[sempre de acordo com a antiga ortografia]

terça-feira, 17 de setembro de 2013



Paul McCreesh,
a man for all seasons...




A experiência de McCreesh na designada Música Antiga, nomeadamente com o seu agrupamento Gabrieli Consort and Players, é apenas uma das muitas vertentes da actividade extremamente diversificada, com a música de todos os tempos e, afinal, coincidente com o repertório no qual uma orquestra com as características da Gulbenkian se tem imposto ao longo de cinquenta anos de existência, orquestra esta da qual é o seu actual Maestro Titular.

A entrevista ao FT, me parece, é bem sintomática dessa diversidade. Pessoalmente, tenho assistido a eventos em que McCreesh é solicitado para a direcção de programas de música clássica, romântica e contemporânea, com várias orquestras, sempre com assinalável sucesso, revelando um muito exigente trabalho de preparação nos ensaios, momentos em que, aí sim, se define e verifica o gabarito do director de orquestra.

Aliás, os mais recentes e grandes êxitos da direcção de McCreesh, tais como em "Grande Messe des Morts de Berlioz, "The Creation", de Haydn, "Eliah" de Mendelssohn, "War Requiem" de Britten, por exemplo, não coincidem com o referido período da História da Música, o da 'Música Antiga', para o qual, de modo algum, o FT remete o maestro, como se aquele fosse o seu reduto de inevitável confinamento.

Parece-me que foi muito acertada a opção da Fundação Gulbenkian ao convidar McCreesh e estou em crer que vai mesmo notar-se a diferença de rendimento da Orquestra com o seu Maestro Titular. Lá estaremos todos,atentíssimos a todos os detalhes, no sentido de confirmar ou desmentir esta opinião encomiástica que partilho já há bastante tempo.

Passo a transcrever a nota curricular sumária que a Gulbenkian distribui acerca de McCreesh, através da qual também não se confirma - ainda que houvesse um tendencioso propósito de veicular informação inquinada... - a tal «especialização», como pecado original de McCreesh, pretensamente impeditiva da sua abordagem à música de todos os tempos. 

  
 
 Eis o texto:

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Como maestro convidado, Paul McCreesh trabalha regularmente com orquestras e coros em todo o mundo na interpretação de um vasto repertório. Projetos recentes incluem as Orquestras do Gewandhaus de Leipzig e do Festival de Budapeste, a Orquestra
Palácio Nacional de Mafra, Portugal

Espanha, a Orquestra Nacional da Dinamarca, a Filarmónica de Bergen, a St. Paul Chamber Orchestra e, num futuro próximo, a Orquestra Filarmónica de Hong-Kong e a Orquestra Sinfónica de Sydney.

O repertório orquestral de Paul McCreesh estende-se do período clássico – refletindo a sua experiência em Música Antiga – até às grandes obras sinfónicas dos séculos XIX e XX. A sua experiência como maestro coral tem sido aclamada e reflete-se nas suas interpretações de muitas das principais oratórias. Paul McCreesh estabeleceu também uma grande reputação no domínio da ópera e dirigiu produções no Teatro Real de Madrid, na Ópera Real da Dinamarca, na Komische Oper em Berlim e na Ópera da Flandres, entre outros teatros. Mais recentemente dirigiu uma produção semi-encenada de As Bodas de Fígaro no Festival de Verbier.

O extenso catálogo de gravações premiadas de Paul McCreesh, para a Deutsche Grammophon, inclui A Spotless Rose (2009), que foi nomeada para um Grammy em 2010, e A Criação de J. Haydn (2008), que recebeu o Prémio Gramophone para a Melhor Gravação Coral. Grava atualmente para a sua própria editora, a Winged Lion, fundada em 2011 em colaboração com o Gabrieli Consort & Players. O primeiro projeto desta editora foi a gravação da Grande Messe des Morts de Berlioz, a qual foi galardoada com um prémio da BBC. Seguiu-se Elias de Mendelssohn, lançada em Setembro de 2012. Futuras gravações incluem As Estações de J. Haydn e o War Requiem de Britten.

Paul McCreesh tem uma paixão especial pelo trabalho com jovens músicos e a divulgação da música clássica. Trabalha regularmente com orquestras e coros juvenis e desenvolve uma grande atividade na realização de projetos educativos. 29 Julho 2013
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