Quod erat demonstrandum!
Antonio Cazal-Ribeiro* tem toda a razão. Quando li notícias análogas às do seu comentário, imediatamente, me ocorreu a mesma conclusão. É verdade que nos livrámos do brutal investimento num aeroporto absolutamente escusado, ao qual será necessário acrescentar a desistência da construção de uma terceira travessia sobre o Tejo e de mais uma autoestrada a Sul, além do TGV para Madrid.
Mas ainda andamos às voltas, sem saber o que bem fazer com o aeroporto de Beja… Atravessamos centenas e centenas de quilómetros de autoestradas desertas, que, tendo sido negociadas em regime de PPP, os nossos netos continuarão a pagar sem qualquer hipótese de benefício. E, já agora, decididos pela mesma pessoa, também dotados de campos de futebol, em vários pontos do país, onde, durante anos, não se deu um pontapé nem numa bola de trapos. Mas, como curta é a memória, a maior parte da malta já se esqueceu das façanhas do Euro 2004.
Não tenhamos ilusões. Continuam ao ritmo de sempre os estudos da treta, encomendados à medida, para justificar a inequívoca necessidade de empreendimentos de toda a natureza, quer nos domínios da saúde e da educação quer nos transportes, justiça, defesa e comunicações.
Porque a avidez dos negócios não conhece limites. E, por outro lado, se tiverem todas as necessárias precauções, os intervenientes até podem viver descansadinhos da vida. De facto, como bem sabemos, só muito raramente, por se zangaram algumas comadres ou alguém dar com a língua nos dentes, é que as designadas comissões surdas se transformam em bem sonoras e ribombantes. Nessas alturas até é possível perceber como certos negócios, como o da compra dos submarinos, até poderão ter financiado partidos políticos…
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