[sempre de acordo com a antiga ortografia]

domingo, 24 de agosto de 2014



Os pontos nos ii
 
[facebook, 23.08.2014]

O comentário subscrito pela minha cara Margarida de Lemos, serve de epígrafe ao texto que me suscitou. Para todos os efeitos, ainda continuamos subordinados à peça "Contar com o «anormal ou quando o extraordinário se institucionaliza" que publiquei esta manhã.

Passo a citar:

"
Já estou como o outro dizia: não gostam deste País têm bom remédio. Estou mais de acordo com a Dina po...
is tanta gente diz que havia outras soluções mas nunca as concretizam ou então as alternativas apresentadas são para rir e chorar da "idiotice" sem qualquer tipo de viabilidade. Hoje é sábado e amanhã é domingo" [Margarida de Lemos]

E, agora, com argumentos mais que gastos, passo a responder:

Posso gostar muito de Salzburg, da Áustria em geral, imenso, imenso da Baviera mas, por favor, o que eu adoro é o meu país. O que eu não gosto, santo Deus, é do Governo do meu país! O meu país não merece um governo destes e, aliás, tal como o escrevi durante anos, também não mereceu ter um governo liderado por Sócrates que o trouxe à bancarrota, à mistura com uma data de negociatas infectas. E farei tudo o que estiver ao meu alcance - significando isto que não me limito a pôr o voto na urna de quatro em quatro anos - para alterar a situação.

Enquanto os mais fragilizados estão a passar o que não devem, no limite da dignidade que qualquer indivíduo tem direito, há imensa gente no meu país que passa muito bem, até melhor do que nunca. É isto que não pode continuar a acontecer. O actual governo não tocou nos interesses dos mais poderosos, juntamente com o Banco Central deixa-os em roda livre até rebentarem estrondosamente, como os ES, ou aumentando as fortunas como os Amorim, Soares dos Santos e Azevedo, sem os taxar proporcionalmente àquilo que, tão habilmente, tem feito com quem não pode defender-se. Então, ou há moralidade...

Digo e escrevo isto mesmo mas não me iludo. Sozinho, sou um zero à esquerda. Animo-me quando sociólogos, economistas de outras áreas, militares, padres e hierarcas da Igreja Católica denunciam estas mesmas coisas, com outra capacidade de intervenção.

Hoje é sábado, amanhã é domingo, escreve a minha amiga. Contudo, neste momento, em desespero e aguentando o que não deve, há gente a passar fome em Portugal e isso, sendo um escândalo em qualquer lado ainda maior é na nossa latitude europeia. E podia não ser assim. Não tinha de ser assim.

É assim porque o Primeiro Ministro, que afirmou ser capaz de recuperar da lamentável situação em que o precedente deixara o país, não só não foi capaz como agravou o quadro. A dívida aumentou, a economia afundou e não consegue progredir, o desemprego é o horror que se sabe, a sangria das saídas de trabalhadores do país [repare que não designo esse movimento como emigração porque só o é quando os destinos correspondem a países fora da União Europeia] compromete o futuro a um ponto de não retorno.

Podia não ser assim. E nunca Governo anterior teve tanta possibilidade de remediar o mal feito. De facto, foi preciso serem inábeis, incompetentes e, repito, cruéis. Escusadamente.
 
 

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