Branco nas legislativas
Enquanto não nos conseguirmos organizar de modo a alterar a Lei Eleitoral - atitude que considero absolutamente determinante e matricial de toda a acção e actividade cívica subsequente - CONTINUAREI A VOTAR BRANCO!
Quando ocorrerem, irei às urnas no dia das eleições, mas recusando-me continuar a colaborar numa palhaçada que resulta na perpetuação do poder destes medíocres sujeitos que, com um sistema tão blindado, se «reproduzem» sem que os eleitores tenham qualquer hipótese de inequívoco e directo escrutínio sobre as atitudes dos parlamentares.
Reparem como alguns senhores deputados, quer do PS quer do PSD, que, com o seu silêncio e obediência partidária canina, sancionaram todos os desmandos dos anteriores executivos que conduziram o país ao descalabro, agora, imaculados, se apresentam como candidatos a Presidentes de Câmara, prestes a iniciarem nova e talvez derradeira experiência política a colar aos seus impolutos curricula...
Claro que o exercício da cidadania, objectivo máximo que nos deve animar, é inalcançável sem uma estratégia que, a montante, contribua para a remediação da iliteracia de uma significativa percentagem de portugueses que confunde cidadania com manifestações de rua, a única expressão que, afinal, lhe é acessível...
No entanto, depressa e bem, não há quem. Naturalmente, longo é o caminho. Será coisa para demorar mais de uma década de árduo empenho cívico de quem se disponha a protagonizá-lo, com a modéstia e humildade do espírito de serviço. As actuais condições não poderiam ser mais adversas já que, sobranceira e perversamente, os partidos políticos dominam e não cedem o passo a qualquer tentativa de intervenção cívica lúcida e independente.
A isto, me parece, corresponde a correcta atitude de não confundir a árvore com a floresta.
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