Efeméride mozartiana
6 de Setembro de 1789
Em Viena, estreia da Aria "Alma grande e nobil core” para soprano KV 578
que, como era habitual ao tempo, foi escrita para ser incluída numa ópera
alheia ao compositor, neste caso "I due baroni di Rocca Azzurra"
I,8, de Domenico Cimarosa.
Não
tenho a menor dúvida em propor-vos uma das melhores vozes mozartianas de
sempre. Ainda hoje, os meus amigos de Salzburg, mais entrados em idade,
recordam Maria Stader com uma indisfarçável emoção, havendo quem a posicione à
frente de todas. O meu pai venerava-a.
A
propósito, ficou célebre o que, pessoalmente, lhe disse Clara Haskil, a maior
pianista mozartiana de todos os tempos: Ah, se me fosse possível tocar Mozart
cono tu o cantas!...” É, de facto, incomparável. E ouvi-la, uma experiência
empolgante, de elegância, sofisticação, assunção do texto, correcção de dicção,
técnica irrepreensível e todos, todos os ingredientes do canto clássico
mozartiano.
Há lá
comparação possível com qualquer das boas vozes que hoje pisam os palcos dos
grandes auditórios? Certo de que concordarão, eis o que partilho.
Inequivocamente, o melhor! Também vos trago o texto para que nada vos escape.
Alma grande e nobil core
Le tue pari ognor disprezza.Sono dama al fasto avvezza
E so farmi rispettar.
Va', favella, a quell'ingrato,
Gli dirai che fida io sono.
Ma non merita perdono,
Sì mi voglio vendicar,
Ingrato non merita perdono,
Sì mi voglio vendicar.
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