10 de Novembro,
a grande efeméride
Johann Christoph FRIEDRICH von SCHILLER
[facebook, 10.11.2014]
Marbach,10 de novembro de 1759 - Weimar, 9 de maio de 1805
Nesta hora tão sugestiva do raiar do dia, sempre momento de inspiradora Beleza, deixem que convosco partilhe dois versos do seu poema "Die Kunstler" [Os Artistas]:
"(...) Nur durch das Morgenthor des Schönen
Drangst du in der Erkenntniß Land (...)"
[Só através da matinal porta do belo se penetra na terra do conhecimento].
E por aqui me ficaria na invocação desta figura máxima da cultura universal, não sem lembrar uma pessoal preferência que me leva a procurar a sua protectora e serena estátua para junto dela me sentar num banco do Jardim Furtwängler de Salzburg, memorial muito apelativo, propício às leituras que por lá cultivo. M Manuela Bravo Serra e Jose Luis De Moura entenderão este «tropismo»...
Por aqui ficaria se, ontem mesmo, na celebração do 25º aniversário da queda do Muro de Berlin, a "Ode à Alegria" de Friedrich Schiller não se tivesse feito ouvir 'urbi et orbe', matriz poética do quarto e último andamento da 9ª Sinfonia de Beethoven, portanto, na linguagem universal da música, veículo dos ideais da liberdade, da paz e da solidariedade.
Datada de 1785, esta obra de Schiller promove uma perspectiva idealista da Humanidade em que a Fraternidade é a grande protagonista da unidade que, naturalmente, Beethoven também partilhava, poema este que foi considerado Património da Humanidade pela UNESCO. Eis o poema, no original Alemão e numa tradução para Português. E, finalmente, uma proposta de partilha musical.
An Die Freude
O Freunde, nicht diese Töne!
Sondern lasst uns angenehmere anstimmen
und freudenvollere!
Freude, schöner Götterfunken,
Tochter aus Elysium,
Wir betreten feuertrunken.
Himmlische, dein Heiligtum!
Deine Zauber binden wieder
Was die Mode streng geteilt;
Alle Menschen werden Brüder
Wo dein sanfter Flügel weilt.
Wem der grosse Wurf gelungen
Eines Freundes Freund zu sein,
Wer ein holdes Weib errungen,
Mische seinen Jubel ein!
Ja, wer auch nur eine Seele
Sein nennt auf dem Erdenrund!
Und wer's nie gekonnt, der stehle
Weinend sich aus diesem Bund.
Freude trinken alle Wesen
An den Brüsten der Natur;
Alle Guten, alle Bösen,
Folgen ihrer Rosenspur.
Küsse gab sie uns und Reben,
Einen Freund, geprüft im Tod;
Wollust ward dem Wurm gegeben,
Und der Cherub steht vor Gott!
Froh, wie seine Sonnen fliegen
Durch des Himmels prächt'gen Plan,
Laufet, Brüder, eure Bahn,
Freudig, wie ein Held zum Siegen.
Freude, schöner Götterfunken,
Tochter aus Elysium,
Wir betreten feuertrunken.
Himmlische, dein Heiligtum!
Seid umschlungen, Millionen.
Dieser Kuss der ganzen Welt!
Brüder! Über'm Sternenzelt
Muss ein lieber Vater wohnen.
Ihr stürzt nieder, Millionen?
Ahnest du den Schöpfer, Welt?
Such ihn über'm Sternenzelt!
Über Sternen muss er wohnen.
[Tradução para Português]
Ode À Alegria
Oh amigos, mudemos de tom!
Entoemos algo mais prazeroso
E mais alegre!
Alegre, formosa centelha divina,
Filha do Elíseo,
Ébrios de fogo entramos
Em teu santuário celeste!
Tua magia volta a unir |
O que o costume rigorosamente dividiu. |
Todos os homens se irmanam | 2X
Ali onde teu doce vôo se detém. |
Quem já conseguiu o maior tesouro
De ser o amigo de um amigo,
Quem já conquistou uma mulher amável
Rejubile-se connosco!
Sim, mesmo se alguém conquistar apenas uma alma,|
Uma única em todo o mundo. |
Mas aquele que falhou nisso | 2X
Que fique chorando sozinho! |
Alegria bebem todos os seres
No seio da Natureza:
Todos os bons, todos os maus,
Seguem seu rastro de rosas.
Ela nos deu beijos e vinho e |
Um amigo leal até a morte; |
Deu força para a vida aos mais humildes | 2x
E ao querubim que se ergue diante de Deus! |
Alegremente, como seus sóis corram
Através do esplêndido espaço celeste
Se expressem, irmãos, em seus caminhos,
Alegremente como o herói diante da vitória.
Alegre, formosa centelha divina,
Filha do Elíseo,
Ébrios de fogo entramos
Em teu santuário celeste!
Abracem-se milhões!
Enviem este beijo para todo o mundo!
Irmãos, além do céu estrelado
Mora um Pai Amado.
Milhões se deprimem diante Dele?
Mundo, você percebe seu Criador?
Procure-o mais acima do céu estrelado!
Sobre as estrelas onde Ele mora
Eis a 2ª parte do 4º andamento da 9ª Sinfonia. Toca a Filarmónica de Viena sob a direcção de Christian Thielemann.
Boa audição!
http://youtu.be/I8R1f8d1oLI
a grande efeméride
Johann Christoph FRIEDRICH von SCHILLER
[facebook, 10.11.2014]
Marbach,10 de novembro de 1759 - Weimar, 9 de maio de 1805
Nesta hora tão sugestiva do raiar do dia, sempre momento de inspiradora Beleza, deixem que convosco partilhe dois versos do seu poema "Die Kunstler" [Os Artistas]:
"(...) Nur durch das Morgenthor des Schönen
Drangst du in der Erkenntniß Land (...)"
[Só através da matinal porta do belo se penetra na terra do conhecimento].
E por aqui me ficaria na invocação desta figura máxima da cultura universal, não sem lembrar uma pessoal preferência que me leva a procurar a sua protectora e serena estátua para junto dela me sentar num banco do Jardim Furtwängler de Salzburg, memorial muito apelativo, propício às leituras que por lá cultivo. M Manuela Bravo Serra e Jose Luis De Moura entenderão este «tropismo»...
Por aqui ficaria se, ontem mesmo, na celebração do 25º aniversário da queda do Muro de Berlin, a "Ode à Alegria" de Friedrich Schiller não se tivesse feito ouvir 'urbi et orbe', matriz poética do quarto e último andamento da 9ª Sinfonia de Beethoven, portanto, na linguagem universal da música, veículo dos ideais da liberdade, da paz e da solidariedade.
Datada de 1785, esta obra de Schiller promove uma perspectiva idealista da Humanidade em que a Fraternidade é a grande protagonista da unidade que, naturalmente, Beethoven também partilhava, poema este que foi considerado Património da Humanidade pela UNESCO. Eis o poema, no original Alemão e numa tradução para Português. E, finalmente, uma proposta de partilha musical.
An Die Freude
O Freunde, nicht diese Töne!
Sondern lasst uns angenehmere anstimmen
und freudenvollere!
Freude, schöner Götterfunken,
Tochter aus Elysium,
Wir betreten feuertrunken.
Himmlische, dein Heiligtum!
Deine Zauber binden wieder
Was die Mode streng geteilt;
Alle Menschen werden Brüder
Wo dein sanfter Flügel weilt.
Wem der grosse Wurf gelungen
Eines Freundes Freund zu sein,
Wer ein holdes Weib errungen,
Mische seinen Jubel ein!
Ja, wer auch nur eine Seele
Sein nennt auf dem Erdenrund!
Und wer's nie gekonnt, der stehle
Weinend sich aus diesem Bund.
Freude trinken alle Wesen
An den Brüsten der Natur;
Alle Guten, alle Bösen,
Folgen ihrer Rosenspur.
Küsse gab sie uns und Reben,
Einen Freund, geprüft im Tod;
Wollust ward dem Wurm gegeben,
Und der Cherub steht vor Gott!
Froh, wie seine Sonnen fliegen
Durch des Himmels prächt'gen Plan,
Laufet, Brüder, eure Bahn,
Freudig, wie ein Held zum Siegen.
Freude, schöner Götterfunken,
Tochter aus Elysium,
Wir betreten feuertrunken.
Himmlische, dein Heiligtum!
Seid umschlungen, Millionen.
Dieser Kuss der ganzen Welt!
Brüder! Über'm Sternenzelt
Muss ein lieber Vater wohnen.
Ihr stürzt nieder, Millionen?
Ahnest du den Schöpfer, Welt?
Such ihn über'm Sternenzelt!
Über Sternen muss er wohnen.
[Tradução para Português]
Ode À Alegria
Oh amigos, mudemos de tom!
Entoemos algo mais prazeroso
E mais alegre!
Alegre, formosa centelha divina,
Filha do Elíseo,
Ébrios de fogo entramos
Em teu santuário celeste!
Tua magia volta a unir |
O que o costume rigorosamente dividiu. |
Todos os homens se irmanam | 2X
Ali onde teu doce vôo se detém. |
Quem já conseguiu o maior tesouro
De ser o amigo de um amigo,
Quem já conquistou uma mulher amável
Rejubile-se connosco!
Sim, mesmo se alguém conquistar apenas uma alma,|
Uma única em todo o mundo. |
Mas aquele que falhou nisso | 2X
Que fique chorando sozinho! |
Alegria bebem todos os seres
No seio da Natureza:
Todos os bons, todos os maus,
Seguem seu rastro de rosas.
Ela nos deu beijos e vinho e |
Um amigo leal até a morte; |
Deu força para a vida aos mais humildes | 2x
E ao querubim que se ergue diante de Deus! |
Alegremente, como seus sóis corram
Através do esplêndido espaço celeste
Se expressem, irmãos, em seus caminhos,
Alegremente como o herói diante da vitória.
Alegre, formosa centelha divina,
Filha do Elíseo,
Ébrios de fogo entramos
Em teu santuário celeste!
Abracem-se milhões!
Enviem este beijo para todo o mundo!
Irmãos, além do céu estrelado
Mora um Pai Amado.
Milhões se deprimem diante Dele?
Mundo, você percebe seu Criador?
Procure-o mais acima do céu estrelado!
Sobre as estrelas onde Ele mora
Eis a 2ª parte do 4º andamento da 9ª Sinfonia. Toca a Filarmónica de Viena sob a direcção de Christian Thielemann.
Boa audição!
http://youtu.be/I8R1f8d1oLI
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