[sempre de acordo com a antiga ortografia]

quinta-feira, 31 de julho de 2014



Islamista?

Com tanta asneira a galope em todos os suportes da comunicação social, não faltam casos a merecer a atenção. O erro que hoje partilho, para tentar descodificar e remediar, erro que me ocupa e preocupa, é daqueles que, arriscaria eu, muito mais do que a galope, anda mesmo com o freio nos dentes, usado e abusado por quem está convencido de uma correcção que é tudo menos verdadeira.

De
sde já, para que conste, «Islamista» não existe. ‘Islamita’, sim, é palavra derivada de Islam/Islão em que o sufixo ‘ita’ confere a ideia de pertença étnica, de sentido étnico. ‘Islamita’, portanto, o que professa, o que pratica a religião islâmica. Outros termos poderia invocar para o mesmo significado, tais os casos de ‘maometano’ ou de ‘sarraceno’.

Tem sido a comunicação social, de facto, a grande responsável pela difusão de «islamista», termo que, ao apresentar o sufixo ‘ista’, remete para a noção de agente. É preciso ter ainda em consideração que «islamista» tem sido conotado com o extremista que se encarniça na luta por uma situação política em que haja coincidência de religião e Estado, qual feição de um manifesto integralismo.

Assim sendo, para que não se incorra no erro em apreço, a solução é empregar o correcto termo ‘islamita’ adjectivando-o, por exemplo, com ‘extremista’,‘integrista’,
‘fanático‘, ‘fundamentalista’. De outro modo, ao insistir na forma ‘islamista’, nem sequer se pode pensar na ideia de neologismo porque, pura e simplesmente, é uma corruptela

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