[sempre de acordo com a antiga ortografia]

domingo, 9 de fevereiro de 2014



Fazer de conta...


Deixai, por uns instantes, faça de conta me mantenho em Salzburg. Durante alguns dias mais e, de vez em quando, pelo ano fora, mesmo lá voltando, vai ser assim. Não, isto não é coisa só minha, o mesmo acontece a todos qua
ntos, para sempre, ficaram cativos daquelas privilegiadas paragens.

No meu caso, ainda que me beneficie a graça de viver em terra tão dotada como Sintra, tal facto não me isenta do permanente sortilégio de permanecer em Salzburg uma parte de mim. Fazer de conta, eis a ingénua infantilidade a que me voto, qual compensação pela obrigatoriedade de aqui me sujeitar aos maus tratos impostos por quem não deve e autorizados por quem não deveria…

Hoje, Domingo, em Salzburg, na igreja dos Franciscanos, a Kleine Orgelsolo-Messe em Si Maior, Hob. XXII: 7 de Joseph Haydn. Faço de conta. Sei em que banco me sento. Sei quem, no coro alto, canta e toca. Missa fora, também sei quando mais e menos vibram aqueles tubos do órgão, vibrando as paredes, vibrando em mim tudo quanto há para vibrar, elevando-me até onde souber e puder chegar.

Enfim, em querendo, façam o favor. Para mim é um gosto que entrem comigo neste jogo. Certo, certo é o efeito de não suscitar qualquer prejuízo. Portanto...

Boa audição!

http://youtu.be/uqWb2dtfBQI
 

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