[sempre de acordo com a antiga ortografia]

quarta-feira, 13 de novembro de 2013



Para memória futura


"A estratégia da aranha dos ditos "mercados" está cada vez mais clara - o défice e a dívida foram meros álibis para a "contra-revolução" em marcha, visando embaratecer os custos do Trabalho, fragilizar vínculos contratuais e "desmontar" o edifício do Estado social. Com efeito, apesar da dívida estar maior e do défice teimar em não baixar para os níveis impostos pela troika, assiste-se agora a uma "...melhoria" das notações das empresas de rating e os membros do Governo falam em "milagre económico". Os Portugueses sabem bem o quanto a sua vida diária se tem vindo a transformar num inferno - mas ganhando menos, tendo menos direitos, menos apoios sociais e suportando uma brutal carga de impostos, obviamente que tudo "melhorou" para os ditos "mercados" e agências de notação, que não visavam outro objetivo que não esse..."
 
António Luís Lopes [facebook, 13.11.2013]



De facto, como António Luís Lopes muito bem dá a entender, o estado a que chegámos não resulta apenas da manifesta incompetência do actual governo mas também da sua estratégia consequente, coerente e eficaz, ao serviço do ultra liberalismo mais radical, no sentido de baixar os custos de mão-de-obra para níveis insuportáveis, sem hipótese de recuperação nos tempos mais próximos.

Em plena Europa, neste canto sudoeste, eis o capitalismo desenfreado - que, tão justamente, por exemplo, o Papa Francisco tem tido oportunidade de denunciar e condenar - que, por intermédio de Coelho, Gaspar, Albuquerque, Moedas e do falecido Borges, conseguiram montar o eficaz dispositivo de exploração do trabalho tão conveniente aos seus interesses.

Como sempre tenho sublinhado, também é verdade, e é bom não esquecer, ter havido quem nos trouxe à plataforma de meados de 2011, em que estes «piquenos» encontraram terreno fértil para a iniquidade, para a incompetência e para a perversa estratégia que nos damos conta.

 
 

Sem comentários: