In memoriam
Hoje, 27 de Janeiro, não tenhamos em consideração apenas as efemérides do mundo da música relativas ao nascimento de Wolfgang Amadeus Mozart e à morte de Giuseppe Verdi. De facto há muito mais para recordar. Por exemplo, em 1945, a libertação de Auschwitz-Birkenau, um campo de extermínio.
Foi ontem. 75 anos é um sopro de tempo histórico. Campo de extermínio, campo de concentração, campo de trabalho. “Arbeit macht frei”, lembram-se? Pois, em «campo de trabalho», o trabalho liberta. Entretanto, irreversível, o escândalo continua a desafiar a explicação. Porque o Homem, de facto, foi capaz, é capaz. Basta que a semente encontre campo fértil.
Hoje, 27 de Janeiro, mais uma vez, um conselho que, da minha parte, já se tornou recorrente. Leiam “O Mundo de Ontem, Memórias de um Europeu”. O seu autor, Stefan Zweig, viveu aqui em Salzburg, entre 1919 e 1934, numa casa em Kapuzinenberg que vejo deste quarto já que, St Sebastian, onde costumo ficar durante as minhas estadas na cidad, fica na Linzer Gasse, mesmo na base do referido monte, apenas à distância de umas poucas dezenas de metros em altura.
Vou lá muitas vezes e, hoje também, vim de lá há pouco. In memoriam. Como nem tamanha proximidade nem as «peregrinações» ali acima beneficiaram a prosa deste vosso escriba, ao menos aceitem o conselho. Ponham de lado estas linhas e procurem ler, isso sim, a obra do mestre cujas deambulações e tremendo périplo, que não acabou bem, tudo têm a ver com a efeméride de Auschwitz-Birkenau.
Façam-no também por via da lucidez que todos afirmamos demandar.
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