[sempre de acordo com a antiga ortografia]

quarta-feira, 2 de abril de 2014



A Tebaldi num novelo de memórias


Há pouco, chegaram-me, muito fortes, memórias de há cinquenta e tal, sessenta anos. Dei por mim lembrando os meus pais nas suas idas a São Carlos. Antes de saírem de casa, a mãe, muito bonita - todas as mã
es são muito bonitas mas a minha ainda mais - fazendo-se esperar, connosco ao rubro, para a ver na toilette daquela noite...

Há sessenta anos, a minha mãe tinha trinta. E o meu pai mais dois. Eram jovens e lindos, meu Deus! Era o tempo em que, ao São Carlos, por exemplo, vinha a Tebaldi, é verdade, entre outros e outras da mesma estatura.

A Tebaldi tinha a idade dos meus pais. Jovem como eles, era admirada, numa atitude que, lá em casa, se cultivava vendo os programas das récitas, falando dos seus êxitos, o pai comparando com outras vozes de lirico spinto mas, invariavelmente, colocando-a nos píncaros.

Pois bem, como não podia deixar de acontecer, enovelada nestas memórias, a sua voz, hoje, não me larga. Vou aliviar esta tensão pedindo que me acompanhem no visionamento de um documento perfeitamente esclarecedor.

Aí está ela, numa incomparável Leanora, de La Forza del destino, registada pela RAI [Telecast (C) RAI 1958], numa récita no Teatro San Carlo de Nápoles, em 1958.

E, por favor, não façam comparações. Apesar de tanto gostar de fazer e propor exercícios que tais, julgo que não vale a pena. A não ser que, tão somente, pretendam confirmar como a Tebaldi é absolutamente incomparável...

Bom visionamento e boa audição!

http://youtu.be/CGH8R7KbdBo

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