[sempre de acordo com a antiga ortografia]

quarta-feira, 26 de março de 2014


À la Recherche du Temps Perdu


Emocionante, de facto, este documento. Chega-nos de um tempo que, para todos os efeitos, ainda não estará «perdido»... A comprová-lo a actual atitude, um pouco por todas as latitudes, de certos autores e respectivos editores, cansados da facilitadora aridez do 'word', estarem voltando a este caminho do sangue, suor e lágrimas vertidos nas folhas de manuscritos que, a montante da obra acabada, são testemunho da luta da criação literária.

 Em busca do tempo perdido? Não, não me parece que se trate de um movimento de incorrigíveis nostálgicos, signatários de um qualquer militante revivalismo. Provavelmente, uma opção pelo retorno à «verdade» de uma solução de escrita cujo instrumento de concretização fica entre os dedos da mão, físico elemento de um processo sob o comando do mesmo cérebro que concebe o texto, em sucessivas etapas, tantas quantas as necessárias - ali, bem testemunhadas no papel! - até àquela que o autor considera definitiva.

Um manuscrito como este? É um autêntico espectáculo em que o autor exibe as entranhas, deixando escancarado o caminho que o levou àquele artefacto, na sua caligrafia, com as hesitações, as várias opções, evidenciando o que arriscou, portanto, tudo o que fez e como o fez. Temos pena mas isso o 'word' não permite...



Emozionante.

Due pagine, con la macchia di inchiostro, del manoscritto di "À la Recherche du Temps Perdu" compilato da Marcel Proust tra il 1909 e il 1922.
 
— com Anna Rens e Giovanni
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Foto: Emozionante. 
Due pagine, con la macchia di inchiostro, del manoscritto di "À la Recherche du Temps Perdu" compilato da Marcel Proust tra il 1909 e il 1922. 

 

 

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