E sabem porquê? Porque a República, a coisa pública, assim o exige. Esses governantes sem palavra, sem honra - eles que juram, solenemente, por sua honra, cumprir com lealdade as funções em que são investidos - que desvirtuam a confiança do povo, que desrespeitam os eleitores, têm de ser chamados à responsabilidade.

Não podem furtar-se a dar explicações em sede do poder judicial. Disso não podem furtar-se, a coberto de uma designada responsabilidade política que «só nas urnas», dizem, é sancionada aquando das eleições legislativas. Pois não, convém-lhes que assim seja!...

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